Capítulo quatro - Impostora?

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Capítulo IV

Impostora?

Anne caiu, deitada no chão. Tudo fora tão rápido! Num curto espaço de tempo, sua mente tratou de recapitular como aquilo havia acontecido. Mal o restante do grupo saíra e algo estranho aconteceu a Toshihiko – seu corpo foi envolvido por um brilho azul e, em sua testa, surgiu o símbolo do signo de Sagitário. Quando ele começou a andar em sua direção, Anne assustou-se e começou a recuar, até tropeçar e cair.

E era assim que se encontrava no momento: olhando, apavorada, para o rapaz que se aproximava, seguido por Sofie. Já bem próximo, ele apontou a palma da mão, que emitia uma luz forte, para o rosto dela. Temendo o que aconteceria a seguir, a loira cerrou os olhos.

Quase um minuto de total silêncio e nada aconteceu. Anne tornou a abrir os olhos quando ouviu a voz de Hayato:

– Humana.

Ele já não mais emitia a estranha luz e estava voltado para Sofie, que, incrédula, indagou:

– Tem certeza?

– Completamente.

– Não pode ser...

– É, Sofie. Totalmente humana. Não tem nenhum youki nela. 

A francesa olhou para Anne, dessa vez com um olhar ainda mais agressivo. A loira viu ódio ali e não conseguia entender o motivo daquilo.

– Isso é uma brincadeira de muito mau gosto. – Murmurou Sofie. E, sem maiores explicações, virou-se e saiu do local.

Hayato a seguiu, deixando Anne para trás.

A brasileira ficou caída no chão, assustada, perguntando-se o que estaria acontecendo.

 *****

Um homem alto, gordo e careca, aparentando ter trinta e poucos anos, caminhava por um extenso corredor, iluminado pelo fogo de tochas presas às paredes. Finalmente, entrou em um cômodo grande, algo que parecia um misto de quarto e escritório. Sobre uma cama de casal, duas mulheres seminuas dormiam. Do lado oposto do quarto, outra mulher, também vestida em trajes mínimos, massageava as costas de um homem confortavelmente sentado em uma poltrona, diante da grande mesa.

Assim que avistou o recém-chegado, o homem fez sinal para que a mulher se afastasse, e esta assim o fez, indo sentar-se na ponta da cama onde as outras duas estavam e começando a mexer nos cabelos, de cor azul-escura.

O gordo curvou-se levemente e, por alguns segundos, pôs-se a fitar o outro homem. Tinha a aparência de um japonês, de quarenta e poucos anos. Alto, magro, cabelos baixos e grisalhos.

– Kuro-sama! – Cumprimentou-o, formalmente, o recém-chegado.

Encarando-o seriamente, Kuro ordenou:

– Mushi, mostre-me o que descobriu.

Mushi fez que sim. Abriu as palmas das mãos diante do corpo e uma imagem se formou diante delas. Kuro olhou atentamente para a garota que surgia no vídeo.

– Youkai... – Sussurrou ela, atônita.

– Toshihiko, cuidado! São youkai... AI! – Ela gritou quando o que a segurava a puxou com força para junto de si e encostou uma lâmina no seu pescoço. 

– “Homens”? Alôou, entendeu a parte que eu disse que eles eram “youkais” ou quer que eu repita?

– Vejo que sou bem conhecida no submundo.

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