Caio - Coração partido.

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Não sei se foram minutos, horas ou a noite quase toda, o fato é que ver aquele carinha jovem e bem posto abaixando para beijar Jôse me deixou louco, enxergando vermelho. Primeiro veio a raiva, o ódio desenfreado por acreditar e confiar outra vez em alguém, depois a dor dilacerante no peito, eu a amo pra caralho, e por último depois de sair da adrenalina de sentimentos ruins veio a culpa por lembrar do seu olhar, não tinha culpa, espanto ou ingratidão; ela estava chocada com minhas palavras;

Eu não acredito que fui cretino, filho da... E julguei sem direito a defesa minha doce Josefine.

Eles estavam tão perto, o filme da minha ex passou por minha cabeça, estava pilhado porque um colega disse que ela é jovem e gostosa e não ficaria com um único cara, que eu era um idiota de acreditar que ela não teria vontade de trepar com outros caras, sendo novinha e linda daquele jeito. Naquela hora eu desenhei do colega bundão enquanto tomava minha cerveja, mas depois aquelas palavras ficaram corroendo e minando minha confiança aos poucos e eu comecei me preparar para ver ela com outro, eu sabia que ia acabar acontecendo então quando ela saiu ao lado do tal Devan eu só queria gritar e magoá-la para doer nela como estava doendo em mim. Mas agora depois de chorar o suficiente, entendi que fui um patife, covarde e idiota por permitir que aquela semente ruim germinasse em meu peito e drenasse toda minha auto confiança. Agora perdi minha namorada por minha culpa.

Olho no relógio de pulso já passam das duas da manhã e sinto uma compressão no peito por imaginar minha Jôse correndo perigo nas ruas nesse horário.

Não sei onde procurar por ela mas vou ligar esse carro e dirigir por aí, tentar encontrar minha garota.

Mais de uma hora rodando e nada o peso da culpa ferindo cada vez mais; se eu não tivesse brigado com ela e sido burro! Soco o volante alheio a dor em minha mão.

Olho em meu aparelho celular e vejo uma notificação.

"Eu nunca trairia você Caio, nunca..."

Pego meu smartphone e ligo para ela. Toca uma... Duas... três e escuto sua voz fraquinha e triste.

" Alô."

" Docinho eu fui um babaca com você vamos conversar, eu preciso me explicar"

"Não, não precisa; eu entendo que sou filha de puta e as pessoas tendem a achar que sou como ela foi"

Um tapa na cara doeria menos, porque foi o que eu fiz, coloquei sua cabeça na bandeja.

" Jô, eu sei amor que pareceu isso mas não foi assim, me deixa te contar porque isso aconteceu, me permita se desculpar com você"

" Está bem..." Ela responde um pouco desconfiada.

" Então me diga onde você está"

" Estou longe, volte para casa dormir, amanhã não vou trabalhar; se depois de pensar bem você ainda quiser falar comigo, conversaremos, é bom um tempo para esfriar a cabeça"

" Eu não quero dormir sem você docinho, me diga onde você está; por favor!"

Ouço um soluço baixinho, e a resposta que estilhaça minhas esperanças.

"Quero ficar sozinha; estou magoada e você não é a melhor companhia porque não é diferente dos outros que acham que eu não presto, é só mais um numa fila enorme a qual eu tinha me esquecido. Tchau Caio"

Sem nada que eu pudesse fazer, derrotado e amargurado voltei para meu apartamento, frio, vazio e assustadoramente nebuloso; como se debochasse da minha dor, dor que nunca senti igual.

Porque eu fui tão precipitado? Se ao menos minha cabeça não estivesse tão imersa na auto comiseração por ter uma namorada linda e achar que ela teria outro, graças a uma conversa de bar.

Jogo a chave na mesinha de canto na sala e sigo para o sofá, jamais conseguirei fechar os olhos sentindo o cheiro dela em minha cama, enquanto seu lado está vazio.

Acordo num pulo, assustado pra caramba com algo gelado em meu rosto, quando foco minha visão vejo Alice rindo com um creme dental nas mãos.

- me diga que não fez isso sua peste?

- O que? Eu? Imagina não fiz nada? Só postei insta meu mano de castigo no sofá curtindo uma fossa.

Alice gargalha alheia a minha situação lastimável.

Sigo para o banheiro e contemplo minha cara de palhaço maquiada com creme dental, acabo rindo. Peste!

- E então vai me contar porque estava no sofá?

Primeiro quase sofro um enfarto ao escutar minha irmã na porta do banheiro, depois vejo o exato momento que seu rosto se contorce.

- Não acredito que vocês brigaram!

- Não brigamos, eu a perdi por ser um idiota irmãzinha, não tem jeito melhor de contar isso.

- Como? Você magoou aquela pessoa inocente e doce que ama, adora e venera  você? Puta que pariu; você é burro Caio!

- Olha a boca menina.

- Vá se forder!

Droga eu nem contei a merda que eu fiz ainda.

- O que aconteceu?

- Bem, um engano terrível....

Conto tudo cheio de desespero porque dificilmente ela vai me perdoar, e depois de dizer todos os palavrões que eu nem sabia que existiam ela  exige que eu resolva minha situação.

- Você vai atrás dela hoje mesmo, dar tempo é afastar a pessoa; cada dia que passa ela fica mais longe de você, ela estar tão desesperada como você meu irmão; contando os minutos pra te ver, ouvir você bater na porta, e implorar de joelhos para ela voltar.

Seus olhos ganham um brilho diferente cheios de diversão e entusiasmo então vem o ultimato.

- E se você não quer perder Josefine, leve um anel de noivado, será a prova de que você confia nela cegamente, como tem que ser! Seu bobão.

Minha irmã está enfurecida, mas é brilhante!

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Obrigada por ler Quero ser sua

Gratidão a vocês queridos 💝

Mil beijos😘

Quero ser suaWhere stories live. Discover now