Capítulo treze - Casais?

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Shermmie pôs-se em posição de ataque, encarando o ser que se aproximava.

Ao lado dela, Anne estava apavorada:

– O que esse lobo está fazendo em Tóquio?

– Não é um lobo, é um youkai.

– Youkai?

Anne analisou melhor o animal. Não havia absolutamente nada nele que denunciasse não se tratar de um lobo normal. Atrás dele, logo vieram outros... Dois, três... Cinco youkais-lobo.

– Maldição... – Shermmie rosnou, encarando os "animais" que se aproximavam. – Fraquinha, é melhor voltar pra base.

– M... Ma... Mas... Eu não tenho energia. Não consigo abrir a porta que leva até a base.

– Você não tinha como ser um pouco menos inútil?

A canceriana não teve sequer tempo de processar aquelas palavras, antes que os lobos avançassem em direção a elas. Shermmie, agilmente, pegou duas estrelas ninja do bolso de trás da calça e as atirou em dois lobos; usou sua energia para disparar em outros dois. Entretanto, não teve tempo para evitar que o quinto youkai chegasse a elas. Anne foi rápida em empurrá-la e, assim, impedir que ela fosse atingida. Contudo, não teve tempo de também se afastar; tudo o que conseguiu fazer para se proteger foi colocar o braço direito à frente do rosto e cerrar os olhos, assustada. O que sentiu a seguir foram os dentes do animal cravando em sua pele, e o impacto do peso dele, que fez com que ela caísse no chão.

Logo após ser empurrada, Shermmie girou o corpo. Apanhou outra estrela no bolso e a arremessou em direção ao lobo. Assim que ele, tomado pela dor, abriu a boca, deixando de morder o braço de Anne, a Guardiã de Leão disparou contra ele uma rajada de energia, que pulverizou seu corpo em segundos.

Ao sentir mais um youki, seus olhos castanhos seguiram na direção da qual aquela energia emanava. Avistou um sexto youkai – Este com aparência semi-humana, com uma cauda e orelhas de lobo. Preparou-se para atacá-lo. Contudo, não teve tempo para isso, pois ele logo saiu correndo, numa velocidade absurdamente rápida.

– Volte aqui! – Shermmie gritou, autoritária. Correu até onde o youkai estava segundos antes, mas parou ao perceber que não conseguiria alcançá-lo. Olhou para o chão e viu que ele deixara cair um papel. Abaixou para apanhá-lo: tratava-se de um panfleto anunciando uma festa ou algo do tipo... Não tinha como ter certeza. Estava escrito em japonês e, apesar de seu domínio na língua falada ser impecável, nunca tivera muita paciência para aprender a escrita complicada daquele país... Também, seu pai nunca fora um professor dos mais pacientes.

Desviou a atenção daquilo ao ouvir o choro de Anne. Preocupada, correu até ela para ver se estava bem.

– Meu braço... Meu braço! – Anne gritava, chorando de dor. – Eu vou morreeeer!

Shermmie parou diante dela, fitando-a num misto de preocupação e surpresa num tal nível que a deixara completamente sem ação.



Algumas horas depois...

Anne gemeu de dor quando Maire passou em seu ferimento uma compressa de algodão embebida num líquido de cor esverdeada. Num canto do quarto, Shermmie observava aquilo em silêncio.

– Calma, menina. – Maire pediu, num tom de voz tranquilo e sem desviar a atenção do que fazia – Eu sei que isso dói um pouquinho, mas é necessário para cicatrizar a ferida.

– Tá doendo muito! – Anne reclamou, ainda chorando como uma criança. – Eu achei que eu fosse morrer...

– O veneno não é tão forte assim.

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