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Depois que passa das cinco o sol abaixa gradualmente, aparecendo apenas no fim do mar. Eu prendo a respiração quando vejo meu chefe sentar ao meu lado. suas pernas apertas, sua sunga marcada, eu facilmente transaria com esse homem se ele me chamasse pra cama.

Não acredito que eu seja o tipo dele, não mesmo, seu respeito por mim é apenas quando sua filha está perto, e eu compreendo isso. Eu me levanto juntando minhas coisas.

Sempre sonhei com um homem bom para poder me casar, a pressão que minha mãe me fez quando eu era jovem para achar um marido logo para poder sustentar a família, depois que ela morreu e eu fui para um abrigo, sempre parei para pensar qual seria o homem perfeito para casar. Primeiro, um homem rico, segundo, um homem que tratasse bem minha mãe, terceiro, um homem que minha mãe gostasse e aprovasse se estivesse viva, depois que fui adotada, esses ideias foram passando, percebi que minha mãe não era tão heroína como sempre achei.

Comecei a namorar com quinze, mais ou menos a idade na qual eu fui adotada pelos meus pais, depois eu larguei tudo e comecei a ir desesperadamente para festas, beijar milhares de bocas, transar com milhares de caras, depois que saí da escola tive apenas um namorado, que me tratou bem de certa maneira, mas nunca tivemos tanta conexão, ele queria ir para a casa da mãe todo final de semana, e quando eu contestava, dizia que queria almoçar com meus pais, queira apresentar minha sogra a eles, ele negava, dizia que ela não gostava de pessoas que não fossem de acordo com seu padrão, hétero.

Mas sempre tive muito receio em relação ao namoro, ao sexo. Quando eu era mais nova fui abusada por meu tio, e apesar de por um momento prometi a mim mesma que nunca transaria com ninguém, porque me sentia suja, um tempo depois comecei a ficar com qualquer tipo de gente, e foi bom, parei de me importar com muitas opiniões.

Mas agora estou focando em minha carreira, minha vida profissional, e acho que me relacionar com meu chefe iria apenas acabar com toda minha vida.

Eu enfio minha canga em minha bolsa e Aidan me encara com uma expressão sugestiva. Eu sorrio para ele e tento parecer normal, apesar desse seu corpo ser um desvio para qualquer olhar.

- Preciso ir. - Ele concorda e se levanta me ajudando a recolher minhas coisas, um ato tão pequeno, me fez questionar de seus comportamentos no trabalho. Por que? Tanta grosseria? Tanto ódio em minha pessoa? Não me lembro de ter feito nada que o deixasse com tanta raiva. - Obrigada.

- Não vai dar um último mergulho? A água está maravilhosa - Ele questiona e eu nego com a cabeça, não irei me render a esse corpo bonito e esse rostinho de porcelana. - Certo, gostaria de uma carona? Eu e Maria já vamos para casa.

- Ah, claro, gostaria.

Burra

As palavras saíram sem eu pensar! E de um segundo para o outro me encontro no carro do meu chefe, uma música ruim toca no rádio, mas ele deixa, questiono a mim mesma qual serão suas músicas favoritas, seu estilo de música favorito.

- Gosta de sertanejo? - Ele nega com a cabeça e eu sorri - Então por que deixou para que tocasse no rádio?

- Eu achei que estivesse gostando - Ele desliga o rádio sério e eu concordo com a cabeça. Sua simpatia acabou, claro que acabou. Eu respiro fundo e seguro minha bolsa com força. Olho para Maria que está dormindo no banco de trás e encaro as mãos de Aidan que mão seguram no volante, ele dirge de maneira linda, passando a mão pelo voltante, ajeitando o espelho. Seu jeito não combina com sua personalidade babaca, é assim que irei chamá-lo.

- Por que tem que ser tão babaca? - Eu solto e ele me encara, me olha de cima abaixo volta a atenção para a rua, eu tapo minha boca e eu não me responde.

- Eu sou babaca? - Nem me importo mas, concordo freneticamente com a cabeça.

- Sim! É você quem me humilha na frente de todos de seu restaurante, e você quem recebeu uma queixa por tratar mal seus funcionários, você quem me ignora e me trata como lixo! Você é babaca. - Ele me encara surpreso como se não soubesse de nada. Permanece calado e para no sinal vermelho.

- Eu não , você... - Ele não completa e olha para Maria dormindo, ele suspira e pisa no acelerador. - Vamos parar aqui. - Eu olho para uma casa e franzo o cenho e me encolho no banco. - Ele sai do carro e abre a porta para mim. Eu encaro ele por um tempo e saio do carro, observo ele pegar Maria no colo e abrir a porta do casarão. É sua casa.

- Eu não vou ficar aqui

- Entre, por favor - Eu encaro ele e o olho de cima abaixo, eu entro na casa e o vejo fechar a porta, Maria anda sonolenta pela casa e se joga no sofá cansada. - Eu vou pedir o almoço, fique aqui certo?

- Não, eu vou embora, me desculpe, eu não deveria ter dito aquilo, eu estou indo embora - Eu caminho em direção a porta e ele puxa meu braço. - Me solta! - Eu grito e ele suspira ainda segurando meu braço. - Eu mandei me soltar!

- Você pode esperar? Eu quero me explicar, não sabia que me via desse jeito - Ele solta meu braço e eu o olho de cima abaixo - Não precisa ser tão rude.

- Tão rude? Você é o próprio significado da palavra! O que você quer? Que eu diga que você é um chefe bom? Você sabe que não é, eu não me importo, se quer me demitir me demita!

- Eu não vou lhe demitir!

- Então me deixe ir embora - Me refiro a ele que está na frente da porta, ele coloca as duas mãos sobre meu rosto e me puxa para perto, seus lábios encostam no meu e eu me afasto, hesito e depois o beijo de volto, passo os braços por volta de seu pescoço e tento entender por onde sua mão percorre, por todo meu corpo. Ele puxa minha coxa esquerda e a junta ao lado de seu quadril. Ele beija meu maxilar e passa a língua pelo meu pescoço. - O que você... Por que...

- Cala a boca, por favor - Ele diz e me puxa para beija-lo outra vez.

Um amor puroWhere stories live. Discover now