Capítulo 5

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O professor da aula de sexta de manhã havia cancelado a aula de hoje porque estava viajando, então aproveitei o tempo para ensaiar a música que íriamos tocar no vídeo desta semana, Need You Now do grupo Lady Antebellum. Depois disso, tirei um tempo para terminar a música que estava escrevendo. Anos atrás tinha escrito algumas músicas, mas passado algum tempo em que as li, decidi que eram péssimas, então rasquei o caderno. Já essas músicas eram diferentes, sentia que eram especiais, por isso estou gastando mais tempo com elas. Mesmo assim, não me imagino mostrando essas músicas para ninguém, nem mesmo para minha mãe ou para Danielle. Não por egoísmo ou nada do tipo, mas por realmente achar que não são boas o suficiente.

Antes de sair para o trabalho, decidi lavar o cabelo e saí com ele molhado. É algo que eu realmente amo fazer, ainda mais no verão, pois me deixa refrescada por bastante tempo. Estava vestindo um macacão lilás bem solto e tênis branco. Outra nova paixão. Usar tênis branco nas composições de todas as horas. Depois de almoçar, corri até o quarto para escovar os dentes e pegar dois livros que tinha reservado para a atividade de hoje com as crianças.

Está tão bonita hoje, querida. — Minha mãe me disse quando estávamos entrando no carro. Hoje ela fez questão de almoçar em casa, para comer comigo. Quando ela lançava um sorriso satisfeito, seus olhos puxavam nos cantos. Era meu sorriso favorito nela. Danielle disse que isso também acontecia comigo.

— Você também, mãe. Está linda. — Ela estava usando um terninho preto e blusa num tom vinho. Se vestia dessa forma quando havia algum leilão de quadros ou quando tinha alguma reunião marcada. — Leilão? — perguntei a ela, que assentiu.

— Queria que você fosse comigo neste leilão. Aposto que iria amar! — ela me confidenciou, orgulhosa, enquanto dirigia. — Vão ter tantos quadros bonitos hoje, talvez até pessoas famosas. — Complementou, esperançosa. Eu amo ir aos leilões com ela. São tão finos! Todos parecem ser cenários de outras épocas e servem comidas deliciosas.

— Mãe, tive uma ideia. Por que você não leva a Dan? — disse a ela, de repente com o rosto iluminado. — Ela iria amar!

— Mande uma mensagem para ela, já passando o endereço. Ou ligue, assim é mais certo, caso ela não veja a mensagem. — Balancei a cabeça em concordância. Liguei para Danielle.

— Oi, Dan. Você está ocupada? — perguntei rapidamente.

— Agora não, por quê? — indagou ela, curiosa.

— Minha mãe irá num leilão muito legal e como não vou poder ir, decidi te chamar para acompanhá-la. O que você acha?

— Ah, vou sim! Você sabe que eu amo essas coisas. Mas tenho que avaliar qual será o meu look. Que horas começa e qual o local? — ela perguntou.

— Mãe, que horas começa?

— Às três da tarde. — Já estava próximo de uma hora.

— Dan, começa às três. Dá tempo de você se arrumar. — Disse acalmando-a, mas sei que ela continuaria agitada de toda maneira. — Te envio o endereço por mensagem, ok?

— Ok! Obrigada e tchau. — Danielle respondeu, já desligando.

— Tchau. — Disse dando de ombros.

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Quando cheguei à livraria, comecei a ajudar o pessoal com o registro dos novos livros que haviam chegado. É claro que eu e a Eduarda já tínhamos feito as listas dos livros que íamos comprar e separamos nossos exemplares. Eu também fazia parte daqueles clubes mensais de livros, em que vinham livros surpresa. Quando chegava algum livro que eu já tinha comprado, eu acabava repassando para as minhas primas ou deixando em algum ônibus ou lugar qualquer, para que outra pessoa o encontrasse.

A garota do tênis brancoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt