Após uma emboscada, Julian Campbell decide afastar sua filha dos holofotes e deixá-la sob os cuidados de seu funcionário mais leal, que não suporta o estilo de vida dos Campbell.
Camille, uma famosa influencer, era a personificação de tudo que o bad...
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3 anos depois...
Muita coisa mudou desde o reality, desde o programa que revelou a farsa de Brendon e até mesmo o relacionamento de Camille e Haneul. Camille Campbell já não era mais a mesma e no fundo, estava adorando isso. Ela sumiu das redes sociais por um tempo, deixando seus fãs curiosos pela nova "Cami Camp" que estava vindo. Depois de meses num delicioso período de quase férias com Haneul, ela voltou cheia de ideias para dar uma cara a seu perfil. Com sua equipe de marketing e assessoria (incluindo Yuna que decidiu seguir neste ramo), Camille pode pensar em uma estratégia que não limitasse seu público a corpos irreais.
A loira criou uma rede de apoio para que homens e mulheres pudessem iniciar uma jornada de amor, respeito e aceitação de seus corpos. Claro que para os haters, ela queria apenas encher os bolsos de grana, mas não era do dinheiro que Camille necessitava. Haneul cansara dos vídeos engraçadinhos e com dancinhas (mesmo que Moon, agora crescidinha e com 8 anos, o obrigasse a dançar), mas até ele tinha decidido trilhar um novo sonho. Junto ao parceiro de trabalho John, os dois montaram uma empresa de segurança privada que estava fazendo sucesso em West Lake. Seja pela visibilidade de Jeong ou pelo empenho em entregar um trabalho impecável, as coisas estavam dando certo mesmo, ao ponto de Haneul e John recuperarem no primeiro mês o investimento inicial.
Julian Campbell tinha dado um tempo nas investidas amorosas, pois seus relacionamentos não davam certo ultimamente. No auge de seus 49 anos, ele precisou sair de férias da política e dos negócios para se encontrar novamente. Em seu coração, ele ainda não tinha esquecido o amor de sua vida, a mãe de sua primeira e única filha. Carla Campbell jamais sairia de seu coração e ele levara mais de vinte anos para aceitar isso. Por esta razão, férias e depois o foco total no trabalho iria ajudá-lo a manter a cabeça no lugar. De início, fora difícil digerir o relacionamento de sua filha com Haneul, mesmo com todas as polêmicas na ilha e as tensões que rondavam um processo judicial. O patriarca percebera que ninguém tinha feito sua filha tão feliz com Jeong, pondo um sorriso lindo e sincero que ele não via há muito tempo.
Yuna e Naty, não precisavam de desculpas ou meios para impedir a paixão que estavam sentindo. Yuna tinha tomado a iniciativa, apesar de ter medo, quando Camille e Haneul estavam na ilha, um laço de amizade tinha se formado e depois daquele dia, muito mais pôde vir. Naty nunca tivera muita sorte no amor nem no jogo, mas confessara que aquela asiática atrevida tinha roubado seu coração. O senso de responsabilidade, respeito e amor pela família tinham conquistado Naty de um jeito que ela sequer poderia imaginar. Ela saiu de casa muito cedo para fugir da repreensão e do conservadorismo, tinha em mente que deveria viver feliz e sozinha para sempre, mas a família de Haneul (agora sua família também), a fez pensar em novos sonhos possíveis.
— Que demora, papai! — Moon reclamou, enquanto Camille fazia cócegas em sua barriga. A garotinha sorria sem parar, agitando o corpo no sofá macio e com uma estampa floral.
— Calma, minha pequena! O papai estava trazendo a pipoca e o refrigerante — Haneul surgiu com uma camiseta branca e de bermuda jeans, confortável com suas roupas. O calor estava insuportável, ele não entendia como Moon conseguia usar uma fantasia rosa de unicórnio.
— Desculpas, apenas desculpinhas... — Camille assobiou, num complô com a garotinha. — Vamos acabar perdendo o filme. Vem logo, amor!
— Perdemos alguma coisa? — Naty surge de pijama levinho, ao lado de Yuna, com seu vestido levinho e cabelo escorrido. — Esse filme mais uma vez? Já o vimos tantas vezes, Moon.
— Deixem a garota da titia em paz! — Yuna sorriu e a menina correu para abraçá-la com força, como se não estivessem de férias na Baía das Pérolas há algumas semanas.
Moon tinha se viciado em assistir um dos vários filmes da Disney, seu novo vício era Rapunzel. Estava no seu dia de escolher o filme e ela não hesitou em rever o que tinha assistido na semana passada. Esse clima em família deixava a garotinha mais feliz do que ela conseguia dizer. Sua família parecia completa agora, com tanta gente pela casa. Ela adorava a bagunça, as conversas, as risadas. Há três anos a casa era silenciosa, com Haneul no trabalho e Yuna para cuidar dela. Na época, Moon não entendia muito bem sobre a vida adulta, mas agora sabia que seu papai estava amando uma linda garota.
— Vamos, gente. Hoje é o meu dia de filme! — disse animada, enquanto Naty e Yuna sentavam ao lado dela no sofá. — Vou dar o play!
— Ei, psiu... Vem cá... — Haneul deu uma piscadinha e chamou Camille para dar uma fugidinha. As luzes da sala estavam apagadas e Moon estava ansiosa demais pelo filme, não iria mais esperar um minuto sequer.
Camille sorriu e amarrou seu cabelo loiro num coque bagunçado. Seu vestido rosa e de um tecidinho leve fazia ela sentir um pouco do frio na tardezinha da ilha. Eles tinham tirado férias antecipadas e cuidado de seus respectivos negócios para ter esse tempo de lazer em família. Ficaram tão apegados uns aos outros que todos foram morar na grande casa de Haneul, grande demais para apenas duas pessoas.
— Um filme tem passado na minha cabeça desde que chegamos aqui — Jeong agarrou sua amada pela cintura e aspirou o perfume adocicado do pescoço dela. — Se eu pudesse voltar no tempo, naquele momento de raiva, provavelmente teria escolhido nunca vir para esta ilha.
— Pensei o mesmo também, parece que faz tanto tempo... — Camille sorri baixinho, tentando não perder o controle com apenas alguns beijinhos, que a incendiavam por dentro. — Fizemos tudo do jeito errado, mas no fim, fizemos dá certo. Você mudou bastante, Haneul. Sou grata por tê-lo em minha vida, feliz pela nossa família e por tudo que conquistamos.
— Nós dois mudamos, Camille Campbell — ele corrige com um lindo sorriso que derrete o coração da loira, tão apaixonada e entregue ao asiático à sua frente. — Eu te amo, obrigado por ser exatamente quem eu preciso.
— Eu te amo, Jeong — ela colou seus lábios aos dele e sorriu entre o beijo rápido — Achei que ia disputar você com a Amber. Por sorte ela só queria alguns segundinhos de fama e depois viajou para o Japão. Espero que faça sucesso e fique por lá mesmo.
— Ciúmes da minha ex? Só tenho olhos para uma loira incrivelmente linda que acorda ao meu lado todos os dias — ele segura a cintura de Camille com força, como se a blogueira pudesse escapar a qualquer momento. — Fico feliz que ela pode reconquistar a Moon, não fiz certo ao afastá-las, fui um idiota. Ainda bem que elas mantêm contato, apesar da distância.
— Que bom mesmo. Por falar em distância, espero que ela continue bem longe mesmo... — bufou e em seguida ouviu a gargalhada de Haneul, que a beijou enquanto o mar tocava seus pés.
— Eu só tenho olhos para você e para o futuro da nossa família. Nada mais me importa. — Os dois se beijaram de forma demorada e deixaram que a brisa fosse a cantiga deliciosa do amor deles.
Depois de algum tempo contemplando o mar, a paz e a serenidade da ilha que fora a testemunha do amor e do embate midiático de Haneul Jeong e Camille Campbell, o casal voltou para a sessão cinema em família e assistiu o filme mais uma vez, como se estivesse sendo a primeira. Uma troca de olhares os embalou por alguns segundos, como se pudesse congelar o tempo.
E naquele momento, tiveram a certeza de que nada mais os faria feliz do que estarem juntos e com a família que construíram. Assim como o amor deles, ela levou tempo para se moldar, para se estruturar e quando aconteceu, fora o melhor momento de suas vidas. Haneul soube naquele momento que se pudesse voltar atrás, não mudaria em absolutamente nada, mesmo com todas as coisas que precisou enfrentar, Camille fora a única pessoa que o fez ter coragem de sair de sua caixinha de aprisionamento. E para ele, não teria no mundo um presente tão singular quanto o amor e a família em um combo só, feito com muito carinho pelo destino.
