Capitulo XIX

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— O que está acontecendo aqui? — Dean quis saber, estranhando e tentando entender o porquê daquela mala, daquela mochila e daquele garoto na sua porta.

Gabriel não respondeu nada, sequer os olhava. Sentia-se cada vez mais tonto.

— Dean...

— Nem continua, Sam, não dá. — Dean o interrompeu, com a certeza do que seu irmão iria pedir.

— A gente dá um jeito, ele não tem para onde ir.

Castiel escutou aquilo e se levantou.

— Como assim "ele não tem para onde ir"? O que aconteceu?

— Relaxa. — Gabriel segurou na sua mala, mais para se apoiar do que para pega-lá. — Eu encontro outro lugar, eu só preciso... — ele estava começando a suar e sentia sua respiração pesada, realmente havia aguentado o máximo que pôde.

Sam se aproximou dele apreensivo.
As pernas de Gabriel estavam fraquejando, ele não estava conseguindo mais ficar em pé, as mesmas o traiu e ele teria caindo no chão se o rapaz ao seu lado não o tivesse segurado firme bem a tempo.

— O que ele tem?

— Ele está doente. — Sam o pegou no colo e foi com ele até o sofá.

Dean se afastou, pegou seu urso e a caixa e então Sam deitou Gabriel sobre o sofá.

— Eu vou cuidar dele e quando ele estiver bem nós conversamos sobre ele ficar aqui ou não.

Dean não disse nada, não teria sequer como ele negar isso agora. Castiel olhou sério para o loiro:

— Você não está fazendo isso por causa daquele ciúme idiota, não é? — perguntou, desconfiado.

— Claro que não! — Dean respondeu com firmeza, como se assim quisesse deixar claro que não era tão sem noção quanto ele pensava.

— Hum. — Castiel não tinha certeza se acreditava ou não. Resolveu ignorá-lo, por hora, e voltou ao amigo. — Como eu ajudo? — perguntou a Sam.

Olhou para o corpo de Gabriel e estranhou umas estranhas marcas que ele tinha, principalmente na parte de trás do pescoço, pensando o que as haviam causado... Ou quem? Estava ficando cansado de ficar no escuro em relação a tudo que estava acontecendo.

— Você pode ir comprar uns remédios? Eu vou fazer umas prensas e colocar na cabeça dele para ver se a febre diminui. Se insistir ou aumentar, damos um banho frio nele, acho que isso vai ajudar.

— Aqui tem remédios, eu vou pegar. — falou Dean e foi até o quarto.

Castiel o olhou enquanto ele ia e então pensou sobre o quarto. Nas circunstâncias atuais, era melhor que o amigo ficasse em um lugar mais confortável:

— Vamos colocá-lo na cama.

Sam o escutou e concordou com sua sugestão, novamente pegou Gabriel no colo e seguiu Castiel até o quarto. Encontraram Dean no meio do caminho com uma pequena maleta branca nas mãos. Dean voltou ao quarto com eles.

Gabriel estava na cama coberto por um edredom porque sentia muito frio, havia tomado uns remédios e não conseguia manter seus olhos abertos. Sam não havia saído do seu lado, cuidava dele com tanta importância que chegava a ser estranho. Dean e Castiel estavam observando e ajudando como podiam.
Dean olhou para Castiel e percebeu que, além de muito preocupado, ele estava um pouco irritado. Ficou nervoso com isso, a última coisa que queria era irrita-lo, não agora que estavam começando a se entender. Também não queria que Castiel pensasse que ele era um egoísta, era só que realmente não conseguia imaginar como tantas pessoas conseguiriam morar juntas em um espaço tão pequeno - além do fato de que com certeza ficaria ainda mais difícil se aproximar de Castiel com tantas pessoas a sua volta. Não tinha como não se incomodar ou não ficar preocupado com isso.

CULPADOS • Destiel •Where stories live. Discover now