Capítulo 3

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— Mãe, a Dan vai me levar para a universidade hoje! — gritei enquanto descia rapidamente a escada de madeira. Estava vestindo uma blusa de cor amarelo mostarda de alças, uma calça jeans clara e tênis branco. Nas costas, estava carregando o violão, já que tínhamos aula de violão II hoje de manhã e uma mochila nas mãos que continha as cifras e meu caderno de músicas.

— Tudo bem. — Ela respondeu. — Mas antes venha tomar café.

Meu pai e meu irmão já estavam comendo quando cheguei à sala.

— Vou comendo enquanto ela não chega, mas já estou atrasada. — Disse enquanto me juntava à mesa. Comi rapidamente dois pães de queijo com café. — Mãe, lembre-se que hoje eu tenho reposição de aula à noite. Mas vou passar em casa antes para tomar banho. — Ela assentiu.

— Não gosto quando você tem aula à noite. É perigoso ficar andando sozinha no campus nessas horas. — Comentou meu pai, franzindo a testa. Ele sempre dizia isso porque vivia antenado nos jornais e sabia o que acontecia na região. Além disso, era um pai coruja, como vários outros.

— O senhor sabe que eu também não gosto, mas vou estar com os colegas e minha mãe vai me levar e buscar. — Expliquei a ele, que assentiu.

De repente o carro de Danielle — um Jeep Renegade — para na porta da minha casa. Estava tocando You Give Love A Bad Name da banda Bon Jovi. Levei a mão direita ao rosto, como em negação. Não tenho nada contra a música exceto que são sete e trinta da manhã e temos vizinhos. Comecei a me virar, ficando de costas para ela. Uma trança não vale tudo isso, pensei. Meus pais e Samuel, ao verem minha expressão, começaram a rir.

— Ei, ande logo! — gritou Danielle, erguendo a cabeça para fora da janela do carro. — Oi, Raquel! Oi, senhor Umberto! Oi, Samuca! — ela acenou, olhando por trás de mim.

— Oi! — Responderam em uníssono.

— Não banque o Barney Stinson às sete da manhã. — Disse a ela quando entrei no carro. Ela fez uma careta. Em um episódio da série How I Met Your Mother, o personagem Barney Stinson criou um CD intitulado "Get Psyched Mix" com vários clássicos do rock enquanto ele e seus amigos passeavam em uma limusine na virada de ano novo. A música que tocava no carro de Danielle era a mais tocada no episódio.

— Então vamos de Taylor Swift! — ela disse, de repente empolgada. É a cantora favorita dela. Eu sabia de cor praticamente todas as músicas de tanto ela colocar para tocar, assumindo que também gosto, principalmente das músicas mais dançantes.

— 1989? — perguntei, pesquisando o álbum.

— Pode ser. — Ela respondeu, piscando.

Quando chegamos à universidade, nos aproximamos de um banco que pertencia a um dos vários jardins espalhados pelo lugar. Danielle se posicionou por detrás do banco, enquanto eu estava sentada no mesmo e começou a fazer uma trança. Ela fez tranças laterais no meu cabelo e prendeu-o em um coque, depois puxou alguns fios do entorno.

— Está pronto — disse ela. — Não tem como você ver agora, mas pode confiar. Ficou maravilhoso! — seus olhos se iluminaram como os de um artista admirando sua maior obra prima.

— Muito obrigada, Dan. — Disse, fazendo um coração com as mãos para ela. Eu amava quando ela fazia tranças em mim, ficava tão diferente.

Assim começava um dia cansativo, com aulas de manhã e de noite e trabalho na parte da tarde.

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A garota do tênis brancoOnde histórias criam vida. Descubra agora