Caio - Tarde de sorvete.

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- O maior de todos?

Jôse fica tão empolgada que até eu estou me sentindo animado com o passeio na sorveteria, o valor que ela dá as pequenas coisas me fez abrir os olhos e ver o quanto sou um cara de sorte pois nunca me faltou nada, nem oportunidades.

- Sim. Digo segurando sua mão e só depois notei que tem mais ou menos dez anos que não ando de mãos dadas com uma mulher, e não; eu não larguei como um babaca, continuei segurando carinhosamente porque vê-la sentindo-se confiante e segura junto comigo, faz eu me sentir responsável e não consigo parar de desejar sua felicidade, ao menos um pouco de sua vida temos que recuperar, nem que para isso eu volte a me comportar como um adolescente.

- Vem vamos ali fazer nossa escolha.

- Caio não! E se a moça ficar brava?

- É self-service Jôse, aqui cada um faz sua escolha, se serve e depois pagamos, fica tranquila.

- Ah tá, então vou querer ...

- Caio que surpresa te ver aqui querido. Sabrina chegou chegando, e toda pavoa, eu mereço!

Ao mesmo passo que ela age com toda segurança e excesso de auto estima, jogando os cabelos negros de um lado para o outro na tentativa de ser sensual, o que funcionou com a galerinha adolescente na mesa ao lado mas achei desprezível seu comportamento exibida e oferecida. Jôse apertou minha mão e chegou mais perto de mim, como se eu fosse me esquecer dela ao meu lado, jamais faria isso, é mais fácil cair um meteoro do céu, ela é minha prioridade agora e percebi que pessoas como a Sabrina e muitas cópias dela com as quais me envolvi são vazias, mesquinhas e fúteis.
- Oi Sabrina, tudo bem? Disse envolvendo a cintura da minha garota e colocando distância e limites no avanço dela.

- Ah tudo, quem é ela? Logo sua segurança balançou e fagulhas de irritação foram direcionadas a Jôse, mas não quero isso para a garota que já sofreu tanto preconceito na vida. Corto a pavoa da melhor maneira que conheço sendo verdadeiro mas não idiota de expô-la.

- Ela é meu compromisso, minha prioridade. Não do jeito que ela está pensando mas é a mais pura verdade.

- Entendi, passar bem Caio; até qualquer dia desses, quando enjoar dela. Disse a bruxa raivosa apontando o dedo para Jôse.

- Então até nunca mais Sabrina! Eu disse entre dentes para que ela entendesse que perdeu a pouca consideração que tinha por ela.

Não percebi que tinha demonstrado tanta irritação perto de Jôse mas foi ela que me acalmou, com sua pequena mão acariciando meu peito e sussurrando perto do meu rosto com seu hálito doce.
- Calma Caio, ela é só uma perua mimada que nunca ouviu um não, obrigada por ficar ao meu lado.

Sem me importar com a casa cheia e platéia ao nosso redor puxei a para perto e deixei um beijo em sua testa, eu me sentia um trem desgovernado pronto para sair dos trilhos a qualquer momento, Josefine a garota humilde da periferia era doce, calma, linda eu poderia perder a linha a qualquer momento se não parasse de descobrir qualidades nela.

- Não me agradeça, por sorte você estava comigo, aquela mulher é uma bruxa inconveniente que consegui cortar hoje.

Seu risinho baixo foi gostoso de ouvir e voltamos a atenção ao freezer para escolher nosso sorvete, afinal minha missão é proporcionar um dia agradável a ela.

- Hmmm, morango com chocolate é o meu preferido!

- O meu também, porque você fica linda saboreando ele.

Os olhos claros dela me fitam assustados e seu rosto cora, então me dou conta da bela cantada que soltei sem nem perceber.

- Desculpa Jôse eu... ( Passo a mão no cabelo gesto comum quando fico nervoso) não quis ser abusado com você, só... Escapou. Digo arrependido e constrangido, não estou me controlando mais.

- Linda saboreando sorvete? Você bebeu Caio? Agora ela ria da minha cara, fantástico! Eu me tornei patético.

- Eu vou comprar uma água já volto aqui.

O melhor era mudar de assunto já que eu não sabia o que falar agora.

- Espera Caio. Ela segurou minha mão me obrigando a olhar para ela.

- Desculpe rir de você, não fica chateado comigo, estava brincando para disfarçar, eu fico tímida com seus elogios, eles são novidade pra mim; mas me fazem bem.

- Eu fui bem bobo mesmo, não precisa se desculpar.

- Porque?

- Você é linda de todo jeito Jôse. Digo mais descontraído, provocando o tom rosado em sua pele.

- Para seu bobo.

- Toda vermelhinha então, parece uma boneca.

- Assim vou entrar debaixo da mesa.

Nesse clima mais leve rimos, terminamos o sorvete, esqueci da minha água e voltamos para casa.

- Obrigado pela ajuda Jôse.

Ela franze o cenho não entendendo nada.

- Qual?

- Sua companhia me distraiu de problemas no trabalho, os quais vão me render mais trabalho e uma viagem indesejada.

- Nossa, você parece estressado mesmo, para onde precisa viajar?

- Estados Unidos, há um problema com o financeiro das empresas de Simon por lá e o contador parece estar fraudando dados para desviar fundos da empresa.

- Você quer dizer que ele está roubando?

- Sim, claramente nem desconfia que acompanhamos pela planilha online.

- Isso é difícil mesmo, já fui roubada um dia, mas me explicaram que não dá para fazer muita coisa, se não tiver provas.

- Roubo é um crime então só podemos acusar se tivermos prova.

- Quando você vai?

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Obrigada por ler, Quero ser sua.

Até sábado pessoal.

Mil beijos 😘😘😘

Quero ser suaWhere stories live. Discover now