Amor e ódio

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Como assim eu não postei isso faz maior tempão??? Kkkkk

Enfim, esse é o antepenúltimo capítulo.
Boa leitura!

***

Nervosa.
Era a palavra perfeita para descrevê-la. Não se lembrava desde a última vez que se sentira tão eufórica e ansiosa. Seu futuro e de toda Paris estava em suas mãos e na de seus amigos. E isso dava medo.
Engoliu em seco, aquela não era hora de se sentir incapaz e insegura. Não tinha mais tempo para isso. Precisava agir.
Fitou por segundos o pequeno objeto em sua mão entregue a ela por Alya, a morena sorria satisfeita e orgulhosa enquanto era abraçada por Nino.
- É ele mesmo. - Ela murmurou, esperançosa. Ergueu seu olhar para os amigos. - Obrigada, não sei o que faria sem vocês...
- Não tem o que agradecer, cara! - Nino sorriu e apertou seus braços ao redor de Alya a fazendo dar uma pequena risada.
- É... Não precisa nos agradecer. - A blogueira abriu um sorriso enorme e analisou sua amiga com os olhos brilhando em divertimento. - Qual o próximo passo?
Marinette suspirou, abraçou a si mesma e desviou os olhos para o chão. - Não posso pedir que façam isso, já se arriscaram muito. É algo que preciso fazer sozinha.
- Mari... - Alya falou, com um sorriso encorajador nos lábios. - É minha melhor amiga, queremos te ajudar. Não importa o tamanho do risco.
- Eu não sei.
- Ah qual é?! - Nino ditou. - Quando te deixamos na mão? Vamos você querendo ou não.
A azulada sorriu pequeno, e sussurrou um obrigada. Seus amigos a apertaram em um abraço em grupo.
Em seu íntimo ponderava, tudo que poderia dar errado. Não queria nem aguentaria que eles saíssem feridos, não de novo... Estava receosa, aquela era uma decisão dela, afinal, ela era quem devia pagar o preço.
Sentiu uma mão em seu ombro, avistou com a visão periférica a que ela pertencia. Nathalie sorria. - Vai dar tudo certo.
Ainda era uma surpresa para ela e todos sua mudança de lado. Porém todos a entendiam, tudo que ela fez foi por amor. Não era tão diferente Marinette no fim das contas.
O grupo se virou e ficou de frente para a grande mansão, a mais velha os liderou até a entrada. Ela abriu os portões com sua chave reserva, e os indicou para ficarem contra a parede em um ponto cego das câmeras. A mulher adentrou o lugar e os chamou um por um.
Marinette respirou aliviada ao finalmente se ver longe daquela entrada, olhou para frente e observou o grande jardim com gramas verdinhas e flores bem cuidadas, a mansão era ainda mais esplêndida, sua pintura branca e a decoração impecáveis.
A azulada engoliu em seco, teria ficado parada apenas fitando o lugar se Nathalie não tivesse chamado sua atenção. Eles andaram até os fundos do local, e chegaram a uma janela que aparentava dar a cozinha.
- Pulem. - A Sancoeur indicou. E todos a obedeceram.
Assim que pisou seus pés no chão, pode sentir o cheiro de comida sendo preparada. Sua barriga roncou, não comia nada o dia inteiro.
O lugar era uma cozinha moderna, e perfeitamente limpa. Bolos e outros doces enfeitavam os balcões estilosos. Pode ver Nino esticando sua mão em direção a uma das formas recheadas com bolinhos, Nathalie lhe deu um olhar repreensivo e Alya deu um tapa em sua mão. O Dj churumingo.
Andaram até a porta em silêncio e se entreolharam.
- Não podemos passar. - Nathalie soltou um murmúrio e fez uma careta.
A Dupain-Cheng logo notou o porquê, Gabriel Agreste estava parado na sala, seus braços circundavam a cintura de Emilie que fazia uma cara de nojo e tentava de afastar. Percebeu que eles conversavam com mais alguém. Soltou um som de espanto ao perceber Chloé Bourgeois parada no topo da escada cantando e Luka Coffuaine parado ao seu lado com um sorriso constrangido.
A Dupain Cheng respirou fundo, e tentou chamar a atenção de seu amigo com pequenos sinais e sussurros. Demorou um tempo, porém Luka finalmente os viu, ele pareceu pensar por instantes e cochichou algo no ouvido da loira.
A mesma olhou na direção deles, e deu um sorriso sarcástico como se dissesse: "Parece que vou ter que salvar a vida de vocês perdedores. LOL!"
Ela começou a cantar uma nota aguda e se aproximou da beira da escada. E em um ato, a qual eles não sabiam se era planejado ou não. Ela caiu escada abaixo, rolando de degrau em degrau.
- Chloé! - Luka gritou e correu em direção a burguesa, sendo seguido por Emilie e Gabriel.
Ela deu um grito de dor, e segurou sua perna direita com uma mão enquanto a outra tocou sua testa com a palma virada para cima. Enquanto o roqueiro a aparava por trás.
- Aí minha perna! Eu estou vendo uma luz! Sou jovem demais para morrer!
- Pare com isso, Chloé! - Gabriel falou. - Tenho certeza que não vai morrer por isso.
Os jovens olhando pela porta soltaram risadinhas, Chloé os olhou com raiva e Luka indicando com os olhos para eles passarem de uma vez.
Eles passaram pela porta, andaram pelo extenso corredor sendo empurrados por Nathalie que os apressava a cada segundo. Chegaram a outra porta que dava a um cômodo que se assemelhava a um escritório.
- O que está fazendo? - A Dupain Cheng questionou, ao ver a Sancoeur digitando em seu celular.
- Eu estou mandando uma mensagem para Emilie. Ela vai nos ajudar.
Nino fez uma careta. - Vai é?
- Sim! Ela está nos ajudando a muito tempo.
- Há! - Alya gritou. E todos fizeram um sinal de silêncio com os dedos. - Eu sabia! Estava certa desde o início! - A morena cochichou comemorando.
A azulada respirou fundo e deu uma varredura pelo cômodo. Sentiu um calafrio se apossar de sua espinha ao ver Nathalie se aproximar do quadro pintado a óleo de Emilie Agreste. A mulher abriu uma portinhola e revelou um cofre que foi aberto em seguida.
- Aqui! - Nathalie disse chamando a atenção de todos.
Eles se viraram e analisaram a mulher, os corações disparados, todos tensos e ansiosos.
Na mão da secretária, jóias reluziam. Alya foi a primeira a se aproximar a passos lentos, sua cara demonstrava choque e surpresa. Parou a frente da Sancoeur e retirou da palma de sua mão um pequeno objeto. Soltou um gritinho, o levou até seu peito e lhe deu uma espécie de abraço.
Marinette sorriu para a amiga, que colocou o colar no pescoço revelando sua kwami. Alya chorou de felicidade.
A mestiça permaneceu parada vendo seus colegas colocarem seus miraculous novamente, e deu graças a Deus ao nenhum desmaiar, e apenas reclamarem de dor de cabeça.
Ela andou até o quadro e parou ao lado de Nathalie que fitava o mesmo de um jeito temeroso. Marinette pôs sua mão sobre o ombro da mesma que sorriu pequeno, sabia que ambas no momento sentiam os mesmos sentimentos.
Medo, incerteza, esperança... Todos misturados às causando calafrios, estavam próximos do fim, a apenas alguns metros dele. E não poderia se acovardar.
- Você é a certa. - A mais velha murmurou.
- O que? - A adolescente perguntou.
- É a garota certa para Adrien. Me desculpe por ter duvidado disso. Hoje vejo que você faria e fez de tudo por ele.
Marinette foi pega de surpresa com a resposta, seu coração falhou uma batida. Se lembrava vagamente de Nathalie não apoiar o namoro dos dois e juntamente com Gabriel e tentar os separar de toda maneira, talvez todos fossem planos para a akumatizar. Porém Marinette sempre soube que a opinião dela importava, afinal aquela mulher era como uma mãe para Adrien, e ela cometia erros. Muitos erros. Mas era bom tê-la ao lado deles. Moveu os lábios em um sorriso emocionado e sussurrou um obrigada.
Nathalie ergueu suas mãos para o quadro e pressionou botões.
E antes sequer de Marinette respirar, as duas foram sugadas pelo chão. O elevador bateu contra o chão de concreto fazendo pequenas pedrinhas se moverem.
A Dupain-Cheng caminhou para fora do elevador com o coração disparado e analisou cada canto do local. Era vasto e escuro, possuía um aspecto cavernoso, o ar tinha um estranho cheiro de água, e terra como se um lago estivesse pelas proximidades. Algumas janelas com formato de borboletas forneciam uma luz quase inexistente do pôr do sol, uma ponte de metal era presente na paisagem. Seu coração quase saltou pela boca e o ar se tornou rarefeito, de seus olhos lágrimas escorreram.
Seus pés se moveram automaticamente, totalmente fora de seu controle. Não soube ao certo quando seus passos ficaram acelerados, com o destino sendo o final daquela ponte. A cada passo dado, luzes brancas se acendiam com sensores de movimento iluminando o local lhe dando uma vista melhor. Isso a impulsionou a se locomover mais rápido, ao ponto de quase correr. Ao finalmente chegar onde queria, seu corpo já tremia de nervosismo e as lágrimas já desciam incontroláveis.
Sua mão direita tremeu enquanto era erguida lentamente, suas palmas tocaram o vidro limpo da cápsula branca. E ela admirou assombrada a visão.
Adrien Agreste, o amor de sua vida, deitado em seu interior como quem apenas dormia naquela espécie de caixão, que ironicamente o mantinha vivo. As roupas deles rasgadas e sujas de fuligem e barro. Os cabelos rebeldes bagunçados. Os braços apoiados sobre o abdômen. E alguns arranhões cicatrizados em volta de seu rosto e braços.
- Adrien... - Sussurrou, embargada e entre soluços.
Espalmou seu tato pelo vidro tentando descobrir como abri-lo, estava a beira do desespero. Se precisasse, quebraria-o com suas próprias mãos.
Um vidro. Apenas um vidro de distância dele. Tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
Um ponto vermelho saiu voando de dentro de sua bolsa, e ele logo se tornou visível.
- Plagg!
Tikki carregava em suas pequenas mãos carregava um macaron colorido. Ela rapidamente o entregou para seu amigo de eras, que aceitou de bom grado.
Marinette sorriu para o pequeno kwami, que se encontrava em estado decadente. E voltou suas íris azuis para Adrien. Sorriu fraco. E prometeu aos dois que o tiraria dali, custe o custar. Levou sua mão até a bolsa e abriu-lá tocando no objeto, trouxe-o até si. E fechou seus olhos. Somente para os abrir em questões de segundo.
- Se afaste! - Uma voz masculina gritou.
Marinette soltou um murmúrio e sentiu sua respiração acelerar. Se virou de imediato e encarou a figura parada a metros dela.
Engoliu em seco. Hawk Moth continuava assustador mesmo com o tempo. O terno roxo se contrastava com os olhos que brilhavam com uma fagulha negra. A magia negra ainda não havia deixado aquele corpo, pelo menos não totalmente. E em seus braços, Luka lutava para se desprender.
- Largue isso no chão!
A Dupain-Cheng se viu em uma encruzilhada. Ou largava o que salvaria Adrien ou salvava Luka. Seu coração se afundou no peito. Mas uma coisa era clara, precisava de um plano.
Hawk Moth aumentou seu aperto no pescoço do rapaz. Marinette soluçou, e seus olhos se encheram de lágrimas de desespero. Se abaixou devagar, e no meio do nervosismo derrubou sua bolsa no chão, espelhando todos seus pertences ao chão. Os colheu de pressa e deixou no chão o pequeno kwagatama. A única forma de salvar a vida de seu amado.
- Pegue! - O vilão indicou para Alya.
A morena se manteve parada, porém andou hesitante ao perceber o que fazia com Luka. Parou em frente a melhor amiga e ajoelhou-se para pegar o pingente, sussurrando desculpas. A mestiça assentiu totalmente perdida, parecia ter entrado em um buraco temporal, se sentia exausta e com um vazio dentro dela.
Observou a blogueira andar até Hawk Moth lentamente, e deixou o colar aos pés do tirano sem poder fazer nada. O homem lhe direcionou um sorriso maldoso. Empurrou Luka para o lado, fazendo o garoto cair no chão. E um "CRACK" foi tudo que ela pode escutar ao fechar seus olhos.
Um silêncio fúnebre pairou no ar. A Dupain-Cheng fitou kwagatama quebrado parado no chão e seus amigos olharam abismados para o mesmo ponto.
- Não... - Alguém disse num sussurro, que em segundos passou para um berro. - Não!
Todos visualizaram a mulher loura com olhares quebrados. Ela parecia um desastre ambulante. Os cabelos loiros bagunçados por ela mesma, os olhos verdes escuros e distantes, soltavam lágrimas que escorriam por sua face, a molhando. Perdida e sem esperanças. Tudo tinha ido por água abaixo, por aquele que um dia amou. A mulher trincou os dentes antes de andar a passos lentos e pesados.
- O que você fez?!
- Salvei sua vida. - O homem falou como se o fato fosse óbvio. - De nada.
Mais lágrimas vieram, demonstrando sua tristeza e angústia. Se aproximou ainda mais do Agreste, sem se importar com mais nada. Ele lhe tirou tudo que mais importava. Agora pagaria o crápula na mesma moeda. Perdeu totalmente a noção do que fazia, seu corpo entrava em seu estado automático.
Porém tinha consciência do que significava, outro ataque de fúria a dominava, e daquela vez não tinha a menor vontade de lutar contra ele. Soltou um grito de guerra, que mais se assemelhou ao um rugido de leão. E daquela vez, ninguém a impediria.
Correu o mais rápido que podia, e em seguida já estava montada nas costas do homem com seus braços apertando seu pescoço. O homem sufocava aos poucos e lutava ao mesmo tempo, usufruiu de sua força para jogar a mulher contra a parede, suas costas arranharam com o impacto e Emilie caiu no chão quase inconsciente, porém ainda tentava se levantar.
- Querida! Me desculpe! Está bem?
A mulher não respondeu. Apenas deu um grunhido e levou a mão à cabeça pela tontura. Logo Nathalie já estava sob seus pés tentando se comunicar com a loura.
Hawk Moth tentou se aproximar da esposa, porém foi impedido pela Sancoeur que deu um berro. O designer arqueou a sobrancelha e voltou a se aproximar.
Quando estava próximo o suficiente, se assustou ao ver a empregada se levantando. A mulher deu a ordem de comando para Duusu, e logo Nathalie deu lugar à temível Mayura.
Os jovens heróis sentiram calafrios na espinha, tinham lembranças nada agradáveis daquela mulher. Podiam sentir seus corpos doloridos somente de estar em sua presença. O vilão e sua ex-parceira se encaravam, ambos com fúria nos olhos. Uma contagem silenciosa foi imposta, e depois, ambos atacaram ao mesmo tempo.

(...)

Sons de luta podiam ser escutados, metais eram brandidos contra metais e urros de dor eram proferidos. O lugar que antigamente era utilizado como covil para o maior vilão de Paris, agora era uma completa zona.
Eram cinco heróis contra um vilão, que possuía uma experiência de luta super avançada e receptáculo de magia negra.
Cada herói fazia sua parte, todos lutando com sangue nos olhos pela morte do amigo e as memórias da cidade que jamais seriam devolvidas. Em um canto da sala, Emilie gemia de dor tentando se levantar sendo amparada por Queen Bee. Mayura lutava fervorosamente, acompanhada pelos outros heróis que eram lançados longe por ondas de magia negra. A magia não era suficiente para criar criaturas das sombras, mas ainda era bastante perigosa e dolorosa.
Luka possuía seu poder secreto ativado, então apenas ele sabia quantas vezes aquela luta havia dado errado. Por isso ele era o alvo principal do Agreste. O roqueiro era defendido por ele e todos seus parceiros que trabalham juntos, para derrotá-lo.
Rena Rouge apareceu por trás do homem, o acertando fortemente na nuca com sua flauta. A batida o desorientou, porém não foi o suficiente para deixá-lo inconsciente. Hawk Moth grunhiu. Segurou a cauda da raposa e a girou no ar, fazendo a mesma se chocar com Carapaça e ambos irem ao chão.
Queen Bee vendo o que acontecia entrou na luta, girou seu pião e derrubou o mais velho com o mesmo. Ela foi rápida para subir na barriga do homem em busca de retirar seu miraculous. Ela agarrou as mãos dela e a garota gritou de dor, ela olhou para suas mãos que pareciam queimadas. O sangue de Viperion esquentou com a cena, ele foi ágil em lançar sua lira na cabeça do homem, que escorria um filete de sangue. Hawk Moth virou para o lado derrubando a abelha que fitava suas mãos com dor.
Era uma luta difícil para todos, e Hawk Moth não estava disposto a perdê-la. Ele correu para o lado de sua esposa. A pegou no colo com a mesma lutando fracamente, ele andou até o elevador e sumiu juntamente com a loura.
Os presentes na sala olharam abismados a fuga do vilão e as luzes vermelhas que se acenderam juntamente com um alarme. Diversas armas e mísseis foram apontados para eles. Carapaça foi rápido ao clamar por seu poder e proteger todos dentro da sala, sangue passou a escorrer do nariz do garoto pelo o esforço.
Enquanto isso, Hawk Moth sorria vitorioso. Depositou um beijo nos lábios de sua esposa que protestou. Finalmente atingiu sua tão desejada vitória. Ele apenas não contava com aquela sombra negra atrás de si. Pronta para destruir todos os seus planos.

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