Capítulo trinta - Última batalha

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Capítulo novo no ar!


Notas:

1- Segurem os forninhos (de novo!)

2- Não me odeiem. Eu não mato ninguém, que mata são os youkais! (sou uma autora boazinha, eu juro! <3 )

3- Ansiosaaaaaaa pelos comentários de vocês <3

4- Beijocas, seus lindos! <3

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Ela não entendeu o motivo daquele tapa. Nem, tampouco, poderia. Com apenas cinco anos de idade, Hikari estava no porão de casa, área até então "proibida" para ela. Tinha aproveitado que a mãe esquecera a porta de lá aberta enquanto saía para ir a um mercado próximo à residência para vas­culhar o ambiente, tentando desvendar os mistérios que eram guardados a sete chaves ali dentro. Só não contava que Sofie retornaria a tempo de flagrá-la ali. Nem poderia, ainda, imaginar que sua reação fosse tão radical.

– Okaachan... – Sussurrou a pequena, levando uma das mãos à face atingida.

Levantou o rosto, olhando para a mãe. Ficou assustada ao ver que estava sendo encarada com um profundo ódio. Ver tal sentimento nos olhos da própria mãe a fez começar a chorar.

– Por que tá com raiva de mim? Por que você não gosta de mim?

Sofie ficou calada e continuou a encarar a filha. Hikari arrancou o ves­tido azul que tinha encontrado naquele local e posto por cima das roupas e o largou no chão. Então, empurrou a mãe e gritou:

– Eu também não gosto de você! Vai ver só, um dia meu pai vai voltar pra me buscar e eu vou embora com ele, você vai ficar sozinha! SOZINHA!

E saiu correndo escada acima. Ao chegar à rua, continuou a correr, sem ao menos saber para onde estava indo. Até que, alguns minutos depois, chegou a um local que reconhecia. Era uma praça, onde brincava, às vezes, na volta do colégio, quando a babá permitia. Lá havia uma casinha de madeira, para onde ela correu, considerando ser o esconderijo perfeito. E ali ficou.

Enquanto chorava, abraçada aos próprios joelhos, observava as crianças brincando do lado de fora da casinha. Por vezes, sentia vontade de se unir a eles, mas não queria ser vista por ninguém. Queria ficar ali, para sempre. Dessa forma, sua mãe não poderia encontrá-la. Sabia que ela estaria brava. Hikari tinha consciência de ter feito algo muito errado, afinal, sua mãe nunca antes havia lhe batido.

Já eram cinco da tarde. Por isso, não demorou até cair a noite e, com ela, vir o cortante frio do início de inverno. Não fazia muitas horas que Hikari estava ali... Duas, três no máximo. Mas seu relógio biológico avisava que já havia passado do horário do jantar e, por isso, seu estômago reclamava de fome. Apesar do frio, também sentia muita sede em decorrência da corrida.

Com a chegada da noite, o movimento na praça reduziu consideravel­mente. Agora, ao invés de crianças, havia alguns casais de namorados, adoles­centes voltando da escola e adultos voltando de seus trabalhos, além de alguns vendedores com suas barraquinhas de comida. De onde estava, Hikari con­seguia sentir o cheiro de onigiri e ramen, e isso fazia seu estômago reclamar ainda mais.

Em determinado momento, ouviu passos e logo soube que alguém se aproximava. Sentiu medo de quem poderia ser. Sofie sempre pedia à babá que voltasse para casa com Hikari antes de anoitecer, e repetia as ordens à filha. Quando perguntada pela menina acerca dos motivos para isso, sempre explica­va que as ruas eram perigosas durante a noite, principalmente para uma crian­ça. Com isso, ela se encolheu ainda mais no canto da casinha, enquanto ouvia os passos se aproximarem mais e mais, até que alguém se abaixou em frente à portinha do local, mostrando-lhe o rosto. Hikari ficou surpresa: era sua mãe.

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