Criação e Destruição

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Hello peoples! Tudo bem?
Eu disse que seria mais rápida nas atualizações, então dito e feito! Fiquem com este capítulo de esperança e dor (Sim, estou rindo de forma maligna).

Boa leitura! ❤

×××××


Em frente a um Cyber Café pouco popular, uma limusine de cor preta com os vidros revestidos de uma película que impossibilitava os curiosos verem o interior.
A mulher ali dentro secava as pérolas que molhavam sua face com as palmas da mão. Prendeu  seu cabelo de ouro em um coque e vestiu seu lenço de cabelo branco. E por fim, colocou seu óculos escuro sob os olhos. Não fazia parte de seus planos ser reconhecida, ninguém deveria saber o que ela estava prestes a fazer naquele café.
– Dê uma volta na quadra Albert, não quero chamar atenção. Te ligo quando precisar me buscar. 
O motorista, que era alguém muito calado, se limitou a responder com um aceno de cabeça.
A loira segurou a alça de sua bolsa e a ajeitou em seu ombro. Com certa pressa, abriu a porta do veículo e saiu para a rua. Olhou para os lados vendo a movimentação e baixou a cabeça e então adentrou o estabelecimento.
Lá dentro cheirava a café expresso e a chocolate quente, no local podia-se ver adolescentes com computadores aproveitando o Wi-Fi de graça para fazer trabalhos ou simplesmente matar tempo.
Se direcionou a uma das mesas mais afastadas, que era próxima às janelas e se acomodou ali.
Não demorou muito para uma mulher jovem de aparentemente 18 anos com cabelos ruivos compridos vir atendê-la. Emilie evitou o contato visual a todo custo e pediu um café com leite que foi entregue de forma rápida.
Ela tamborilou os dedos sobre a mesa. Estava ansiosa e nervosa, aquilo tinha que funcionar. Ao menos uma pista, qualquer coisa poderia ajudá-la. Esperava que ela viesse, segundo Nathalie, sua futura companhia morava em outra cidade.
A atriz ergueu os olhos para a abertura do lugar ao ouvir barulho de passos. Embora nunca a tenha visto na vida, a reconheceu no mesmo instante pelas descrições de Nathalie.
A mulher aparentava ter uma boa idade, talvez 60 anos, embora pudesse ter muito mais, os cabelos grisalhos estavam presos em um coque perfeito, os olhos eram verdes escuros, usava uma espécie de terno marrom que abria-se como um vestido - vestida daquela maneira, Emilie poderia facilmente suspeitar que a idosa era uma detetive dos anos 70. E então seus olhos bateram no broche com o emblema chinês, confirmando suas suspeitas. A atriz perdeu o ar ao ver a idosa se aproximar de sua mesa, era ela. Tinha certeza.
A mais velha parou ao lado da loira, deu um sorriso simpático e se sentou defronte para ela.
– Senhora Lenoir? – Balbuciou Emilie.
A Lenoir assentiu e estendeu a mão para a mulher. – Olá Emilie. – Lhe deu um aperto de mão. – Pode me chamar de Marianne. Não sou tão velha assim.
– Oh é claro, me desculpe.
Marianne deu uma leve risada e se ajeitou melhor na cadeira com as pernas cruzadas.
– É um prazer finalmente conhecê-la, Emilie. Foi uma excelente heroína em seu tempo, mesmo agindo nas sombras.
– Obrigada. – A loira franziu o cenho. – Mas como sabe disso?
– Tenho meus métodos, menina.
 Emilie levantou uma sobrancelha, era estranho ser chamada de menina, porém ela precisava se lembrar que a mulher a sua frente era realmente muito velha.
Suspirou, a mulher era misteriosa, tinha que afirmar isso. "Tenho meus métodos" mas o que raios isso queria dizer?
A Lenoir deu uma pequena risada ao notar a careta de confusão da loira.
– Quis dizer que não foi muito difícil de adivinhar. Depois que descobrimos a identidade de Hawk Moth, não foi muito complicado descobrir o motivo da senhorita ter desaparecido.
Emilie arregalou os olhos para a mulher, ela estava incrédula. Como Marianne era capaz de se lembrar daquilo? Ninguém em Paris tinha noção do terror que abominou aquela cidade. 
– Como sabe disso, pensei que estaria sem suas memórias!
Marianne deu de ombros, como se aquele fato fosse irrelevante.
– Tenho mais de 100 anos de idade. Precisam de mais que memórias falsas e esquecimento para me enganarem. Tenho conhecimento dos miraculous há muito tempo, meu pai foi portador de um. Acabei aprendendo alguns feitiços aqui e ali, nunca pensei que fosse usar um de fato. Mas depois de Fu ter perdido as memórias, não quis me arriscar a ter o mesmo destino e esquecer tudo o que passamos juntos.
– Nossa, – Emilie piscou espantada – a senhora foi realmente muito foi muito esperta.
– Agradeço. Mas não creio que tenha me procurado apenas para jogar conversa fora. Então, conte-me no que posso ajudá-la?
A atriz assentiu e deu um sorriso triste. – Se a senhora não perdeu as memórias, então deve se lembrar do meu filho Adrien.
Marianne maneou a cabeça em afirmação. – Um rapaz com um coração de ouro, uma pena o que tenha acontecido com ele, lamento muito por isso  Emilie.
A loira suspirou tristemente antes de voltar a se focar na conversa. Um aperto dominou seu coração, era sempre complicado falar de Adrien.
A loira sem responder diretamente a pergunta, puxou sua bolsa e pegou o que queria de dentro dela, segurou o aparelho e deslizou a mão pela sua face lisa.
– Isso era de Mestre Fu. – Ela murmurou.
Escorregou seus dedos sobre a tela e desbloqueou o tablet, e enfim abriu a galeria. Marianne fez uma cara de espanto ao ver o conteúdo do tablet.
– Isso realmente é…
Emilie assentiu – São fotos das páginas do livro de feitiços e isso não é tudo, algumas estão traduzidas. Hawk Moth e Mayura o conseguiram há algum tempo. 
– Quando Fu deixou de ser guardião. – A idosa terminou raciocinou. 
– Exato. – Sorriu a loira. Sorriso esse, que desmanchou-se vagarosamente. – Enfim, estou aqui porquê... Preciso ajudar meu filho.
Marianne sentindo dor, negou tristemente com a cabeça. – Oh minha querida, não existe um método de trazer Adrien de volta, o preço já foi cobrado.
– Não. Não pode ser, tem que haver um jeito!
Emilie sentiu as lágrimas querendo se formar em seus olhos, e seu coração de mãe se apertou de imediato no peito.
– Emilie, sinto muito. Mas não há.
– Não... – Murmurou em langor. – Talvez eu possa ir no lugar dele, eu não me importo.
Marianne suspirou. – Isso não é possível, ele já se foi por você, isso não pode ser desfeito. Faz parte do equilíbrio.
A essa altura a loira já tinha suas lágrimas caindo descontroladas, tirou seus óculos escuros revelando seus olhos verdes que se encontravam atormentados.
– Por favor, Marianne não fale isso. A senhora não entende, ele ainda está vivo. Eu sinto isso no meu coração, ainda deve haver um jeito. – Ela pôs a mão sobre o peito, e então, deu um olhar tão triste e profundo que partia o coração de qualquer um. – Talvez se a senhora apenas olhar um pouco o livro, possa encontrar algo que ajude. Ou então deve haver algo que seu esposo ou seu pai tenha te contado sobre o poder absoluto. Qualquer coisa... Por favor...
A Lenoir respirou fundo e analisou a loira, era óbvio que ela sofria. O Marianne não gostava de ver os outros sofrendo, era algo que dava um nó em sua garganta. E ver alguém tão boa como Emilie sofrendo era tenebroso.
Fitou o tablet em cima da mesa e ficou receosa, ela não era a Guardiã, não podia ler o livro, mas talvez pudesse dar uma olhada…
– Vou ver o que posso fazer, porém não prometo nada.
– Obrigada. – Disse Emilie entusiasmada, e com as costas da mão secou suas lágrimas. – Muito obrigada.
Ainda possuía esperanças, relaxou seus ombros antes de ficar tensa novamente. Embora houvesse convencido Marianne, aquele não era o final de seu pedido. 
– Tem mais uma coisa que precisa ver.
Marianne assentiu vendo a mulher abrir sua bolsa e tirar algo de dentro.
– Sei que é perigoso. Mas precisava trazer. 
A Lenoir perdeu ao ver do que se tratava.
– Não devia trazer isso aqui! – Murmurou ríspida.
– Desculpe... Mas não sabia o que fazer. E essa pode ser nossa última esperança!
Emilie colocou o objeto sobre a mesa, e devagar o aproximou para a mais velha vê-lo melhor.
Marianne negou com a cabeça e olhou para os lados analisando se alguém lhes observava.
– Mesmo assim. Se Gabriel der falta disso, você está perdida. E isso não nos pertence, é propriedade da guardiã.
– Por isso talvez seja melhor devolver a ela.
Marianne olhou incrédula para Emili, ela estava disposta a arriscar sua segurança por um bem maior. De novo. Até onde a bondade e o amor da loira iria?
– Perdoe-me, mas tenho que voltar para casa antes que Gabriel note minha ausência, vou deixar essas coisas com você. Tem meu número e o de Nathalie, nos ligue quando precisar. – A loira se levantou da mesa e encarou a mais velha. – Até mais Marianne, foi um prazer te conhecer.
Foram as últimas palavras dela antes de virar as costas e sair andando.
Marianne ficou em silêncio total. Apenas encarando a caixa de madeira com o emblema dos guardiões dos miraculous desenhada perfeitamente.
Esticou o braço e guardou o objeto se direcionando até os banheiros do Cyber Café. Abriu uma das portas e se trancou sozinha dentro do toalete. Abriu a caixa de madeira de forma tensa e cautelosa.
E então um brilho avermelhado a cegou por alguns segundos. E quando voltou a ver melhor, duas coisas magníficas se revelaram diante de seus olhos: Os brincos de Ladybug e a kwami da criação.

Remember meTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang