Josefine - Saudade

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Alice insistiu tanto que cedi, santo arrependimento, não estou aguentando de tanta saudade de Caio e olha que ele não gostou nem um pouco da ideia de Alice e sua mãe, dona marisa; uma mulher que é a pessoa mais maternal que conheci no meio "mãe". A princípio ficar longe dele para gerar o frenesi do encontro pareceu boa, mas essas horas parecem mais que uma semana inteira, é mais do que posso suportar.

_ Que foi Josefine?- não está passando bem?

_ Não, eu preciso de uma dose de Caio urgente. Choramingo e Alice a desnaturada gargalha.

_ Não seja dramática garota! Ela ralha comigo. Irritada com sua forma de agir e pelos hormônios da gestação jogo uma almofada nela.

_ Espera aí Jô, não me avisou sobre uma guerra de travesseiro, seja justa comigo. Rapidamente e pula no outro sofá e pega duas almofadas de uma só vez e as atira em mim, ainda no clima de disputa agarro a última no ar e lhe atiro de volta, o que a faz erguer as pernas para o alto e mostrar a calcinha, coisa que a preocupa bem pouco.

_ Sua atrevida, abaixa essa saia que está mostrando seu útero, aberta assim. Resmungo.

_ Ah não seja chata Josefine, estamos deixando você e Caio com saudade, amanhã será seu dia de princesa, e a noite tcharãmm, lua de mel! Poderão ...é hu....misturar suas gosmas a vontade.

– Credo! Como você faz isso parecer feio Alice, nunca ouviu falar em fazer amor? Não misturamos "gosmas;" nos amamos e muito mais que sexo; é sentir-se completos ao lado de quem a gente ama.

Minha cunhada de repente fica cabisbaixa e toda sua animação se esvai, será que disse algo errado? E antes que eu me desculpe sem saber o motivo ela se abre.

_ Tem razão cunhada, vocês se amam, estou sendo escrota; sou muito inexperiente nesse campo e não entendo essa química, sentimento ou envolvimento, eu achava que amava meu ex namorado, mas, de repente, tudo acabou e ao contrário do que pensei, não sinto vazio algum, então creio que ele não ocupava um espaço tão importante aqui. Ela aponta para o coração.

Sorrio em apoio e dispensando que se sinta culpado pelo comentário.

- Tudo bem Ali, você ainda vai encontrar um bom homem e será recíproco e verdadeiro. Afago-lhe as mãos e ela nega.

- Não vou não, isso é uma dádiva para poucos, e a vida já me provou que não  mereço, prefiro ficar feliz por vocês, pelo Simon e a Inaê, pelos meus pais. Uma lágrima desce em seu rosto e também choro, ela limpa e me abraça, propondo um filme e pipoca antes de dormir, aceito, certa de que vai nos distrair de qualquer tristeza.

Depois do filme fui me arrastando para meu quarto, é horrível dormir sem meu anjo, mas em compensação não dá tempo de sofrer já que a gravidez me deixa muito sonolenta. Mas antes faço uma prece rápida pedindo que Alice também seja feliz, afinal ela é tão bondosa como meu noivo e merece ser feliz. Notei ela meio enigmática nesses dias, durante a noite, segundo ela, trocando mensagens com um novo amigo, Matheus se não me engano era o nome do rapaz, bem que ele poderia significar alguém importante para ela.

Acordo sentindo-me enjoada, assim tem sido meus dias. Meu brotinho cresce saudável, segundo o médico. Em meio o caminho para o banheiro, ainda lembro do sorriso de alegria do meu noivo.

Argh, que nojo. Limpo minha boca e me levanto devagar trêmula e com um suor frio em meu rosto.

" A bebê da mamãe, você bem que poderia parar com essa mania de me deixar enjoada, que tal começar com os desejos loucos e enlouquecer o papai?"

Digo baixinho acariciando minha barriga.

- Jôse? Oi...

- Aqui no banheiro.

- Vim te buscar para tomar café e para seu dia de princesa.

- Certo, vou me arrumar e já vamos. Sou simpática, ainda me recuperando, afinal Alice tem sido como a irmã que não tenho, merece meu melhor.

Conversamos de porta fechada e quando abro ela faz um v entre as sobrancelhas.

- Achei que você estava bem, parecia feliz, mas agora de olhando ... Uh parece que viu assombração, está pálida como o Frankstein, aff.

- Nossa quantos elogios, realmente me sinto a noiva do ano, depois dessa.

Ela gargalha.

- Não; você é "horrorosa" mas ainda tem jeito, o salão está sua espera, para te deixar "bonitinha".

Cerro meus olhos cheia de falsa indignação, com a peste da minha cunhada, e ela corre, rindo da minha cara.

Olho ao redor e fico fascinada, o lugar é lindo, maravilhoso, as pessoas nos atendem cheias de carisma e não é do meu feitio ser maldosa, mas "Estabelecimentos para rico, tratamento para rico." Desencano do pensamento mesquinho e devolvo a gentileza a quem nos recebe.

- Bom dia senhoritas, a reserva está em nome de quem?

- Alice e Josefine.

- Ah sim, o senhor Nígaro ligou pessoalmente.

Simon? Meu patrão!

Olho para Alice com aquela cara de inocente e logo percebo que ela fez drama ao todo poderoso. Só Alice mesmo.

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Obrigada por sua leitura.

No próximo capítulo, será o casamento.

"Beijos e abraços dêem muitos amassos"

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Quero ser suaWhere stories live. Discover now