Jôse - Uma fugidinha.

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Depois que assisti ao filme da Bela e a fera, estou a dias sonhando acordada com a valsa dos dois, fico imaginando que se eu tivesse um vestido lindo como aquele, poderia sair valsando por aí, quem sabe Caio não dançaria comigo; embora ele seja lindo e bom demais para estar no lugar da fera. E eu sem graça demais para ser a Bela, talvez fôssemos o par ao contrário o Belo e a feia. Sorrio, só eu mesma para ter esses pensamentos idiotas.

O apartamento dele é muito limpo e arrumado, mesmo assim faço uma limpeza todos os dias, já que não tive coragem de voltar para casa daquela mulher ainda e Caio não permite nem que eu tente, nós temos muito medo do que ela pode fazer pra mim.

O telefone da casa toca e não sei se atendo ou não atendo. Penso um pouco e atendo.

- Alô.

- Oi Jôse, tudo bem aí?
- Ah; oi Caio é ... Está sim e aí no seu trabalho?
- Um saco, vontade de dar uma fugida daqui, posso passar aí te buscar pra ir comigo a um lugar? Você aceita?

Não entendo o cuidado dele comigo, sempre dando a mim o direito da escolha, mas se ele precisa de companhia para fugir com certeza quero ajudar.

- Claro, vou me trocar agora mesmo e te espero no saguão de entrada.

- Está bem, Jôse... só não use saia ou vestido está bem?

- Certo, devo usar uma calça?

- Não; pode ser um short está quente hoje. Poxa que sorte ele ter comprado roupas pra mim, quase que eu disse que não tinha um short.

- Está bem, até mais Caio.

- Até princesa.

Prendo a respiração por medo de suspirar feito uma lesada e iludida. Docinho, princesa, gata; é assim que ele me chama, quase tenho um treco cada vez que ele resolve me chamar desses apelidos fofos, porque somos amigos, tenho dificuldade com nossa amizade, eu gosto tanto dele que tenho medo de fazer qualquer besteira, até mesmo respirar errado, não sei se é certo mas eu não quero perder o vínculo que tenho com Caio jamais, ele se tornou meu porto seguro, meu anjo, meu am... Amigo. É isso amigo.

Coloco uma blusinha bonita rosé rendada e um short jeans desfiado, que a vendedora me ensinou que fica bonito em conjunto e com a sandália nude; por sorte até fiquei bonita com essa roupa, passo o pente com sacrifício no meu cabelo volumoso e prendo num rabo de cavalo.

Tomo o elevador e desço até o saguão.
Quando a porta do elevador abre vejo Caio esperando para entrar nele, saio e caminho alguns passos em sua direção, seu olhar percorre meu corpo e meu coração martela no peito, de repente me sinto nervosa com ele, mas não com medo, e sim excitada de uma forma que espera aprovação.

- Oi. Digo tentando não tremular os lábios.

- Oi linda, você desceu rápido, vamos?

- Rápido?

- É mulheres tendem a serem demoradas para se arrumar. Penso na minha aparência, cabelos e rosto então fico desanimada por lembrar que nem batom coloquei ou aquelas coisas que as garotas usam e ficam perfeitas para um passeio.

Encolho meus ombros derrotada, por ser essa porta que nem ao menos se arruma direito para sair com ele.

- Eu não tenho batom e aquelas coisas que as garotas usam no rosto, desculpe, você deve estar acostumado com mulheres que se arrumam melhor.

Caio olha pra mim como se tivesse nascido outra cabeça em meu pescoço.

- Está doida Jôse, se usar maquiagem vai esconder sua beleza natural, é por isso que você é linda, não usa nada artificial.

- Como assim artificial?

- Produtos que as pessoas compram para deixar mais bonitas mas não é original da pessoa, as mulheres usam cílios postiços, unhas postiças, sobrancelhas tatuadas e muitos outros itens que são artificiais.

- Você acha que ficam feias?

- Não, pelo contrário ficam lindas, mas não é o que são de verdade; por mim prefiro assim como você ou com pouca maquiagem. O correto é manter a linha do natural assim não assusta os rapazes quando lavar o rosto. Ele diz brincalhão e pisca pra mim, o que me deixa mais aliviada.

- Certo, vou me lembrar disso. Pisco lhe dê volta e ele se demora um pouco mais que o normal olhando para mim.

- Você está linda vestida assim.

Sinto meu rosto queimar e não consigo evitar que meus olhos molharem, pois Caio se importa comigo, e em como me sinto e sempre me elogia fazendo com que eu me sinta especial.

- Obrigada Caio você é sempre um anjo comigo. Toco sua mão e ele me surpreende puxando a para seus lábios e deixando um beijo quente e macio.

Fico confusa e sem reação, porque mais uma vez controlo minha respiração para não gemer com seu toque tão inebriante.

Confesso que estou ficando assustada com as coisas que sinto quando ele me olha, toca ou elogia.

- Onde estamos indo?

- Você vai ver e vai gostar.

Ele para o carro em frente a uma sorveteria e agradeço por estar vestida como uma jovem e não com minhas roupas velhas, pois o lugar está cheio. Não contenho meu olhar maravilhado para o local, e Caio percebe.

- Já veio aqui antes?

- Não só passei com aquela mulher, mas não compramos nada, ela só entrou porque acabou o cigarro e tentou encontrar aqui, eu tinha doze anos..faz tempo. A lembrança apaga um pouco meu entusiasmo e ele me puxa mudando meu foco.

- Vem vamos comprar o maior sorvete de todos.

Ele me puxa pela mão e não tenho tempo de remoer minhas misérias com essa mão mágica presa a minha.

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Que casal fofo gente 💖💖

Obrigada por ler Quero ser sua!

Beijos 😘😘😘 ...e até quinta!

Quero ser suaWhere stories live. Discover now