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Acordei por volta das cinco da manhã, Maria já estava de pé, as mochilas nas costas e um arco de abelha na cabeça, eu me aproximo dela e sorri, o que eu tenho de mais sagrado, não acredito que vou ter que fazer isso.

Tudo o que eu tenho mais medo é perder Maria, que ela deseje morar com a mãe ou algo assim, não acho que isso vá se fato acontecer, mas é uma possibilidade. Eu me ajoelho em sua frente e amarro seu cadarço. Ela segura em minha cabeça e sorri para mim.

- Papai, podemos passar na barraca de doce?

— Você já não comeu doce demais hoje mocinha? - Eu desço as escadas e ela me segue enquanto resmunga - Fruta a senhorita não quer comer não é?

- Papai! Mas que saco! Eu quero doce, doce açúcar, não fruta ruim! - Eu rio de seu drama e pego sua lancheira, ela cruza os braços indignada e revira os olhos. - Pai!

— Diga princesa - Eu coloco seu sanduíche e suco na lancheira - É para comer a maçã. - Ela concorda e eu entrego a lancheira para ela - Me diz o que houve.

- Eu estou namorando - Eu franzo o cenho e nego com a cabeça - Papai peraí! Deixa eu terminar! - Eu nego com a cabeça e me sento no sofá tapando os ouvidos, ela ri de mim e sobe em meu colo tentando tirar minha mão que tapa meus ouvidos. - Papai! - Ela diz rindo. - Pai! Pai para!

— Não vai namorar e ponto! Que saco - Ela bate em meu peito e tentar tirar novamente minhas mãos. Sn desce as escadas e encara nos dois. - Linda me ajuda aqui.

- O que houve?

— Eu estou namorando! - Maria diz alegre.

- Não está!

— Estou! E beijei ela ontem! E me deu um beijinho na bochecha e um chocolate! - Eu me levanto do sofá e caminho até Sn, beijo a mesma rápido e caminho até a cozinha para preparar o café das duas. - Você quer que eu te apresente?

- Aidan, é uma criança, para de levar isso tão a serio.

— Criança não namora! - Eu praticamente berro - Muito menos minha filha - Eu viro o ovo na frigideira e Sn ergue uma sobrancelha.

- Se fosse um filho estaria parabenizando ele, dizendo coisas como "esse é meu garoto" Certo? - Eu encaro e suspiro - É você é de fato um machista.

— Certo! Certo, ok - Eu coloquei os dois ovos no prato das duas e elas me encararam - Vou conhecer a militante e depois vocês duas vão terminar esse negócio, vocês são amigas.

- Não! - Maria começa a birra - Não! Eu estou namorando! Estou! - Eu coloco o prato com ovos em sua frente e ela revira os olhos. Sn beija minha cabeça e a campainha toca.

— Ok Maria, pare de drama, eu irei pensar - Ela sorri e praticamente enfia o ovo na boca. Eu seco minhas mãos no pano de prato e caminho até a cozinha, eu vejo Fernanda na porta e suspiro, esqueci completamente que ela viria para levar Maria. - Espere um segundo. - Eu fecho a porta e caminho até Maria. - Maria meu amor.

- Oi papai.

— Lembra do que combinei com você ontem? - Ela concorda e sorri levantando com pressa.

- Eu vou conhecer a mamãe!

— Se comporte ok? - Eu digo pegando sua mochila e sua lancheira. - Eu não quero você desrespeitando ninguém. - Ela concorda e eu abro a porta, Maria vai nos braços de Fernanda.

- Oi - Fernanda sorri e olha para mim, ela agradece com o olhar e eu entrego a mochila e a lancheira para Fernanda.

— Tem que buscar ela às duas.

Um amor puroWhere stories live. Discover now