Capítulo cinco - Três meses

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– Estão dispensados. Não voltem antes do anoitecer. Ao final de uma semana, farei um teste para ver os progressos de vocês. Podem ir. – Ninguém se moveu. – Eu disse que podem ir.

Hikari levantou a mão:

– Desculpe, mãe... mas... ir para onde?

– Estão livres para escolher o local de treinamento.

– Está nos deixando “livres” demais. Achei que fosse nos orientar.

– Oriento, mas não faço escolhas por vocês.

Dizendo isso, Sofie se afastou em direção à porta. Hayato correu até ela, falando em voz baixa:

– Troque comigo.

A francesa piscou.

– Por quê? Gostou dela? Não acho que faça o seu tipo.

– Não seja boba. Quero é evitar que você mate a garota.

– Não vou matá-la. Apesar de ser o que tenho vontade de fazer.

– Deixe que eu cuido dela, senão você fica nervosa e acaba fazendo alguma besteira.

– Se eu a matasse, não seria besteira alguma. Isso é uma guerra e ela está do lado inimigo. 

– Ainda não tem certeza disso.

– E você tem alguma dúvida?

– Se ela estiver mesmo do lado deles, eu vou descobrir, é só questão de tempo. Só quero evitar que você fique nervosa e acabe colocando tudo a perder. Treine com a libriana e deixe que eu cuido dela.

Sofie olhou para Anne, enquanto pensava sobre a proposta. Ela, mais do que ninguém, se conhecia o suficiente para saber que Hayato tinha toda a razão: se ficasse sozinha com a “impostora”, acabaria perdendo a calma e a colocaria contra a parede, para que contasse tudo. E isso poderia pôr tudo a perder. O melhor a fazer seria deixar que a garota continuasse pensando que eles haviam caído em sua armadilha.

– Tudo bem. Mas tenha cuidado.

Hayato sorriu levemente:

– Pode deixar.

*****

  

Shermmie olhou ao seu redor. Não dissera uma única palavra desde que saíram da base. Deixara-se guiar por Sniper, para que treinassem onde ele achasse melhor. Para ela, pouco importava. Aquilo, em si, parecia uma grande perda de tempo, afinal, ela estava convicta de que não precisava de treinamento algum; estava mais do que pronta para qualquer batalha! E, ainda que fosse o caso, aceitaria treinar com qualquer pessoa menos arrogante que aquele inglês.

Pegaram um ônibus e, depois de vinte minutos de viagem, saltaram em frente à entrada de uma reserva ambiental. Entraram no local e, quase dez minutos de caminhada depois, pararam, no local que, no momento, Shermmie observava.

– Por que me trouxe pra treinar num buraco onde só tem mato?

– Não te parece óbvio?

Shermmie olhou ao redor novamente, antes de responder:

– Não.

– Para você aperfeiçoar sua energia, nada melhor do que estar num local onde seu elemento esteja em abundância.

– E dá pra me dizer onde meu elemento está em abundância nesse local?

– Que tal a terra onde pisa? 

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