Epílogo

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Era um sábado à noite, estávamos nos preparando para fazer a abertura de um show internacional na cidade. A banda tinha crescido muito nos últimos três anos, tanto que eu havia saído da livraria para conseguir viajar e tocar em outras cidades. Investi meus acertos do trabalho e alguns dos lucros da banda na loja de objetos artísticos que minha mãe trabalhava, comprando-a para ela. O negócio andava muito bem, graças à direção da senhora Brenda, mãe de Felipe e ao amor da minha mãe na fabricação das peças. Danielle conseguiu se formar em música e em moda e de vez em quando, além de trabalhar com a banda, conseguia trabalhos por fora com seu outro dom. Gabriel, assim como eu, parou de trabalhar por fora e começou a se dedicar integralmente à música, sempre dizia que estava guardando dinheiro para comprar um novo apartamento para ele e Danielle, já Tiago resolveu focar na engenharia, trabalhando em uma grande construtora e acho que está namorando Carol, eles só não tiveram coragem de me contar ainda.

Como era bom tocar em casa. O estádio Mané Garrincha estava lotado. Danielle havia customizado nossas roupas, colocando glitter e tiras em azul, rosa e dourado. Ela também havia arriscado na produção, deixando os rostos de todos os integrantes cheios de purpurina e meu cabelo com uma trança no centro da cabeça. O cabelo dela tinha uma trança em cada lateral. Nós duas estávamos usando um conjunto dourado, um topper com um short, no meu caso e um topper com uma saia no caso dela. Os meninos estavam todos de preto. Até Hugo, que havia se oficializado como nosso produtor, estava de preto e agora cheio de purpurina também, porque eu havia o abraçado.

Começamos a tocar uma música animada autoral da banda, que foi escrita por Gabriel. Eu estava cantando junto com ele, que também estava no baixo, Danielle e Guilherme nas guitarras e Fred na bateria. Hugo estava nos olhando em uma das entradas laterais do palco, tirando fotos e gravando vídeos para as redes sociais. A energia daquela noite era eletrizante. Se havia timidez em mim, era indetectável. Eu realmente amava estar ali.

A segunda música era um dueto com Gabriel, bem lenta, mas todos pareciam saber a letra e cantavam junto conosco. De repente, no meio da música, os instrumentos pararam, ficando só um violão. A versão tinha ficado infinitamente mais linda. Quem teve essa ideia? Só depois de alguns segundos, observando as reações histéricas da plateia, que me virei e o Gabriel já não estava lá, era Hugo, cantando e tocando violão. Ele estava tão lindo. Nunca o havia visto cantar e nem tocar e ele estava fazendo isso magnificamente, mesmo eu sendo suspeita por dizer isso. Continuei cantando junto com ele, sorrindo a cada verso. Quando terminou a música, ele pegou minha mão, se ajoelhou no centro do palco e perguntou:

— Casa comigo?

A garota do tênis brancoWhere stories live. Discover now