Capítulo seis - Dois novos Guardiões

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Ela estava abaixada no chão, encolhida, abraçada fortemente a uma criança pequena.

Ao seu redor, o fogo se alastrava rapidamente.

– Mamãe... Mamãe! Estou com medo, muito medo.

– AAAAAAAAAAAAAAAh!

Ouvindo o grito, Sofie abriu abruptamente os olhos.

– Hikari? – Foi a primeira coisa que, instintivamente, conseguiu pronunciar.

Olhou para a garota deitada ao seu lado na cama, que despertava, esfregando as pálpebras.

– O que foi esse grito? Que horas são?

Sofie não respondeu. Olhou para o beliche de cima e viu que Shermmie também despertava. Descendo os olhos, constatou que Anne não estava na cama.

E outro grito foi ouvido. Dessa vez, era de uma voz masculina.

– Que merda... – Rosnou Sofie, antes de levantar-se num pulo e correr quarto afora.

Confusas, Shermmie e Hikari a seguiram. No corredor, encontraram com Hayato, Sniper, Mau, Maire e Micaela, que também saíam de seus quartos. E todos correram para o salão. Lá chegando, pararam, estáticos, ao se depararem com Anne, cujo braço estava enroscado no pescoço de um rapaz, aplicando-lhe uma “gravata”.

– AAAArg, me soltaaaa! – Ele gritava, enquanto tentava se libertar.

Tratava-se de um jovem de vinte e dois anos, negro, de cabelos curtos, vestido com roupa social.

– O que ela está fazendo? – Perguntou Sofie, perplexa.

Hayato, parado ao seu lado, explicou:

– Ensinei isso a ela ontem: como matar um youkai quebrando o pescoço dele.

– Quebrar o pescoço? O máximo que ela vai conseguir é sufocá-lo.

– Eu disse que ensinei, não que ela aprendeu.

– Que palhaçada! – Irritada, Sofie se aproximou dos dois e olhou diretamente para Anne. – O que você pensa que está fazendo?

A loira olhou para Sofie, na intenção de responder. Com isso, o rapaz que ela atacava conseguiu se soltar, fazendo com que ela caísse no chão.

– Aiê! – Apontou para o recém-chegado. – Um youkai!

– Youkai? – Ele se irritou e voltou-se para ela. – Quem você é pra me chamar de youk... A Guardiã de Câncer?

Anne piscou, confusa.

– Como sabe?

Irritada, Sofie segurou o pingente da garota.

– Isso te diz alguma coisa?

Anne, então, olhou para o recém-chegado e reparou que ele também tinha um pingente como o dela. Reconheceu o símbolo lá desenhado:

– Guardião de virgem?

Sofie entrou na frente dela, ficando diante do recém-chegado.

– Ryan, não é?

– Sim. – Ele respondeu, com igual formalidade. – E presumo que a senhora seja Sofie Gautier.

– Sim. E seu irmão?

– Já está a caminho. Ficou para trás, só para variar.

Sofie fez que sim e deu meia volta, ficando de frente para Anne e os demais.

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