Bônus - Alice

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Meu irmão foi atrás da Jôse e fiquei aqui torcendo por eles, morrendo de pena dela pela atitude idiota do ciumento que Caio se tornou. Espero que ela primeiro chute as bolas dele antes de perdoar, onde já se viu surtar por causa de um amigo da universidade.

Ando de um lado para o outro e desisto, nada nenhum sinal deles. Me jogo no sofá disposta a embarcar num filme qualquer com uma pipoca de microondas.

Meu telefone acende a tela numa chamada de Simon.

- Alô.
- Que medo é esse pirralha, sou eu o tio Simon.
- Eu sei tiozão é que suas propostas não são laser, sempre tenho que ficar séria, ereta e comendo uma miséria com esses ricaços insuportáveis.

Tapo meu ouvido para não estourar meus tímpanos com a sonora gargalhada dele.

- Você é uma peça cara pirralha.
Como Simon é um bom amigo para nós acabo cedendo.

- E que você gostaria de fazer hoje Alicinha?

Minha mente se enche de ideias.

- Pegar um vôo e ir para praia.

- Certo eu dou tudo isso por um favorzinho que vou pedir.

- Uhum. Quando ele amacia é porque vem chumbo.

- Preciso que você faça a recepção de um novo funcionário, seu nome é Matheus Alcântara. Preciso que o apresente nossa empresa, almoce com ele e o acompanhe até o hotel segunda-feira ele começa a planificação de acionistas pra mim e gostaria que de recepcioná-lo bem.

- E eu sou essa opção, fico grata pelo elogio, mas não quero passar meu dia com um velho chato.

- Ele tem a idade do seu irmão, foi muito educado quando eu e Inaê o conhecemos; só um pouco reservado, antes foi Alegre e comunicativo mas perdeu sua esposa num acidente e tem seus limites para diversão, ainda assim trata as pessoas muito bem.

"Viúvo aos trinta!"

Algo em meu peito se apertou e a vontade de cuidar desse Matheus Alcântara foi esmagadora, a sensação que ele é solitário e infeliz doeu em mim, não sei porque me sinto assim; se nem o conheço, mas vou ser uma boa companhia para ele.

- Tudo bem.

- Nossa Alicinha pensei que você fosse negar.

- Sua propaganda dele me convenceu.

Me olho no espelho e aprovo minha roupa, uma saia justa com babados na barra floral até os joelhos e uma camisete rosa lisa fechada e decente. Saltos nude e maquiagem discreta.

Lá vou eu bancar a anfitriã.

Chego no aeroporto com vinte minutos de antecedência e uso uma plaquinha com letras garrafais.

" MATHEUS ALCÂNTARA"

Fico ali ansiosa, por medo de perder o homem e decepcionar Simon.

Meu smartphone notifica uma mensagem e me distraio lendo o aviso de Caio de que eles estão bem e Josefine o perdoou e sorrindo levanto meus olhos para me deparar com um homem intenso que segue na minha direção e instintivamente tenho vontade de correr para longe, sua beleza e imponência me oprimem; sabe aquela sensação de que é demais pra você e o melhor é se afastar antes que eu pule em cima dele feito uma louca tarada? Pois é, estou me sentindo assim agora.

- Alice Arruda?

Ual a voz dele é grossa, rouca e gentil faz qualquer mulher virar uma poça estou fodida.

- Sim sou eu, prazer senhor Alcântara.

Ele pega minha mão e ao invés de apertar beija; seus lábios quentes e macios em contato com minha pele deferem arrepios por todo meu corpo.

- O prazer é meu Alice, me chame apenas de Matheus pode ser?

- Claro Ma-Matheus.

Depois dos primeiros minutos tensos a conversa fruiu bem e descobri que gostamos de muitas coisas iguais; café sem açúcar, fruta ao invés de doces, música pop, a noite e não o dia, o mar e não a balada.

- Então você está terminando o curso de direito Alice?

- Sim Matheus último ano.

- Já sabe onde vai trabalhar?

- O Simon me ofereceu um trabalho para ser auxiliar do Hiago Ferrari.

Automaticamente as sobrancelhas dele franzem parecendo reprovar a oferta que recebi.

- Hiago, o filho do Senador trabalha aqui?

- Sim, eles são muito amigos.

- Entendo; ele é casado?

- Sim, com aquela italiana influencer a Giulia Bonucci.

- Bom ele pode ser um bom orientador, espero que dê tudo certo Alice. Seus ombros relaxam quando lhe dou a ficha completa de Hiago, mas isso não deve ser preocupação, deve?

Sorrio, desprovida de um novo assunto.

Sua mão antes recolhida se estende e toca na minha com um carinho de seu polegar é íntimo e aquece meu peito borboletas sobrevoam meu estômago e a ridícula frase de romances clichês se torna real. Me sinto estranha, na cena errada, ainda assim sou eu aqui segurando nas mãos de um galã de novela mexicana.

- Obrigado pela hospitalidade Alice, foi bom encontrar uma companhia leve antes de me instalar aqui na cidade, podemos nos encontrar outras vezes?

Engulo seco mas nem espero para responder, Matheus foi muito agradável e também uma ótima companhia.

- Claro.

- Posso chamar o garçom?

- Sim, tudo bem.

Ele encerra nosso almoço, e seguimos para o carro alugado que levei para ele.

- Em breve precisarei de um lugar definitivo para morar aqui, não sou muito bom para isso, se não for abusar da sua generosidade; posso pedir sua ajuda para escolher Alice.

Seus olhos passando de gentis a tristes, a escolha de uma casa o arremete a um passado com sua esposa, consigo observar isso e sinto um aperto no peito.

- Eu te ajudo Matheus, no que você precisar.

- Não fale assim costumo ser muito sozinho, corre o risco que eu lhe peça companhia mocinha.

Meu coração acelera com esse ensaio de flerte, céus esse homem será minha ruína.

Chegamos ao hotel e depois do check in vem a despedida.

- Foi um prazer te conhecer Matheus, tenha boa estadia.

- Obrigado Alice, fique com meu cartão, deixe seu número comigo.

Trocamos as informações e cada um foi para seu lado.

A noite, estou praticamente cochilando no sofá quando recebo uma mensagem dele.

" Boa noite Alice. Durma bem!"

Com certeza...penso e sorrio antes de desejar lhe o mesmo.

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Obrigada por ler minha história.
Quero ser sua

Gratidão leitores 💝

Espero que estejam gostando.



Quero ser suaWhere stories live. Discover now