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Sn acordou cedo, algo que é mais raro de ver do que uma aurora boreal. O pior, ela acordou falante, animada, normalmente ela acorda com um péssimo mau humor, sempre acordou, mas quando perdemos o bebê ela piorou, mas hoje ela acordou radiante, me beijou por inteiro e disse que faria café da manhã. Não sei por qual motivo ela está assim mas sua felicidade me anima também. É sábado, ela passará o dia com os amigos, ela me convidou, mas achei melhor ficar em casa.

Não gosto nem desgosto de seus amigos, eles são bagunceiro, é algo que me irrita profundamente, e gritam muito, mas não é da minha conta, Sn está feliz com eles, então para mim tudo bem.

Quando desço as escadas vejo Sn no fogão, ela está muito animada, tem uma colher na mão e uma frigideira na outra, ela coloca a frigideira no fogão e corre até mim me beijando. Eu sorri para a mesma e tirei o cabelo de seu rosto.

- Por que está assim? Tão contente ah?

— Preciso te contar algo - Ela diz animada e eu espero, Maria desce com um elefante, faz barulho e quase cai da escada pela velocidade em que corre, ela me mostra o celular com uma banda de metal que irá fazer show em breve.

Maria disse que virou das trevas, que agora gosta de caveiras, de morte, de vampiros, isso tudo depois que ela assistiu crepúsculo, não entendo o que Rock tem haver com sua crise de identidade, mas ela diz que é por conta da energia.

Eu pego o celular de sua mão e leio com calma, é uma banda de metal para maiores de dezoito anos, anunciando sua vinda para o Brasil, ela me olha suplicante, desvio o olhar do celular para ela algumas vezes, eu devolvo o celular para ela e suspiro.

- Não. - Respondo caminhando até o fogão que Sn deixou ligado, eu o desligo e abro a janela. Ela me olha decepcionada e franze o cenho.

— Oh pai! - Eu nego com a cabeça e bebo o resto de suco de lanraja no gargalo. - Pai! Eu preciso ver esse show. - Ela diz, quando tive minha crise de identidade eu tinha dezesseis anos, por que ela tem que ter isso tão cedo. - Pai eu vou morrer se não ver esse show! Eles são minha vida.

- Não, não são, e não pode ir para esse show, e para maiores de dezoito. - Eu viro a panqueca que Sn está fazendo e ligo o fogo novamente, Maria cruza os braços e nega com a cabeça

— Eu posso ir com acompanhante pai! Por que você não respeita meu estilo? Se eu não ver esse show não vou ser fã de verdade! Eu preciso.

- Maria, você tem oito anos. - Ela revira os olhos e olha para Sn, esse é o jeito dela de conseguir coisas, primeiro me pede, depois pede para Sn.

Spoiler: Sn vai ceder.

Sn me olha e passo a mão no rosto, desligo o fogo e coloco a panqueca em seu prato. Eu não mereço passar por isso, eu não mereço. Ela continua me encarando, eu passo a mão em minha têmpora e concordo com a cabeça.

- Ok! Que seja, mas eu não vou te levar.

— Yes! - As duas comemoram.

- Estão todos contra mim nessa casa! 

— Isso é mentira - Sn diz me roubando um beijo - Termina de fazer as panquecas, - Eu concordo e ela tira o cabelo de meu rosto.

De vez enquanto ainda me pergunto como consegui conquistar uma mulher dela, mas para mim isso não importa mais, tudo o que importa é que ela está comigo, e por mim, isso não vai mudar. Quero passar os resto da minha vida beijando a mesma boca, apenas a boca dela. Quero acordar de manhã e ver Sn descabelada do meu lado, é o que eu desejo para o resto de minha vida, as duas mulheres que eu mais amo na vida, minha filha e a Sn.

Tenho pensando bastante em casamento, mas ainda estamos superando, Sn ainda está sofrendo e eu sei disso, não quero jogar outra coisa em suas costa, irei esperar um pouco mais para poder pedi-la em casamento.

Um amor puroOnde histórias criam vida. Descubra agora