Capítulo 24 - Uma visita inesperada ♡

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    Estava frio quando saímos do aconchego do meu quarto, livre do meu ex-namorado maníaco por fama e atenção

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    Estava frio quando saímos do aconchego do meu quarto, livre do meu ex-namorado maníaco por fama e atenção. Não contei para ninguém sobre nosso encontro, apenas senti um alívio maravilhoso quando pude chorar sozinha na enorme cama com lençóis macios demais.

     Nossa estratégia para sair do Luxury sem causar muito alvoroço, foi usar um carro popular e sair apenas um veículo na frente, sem os carros enormes fazendo escolta. Pude ver os rostos ansiosos por trás do vidro fumê, segurando cartazes com frases de apoio e incentivo. Deixei que apenas uma lágrima escapasse, tentando não desabar na bancada de couro barato.

— Tudo bem, Cami? Você está quieta desde que deu aquela escapadinha de nós — Naty sorri com o capuz de seu pijama de unicórnio na cabeça, escondendo seu cabelo colorido. — Logo tudo vai ficar bem, prometo. Depois tiramos um tempo para agradecer o apoio dos seus fãs, agora Camille Campbell só precisa de descanso.

— Obrigada, Naty. Não estou conseguindo lidar com esse turbilhão de emoções agora, está tudo bem difícil, mas vai passar, sei que vou conseguir. Inclusive, teve notícias de Haneul? Quem era aquela mulher louca com ele? — bufo levemente irritada, abaixando a cabeça quando algumas pessoas cercam nosso carro, frustradas com a proteção e a reclamação do motorista que alegava ser apenas um funcionário.

— Aquela surtada é a mãe da filha dele. Uma cantora meio fracassada do Youtube. Só se envolve em tretas para ganhar fama, teve um único sucesso de um milhão de visualizações, mas ainda não sabemos quem é ela — minha assistente-amiga sorri e desdenha, buscando em seu Ipad algumas fotos da ex do Haneul. Finalmente temos algo em comum: relacionamentos complicados. — Amber Iseul é o nome da sua nova angústia. Relaxa, não rola nada entre eles. Descobri que o coreano tatuado vem fugindo dela durante todos esses anos.

— Não estou preocupada com isso, nós não temos nada. Foi algo casual, acabou quando saímos da ilha. — Me defendo frustrada, fixando minha atenção no trânsito e nos semáforos. Vamos trocar de carro em breve, assim que chegarmos num local seguro.

— Tudo bem, se você diz… Aposto que essa foto do Haneul com a ex e a filha não vai te interessar em nada — ela assobia, mexendo no aparelho eletrônico e o virando na direção contrária — Que família linda!

— Onde? — encosto nela e tento ver a tal foto, mas Naty gargalha e me sinto a pessoa mais idiota do mundo por cair nessa gracinha dela. — Vai se foder!

— Só algo casual, sei… — brinca, colocando os fones no ouvido e indo mexer no que quer que seja. Apenas desisto de saber de Haneul e resolvo me preparar para o que está vindo pela frente.

[...]

      Diferente do que eu imaginava, não retornamos para a mansão da minha família. Na verdade, fui levada para o meu apartamento na zona central de West Lake, onde Naty passava boa parte de seu tempo. Por causa do trabalho e dos eventos sociais, mal vinha aqui. Só pedi algumas alterações e fiz reformas, mas sequer lembrava de como estava antes.

    A mansão ainda é meu lugar seguro. Os seguranças me deixaram sozinha com Naty, dizendo que teriam que retornar para à mansão do meu pai, deixando apenas os irmãos franceses, Louis e Luigi com nossos guardas reais. Lembrei de Haneul me perguntando sobre o que eles estavam falando. Mas os idiotas estavam apenas zombando de Jeong por não ter percebido que estava sendo enganado. Como ele poderia saber, afinal? Não é todo dia que uma louca blogueira te filma e faz um reality online.

— E aí, curtiu as mudanças? — Naty pergunta quando entramos, ela está um pouco distraída mexendo no celular e dando risadinhas. Passamos tranquilamente pela segurança e pelas pessoas que não se importam com a fofoca que envolve meu nome. Neste prédio, tem gente muito mais importante e rica que a filha do magnata Campbell.

— Sim, ficou muito lindo — minto, sem fazer a menor ideia de como estava antes dos ajustes finais, mas acredito que ficou incrível. — Está conversando com alguém especial, é?

— Que bom que gostou, Cami. Deu bastante trabalho fazer as alterações, vem ver o quarto, sei que é isso que você quer, depois te mostro o resto. Naty deixa a mala de lado e sorri meio sem graça — Não, não. Apenas lendo algumas fofoquinhas.

    Eu só quero dormir e aproveitar o restinho da madrugada, antes que ela vire uma manhã caótica. Sorrio tentando não transparecer que não me importo muito com a decoração. Tudo está lindo e perfeito, da forma que eu esperava.

    O sofá cinza tem almofadas rosas e felpudas, combinando com o tapete da mesma tonalidade. A TV estava na parede creme, ao lado, quadros com frases e bichinhos fofos. A sala sempre era meu lugarzinho de mais capricho. Eu passava tanto tempo com a mamãe assistindo doramas, é a minha melhor lembrança dela, antes de a doença a consumir por completo, diminuindo seus sorrisos e aumentando sua dor.

— Hey, tudo bem? — Naty sorri, me ajudando com as malas e eu apenas as deixo num cantinho do corredor.

— Tudo sim, depois vejo o resto. Preciso dormir um pouco, estou cansada — confesso baixinho, vendo o lustre brilha como gotas de diamantes no teto.

    Seguimos pelo corredor, enquanto eu não dava muita atenção à cozinha planejada e com lindas panelas e eletrodomésticos cor de rosa. A minha casa da Barbie… Suspiro fundo e subimos as escadas de acesso ao meu quarto, já que Naty dormia no quarto de hóspedes no apartamento que agora tem mais a cara dela do que a minha.

    Este prédio tem uma boa localização, uma vizinhança reservada e silenciosa. Seus dezessete andares permitem que cada morador em seus diversos elevadores possam cuidar de suas próprias vidas. A sala é bastante espaçosa e há uma mesa de mármore para drinks que faz uma quebra entre um vão e outro. Tem três quartos, todos com banheiro, sobrando apenas o meu quarto como o maior. A sala de estar é bem ornamentada com enfeites e móveis caros. Poderia ser meu lugarzinho perfeito, mas mal tenho tempo de passar por aqui.

Me sinto uma estranha na minha própria casa, mas ao chegar no quarto parece que tem algo meu de volta. Minha enorme cama, livros, escrivaninha e meu closet parecem familiares novamente. Me jogo na cama e fecho os olhos, me agarrando aos travesseiros e almofadas cor de rosa. Suspiro novamente e apenas me embolo na confusão de tecidos, similar ao meu estado mental neste momento. Não demoro a dormir, o sono veio gradativamente.

— Camille! Meu Deus, acorda, menina! Você não sabe quem veio te encontrar, o Haneul! — Naty quase grita, resmungo irritada pelas brincadeiras dela e reclamo alto. — Eu juro! Não sei como ele te encontrou, mas eu já permiti a entrada, agora ele está na porta querendo te ver.

— Para com essas gracinhas, puta que pariu! Eu quero dormir! — reclamo e ela balança o celular quase no meu rosto. Nosso monitoramento de câmeras também era ótimo pelo celular. — Que merda! — corro para lavar o rosto e escovar os dentes, tentando ficar o mais apresentável possível. Haneul veio me ver, assim, tão de repente.

Não me importo mais com nada, só preciso vê-lo e abrir meu coração. Estava na hora de ser sincera com alguém que estou gostando de verdade, pela primeira vez na minha vida. Quase corro aos descer as escadas e quando chego até a porta, Naty me incentiva a prosseguir.

Estou perto de desistir, falta pouquinho… Crio coragem e abro a porta para uma badboy irresistivelmente lindo e cheiroso às sete da manhã. Não faço ideia do que ele quer comigo, mas meu coração se derrete ao observá-lo com um buquê de lírios nas mãos. Temos muito o que conversar, mesmo que ainda seja cedo demais para este encontro.

Haneul - O Protetor da Influencer (02/05 NA AMAZON)Where stories live. Discover now