Josefine - Vulcão de sentimentos.

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Chegamos ao apartamento bem cansados; essa coisa de fuso horário acaba mexendo com nosso organismo. Minha cabeça dá sinais de enxaqueca e o pior é constatar que estou prestes a menstruar por conta de alguns sinais do meu corpo. Talvez seja hora de visitar o ginecologista como Bianca sugeriu na nossa conversa outro dia no escritório.

" Você ainda não usa anticoncepcionais? Não fique sofrendo Jôse, as cólicas diminuem bastante, sem falar que não desregula o ciclo"

Agora a sugestão da estagiária, uma garota legal dois anos mais velha, que cursa psicologia focada no público empresarial, parece bastante pertinente, visto que estou sentindo até calafrios.

- Vamos descansar docinho, você não parece nada bem, o que está sentindo?

Caio como meu fiel protetor, segura meus rosto entre as mãos, acaricia com o polegar e me dirige um olhar ansioso.

- Nada demais é só cólica e enxaqueca.

- Cólica? Você ...

- Sim estou prestes... Corto o mas também não digo a palavra, parece íntimo demais para compartilhar com outras pessoas, não há um motivo, mas parece tão estranho, como é, falar de necessidades fisiológicas.

Ele assente em compreensão.

- Já volto.

Fico ali olhando para a porta se fechando boquiaberta, sem reação, simplesmente não entendi o que houve.

Resolvo que não é nada que eu vá entender então tomo um banho de banheira e coloco um pijamina leve, e me deito.

Acordo com beijinhos sendo distribuídos pelas minhas costas, pescoço e nuca.

- Voltei dorminhoca, esta melhor?

- Um pouco.

- Trouxe algumas coisas que você pode precisar. Franzo a testa não entendo nada.

- Coisas?

- Sim. Ele responde sorridente. - aqui está, tem chocolate, uma bolsa para água quente, remédios para dor e absorvente. Diz o ultimo com uma careta e sou obrigada a rir.

- E essa caixinha?

- São só camisinhas. Antes tivesse ficado calada, porque meu rosto aqueceu e até minhas orelhas queimaram, que vergonha!

- Certo, pode guardá-las então.

- São nossas docinho, deixe ai na gaveta ao lado da cama.

Parece bem contraditório mas me vejo feliz com a perspectiva de estar nos braços dele novamente, mesmo que um minuto atrás eu estivesse vermelha pelo mesmo motivo, no fundo; bem la no fundo achei que se tratasse de algo só dele e não estivesse inclusa nisso.

- Esta bem; e obrigada Caio.

Ele se aproxima mais e beija minha boca de uma forma muito carinhosa, depois se junta a mim na cama e declara.

- Vou descansar aqui com você. Quem sou eu para negar?

*********

Uma semana depois...

- Josefine? Paro ao ouvir Bianca me chamando no corredor toda afobada. Seus trejeitos para manter a compostura são engraçados.

- Oi Bianca, tudo bem?

- Você não veio trabalhar por mais de uma semana, o que houve; estava doente?

- Ah não, eu só...

- Amor; pode me fazer um favor? Ouço a voz de Caio distraído enquanto vem até mim do seu escritório, alheio a minha companhia.

-Oh! é a única coisa balbuciada pela estagiária espantada ao meu lado. Quanto fico entre os dois fica um clima estranho.

- Sim Caio pode falar.

Ele estreita os olhos pelo meu tratamento profissional e artificial, só então se dá conta de Bianca bem ali parada e paralisada pela descoberta até então oculta de todos.

- Poderia pegar um café pra mim já que vai descer?

- Claro, pode deixar.

- Depois eu falo com você Jôse, estou com pressa agora é...até mais.

Bianca sai como um foguete e não compreendo bem.

- O que deu nela será? agora mesmo estava me chamando pra conversar.

Caio arqueia a sobrancelha irônico.

- Conversa durante o trabalho meu amor?

- Ah deve ser isso então. Sorrio.

- Acho que ela ficou assustada quando me chamou de amor.

- E eu tenho certeza que precisamos agir naturalmente, qual o problema em todos saberem?

- saberem o que?

-Que você é minha namorada docinho, o que mais?

Levo um susto porque ainda não me curei da baixa auto-estima e não acredito que o homem que eu amo disse isso em alto e bom tom no meio do corredor da empresa, e que alguns olhares foram atraídos pelo que escutaram.

- Sou? digo de forma letárgica sem saber como reagir...feliz, tímida ou com medo de estar sonhando.

Antes que eu pisque acho que o ouço dizer: " tem razão, esqueci de pedir."

E no momento seguinte ele se ajoelha ali, lindo, maravilhoso de terno e segura em minha mão dizendo.

- Josefine, quer namorar comigo? Pessoas tumultuam o corredor e cabeças apontam das portas.

- Simmmm. Digo muito feliz incapaz de se preocupar com a exposição a todos os funcionários presentes. Ele não é sutil, sempre pensei que conseguiria ficar imune a esse tipo de
Demonstração de afeto, visto que em toda minha vida é a primeira vez que recebo amor.

Caio da seu sorriso mais charmoso e afetuoso e se levanta me levando para o alto com seu abraço. Um beijo doce e uma explosão de aplausos acontece.

Sorrio sem graça agradecendo com o olhar e vejo Bianca emocionada feliz por mim dentre os presentes. Nesse instante eu soube que ela seria uma boa amiga, aprendi que as pessoas que não comemoram nossas conquistas não devem ter nossa consideração de amizade.

" Eu amo você" ele sussurra em meu ouvido e meu coração se enche de algo mágico, uma paixão avassaladora que me torna um vulcão de sentimentos; alegria, amor, segurança, confiança e até auto-estima. Então faço algo que sinceramente nem eu esperava. Tomo seu rosto em minhas mãos e retribuo o afeto e em seguida peço:

- Me leva  pra casa, faz amor comigo? Seus olhos se abrem surpresos, depois ele sorri e torna pública minha intenção. O que me faz corar.

- Bom pessoal, vamos sair mais cedo hoje, temos que comemorar. Diz com uma piscadela descontraída e os poucos que permaneceram riem e assoviam, encorajando nossa fuga.

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Obrigada por ler " Quero ser sua"

Ótimo domingo!
Semana abençoada a todos vocês.

Gratidão a você querido leitor 💝









Quero ser suaWhere stories live. Discover now