Epílogo: Apaixonar-se (De novo)

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– Era horrível. Eu estava lá, e ninguém me via ou ouvia. Era como se fosse invisível.

– É bom saber que está finalmente se abrindo, Adrien. Estamos fazendo progresso. – Maxine disse, compreensível.
Adrien o olhou com suas orbes verdes perdidas e marejadas, deu um sorriso triste. Maxine, ou como o louro gostava de chamá-lo Doutor Laurent, era seu mais novo psicólogo indicado por Marianne.
O homem beirava os 40 anos, tinha raízes chinesas por parte de mãe e americanas por parte de pai. Sua avó materna era envolvida com os miraculous e isso o impulsionou a se formar em psiquiatria para tratar pessoas, e de vez em quando casos especiais como sua avó e Adrien.

– Acha é? 

– Claro. E como está sua família?

Adrien sorriu e olhou para o teto, tinha que admitir que o sofá daquele cômodo era muito confortável.

– Bem. Minha mãe finalmente conseguiu se divorciar do Gabriel, e vamos até fazer um jantar de comemoração hoje a noite.

– Gabriel? – Maxine levantou uma sobrancelha. – Não vai chamá-lo de pai?

Os olhos verdes se escureceram com a pergunta. – Meu pai está morto. E aquele homem está longe de ser ele. 
A pronúncia saiu de forma pacífica e clara, porém Laurent pôde notar fagulhas de mágoas na voz dele. O homem suspirou. Ainda teria muito trabalho pela frente.

(...)

A mestiça encarava sua xícara de chocolate quente enquanto conversava com Marianne. Ou pelo menos tentava, fitar aquele chocolate a fazia se lembrar dele e todas as vezes que ambos desfrutavam de uma xícara generosa do líquido enquanto dialogavam coisas banais. Praticamente tudo em sua volta a fazia lembrar do garoto, e isso era doloroso demais.

Por outro lado, se sentia feliz o importante era ele estar bem. E isso era o suficiente, mas também era egoísta o bastante para querê-lo bem em seus braços. Sentia saudades,e temia não poder fazer nada.
Marianne suspirou quando percebeu falar com as paredes, a Dupain-Cheng parecia estar perdida em um universo paralelo.

– Sente saudades? 

Marinette ergueu o olhar e deu um sorriso melancólico. Marianne lhe deu um olhar de entendimento, sabia o que era ficar distante de seu amor.

– Queria que ele se lembrasse. 

Seus olhos focaram-se novamente em sua xícara, perdidos e distantes.

– Adrien conseguiu te fazer lembrar dele e o amar de novo.  – A mais velha disse. – Você também pode fazer o mesmo. Os kwagatamas não são tão precisos quanto o poder absoluto.

– Mesmo assim... – As orbes azuis marejadas partiram o coração da Lenoir. – E se ele nunca se lembrar? Quer dizer... Foi isso que eu o fiz sentir durante todo esse tempo... E eu não sou nada sem ele. Aquele idiota sempre foi a razão de me manter em pé, e agora preciso ser forte por nós dois e eu não sei se vou conseguir! 

A voz da adolescente se embargou, já estava pronta para abrir outra sessão de prantos como fazia rotineiramente desde então.

– Oh minha criança. – A mulher negou com a cabeça. – Engana-se se pensa dessa forma, você literalmente convenceu seus amigos a lutar ao seu lado e se infiltrou no covil de um vilão. É mais forte do que pensa.
Marinette fitou a idosa e deu um meio sorriso, queria poder acreditar em Marianne, porém ainda tinham muitos obstáculos em seu caminho.

– Sou Guardiã, Marianne. Tanto eu quanto você sabemos que a probabilidade de eu e Adrien sermos felizes é quase nula.
A idosa deu um sorriso sábio, e relaxou seus membros. Elevou sua xícara para perto de seus lábios tomando um gole do líquido.

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