|CAPÍTULO:33|

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Brian

Acordei com a voz de uma mulher chorando. Quase caí da cadeira na qual eu havia cuchilado. Passei a mão no rosto na intenção de me colocar mais desperto, foi quando ouvi a voz da mulher outra vez e percebi que vinha do quarto do Senhor Will. Adentrei as pressas me deparando em seguida com a imagem de Sophia sacudindo o pai. Senti meu corpo paralisar, trazendo consigo memórias da noite do acidente que eu e meu pai havíamos sofrido, acidente esse que acabou o tirando de mim.

Sophia estava desesperada sacudindo o pai que jazia desacordado na cama. Antes que eu podesse marcar um passo para me aproximar dela, três enfermeiros entraram no quarto e o afastaram de seu pai. Sophia tentava a voltar para perto do pai, mas era sempre impedida, dando - se por vencida, se encolheu no canto do quarto a observar enquanto cobriam o seu pai com um lençol branco. Foi aí que realmente a minha fixa caiu. O senhor Will estava morto e Sophia não tinha ninguém para a apoiar naquele momento.

Me aproximei dela e me abaixei, sem nem mesmo esitar ela se jogou em meus braços. Ela estava chorando descontroladamente. Quando viu que o corpo de seu pai estava a ser removido para uma maca se soltou do meu abraço e correu para junto dos enfermeiros.

- Por favor,... não o levem. - Falou entre soluços. - Ele está só dormindo...

- Eu sinto muito muito pela sua perda. - Disse uma das enfermeiras.

- Não...

Me levantei e me coloquei ao seu lado.  Os enfermeiros estavam a carregar a maca para o exterior do quarto e Sophia seguia atrás à passos cambaleantes. Os enfermeiros abriram uma porta na qual estava escrita morgue.

- Não o leve para aí... por favor. - Seus olhos estavam marejados e sua voz profunda. - Papai, por favor não me deixe. - Dizia tocando o lençol que o cobria.

- Moça, precisamos fazer o nosso trabalho. - Dito isso, a deixaram para trás e conduziram a maca até ao interior da sala.

Sophia usou as mãos para cobrir o rosto já vermelho e caiu ao chão de joelhos. Lágrimas não paravam de escorrer pelo seu rosto. A coloquei de pé e a abracei. Dei aquele abraço que há muito precisei quando senti a mesma dor. Perder alguém que amamos é muito doloroso, só quem já passou por isso sabe como é sentir o mundo inteiro desabar sobre seus ômbros.

- Brian, faça alguma coisa, por favor. Não deixe o meu pai ir. Ele é tudo o que eu tenho. - Falou com a cabeça encostada em meu peit, por isso pude sentir a vibração de cada palavra saindo de sua boca.

Ele era tudo o que ela tinha. O que seria dela agora sem o pai?, Pensava eu.
Naquele momento ela estava tão indefesa que tudo o que eu mais desejava era lhe proteger e cuidar dela.

- Vai ficar tudo bem. Eu estarei sempre com você. - Beijei o seu cabelo que tinha um leve cheiro a maracujá.

Foi quando ela se soltou do meu abraço e começou a limpar as lágrimas. Seu olhar estava carregado de dor e de uma intensa solidão. Em menos de segundos, quando eu menos esperei ela caiu desmaiada, mas felizmente consegui a segurar antes que ela atingisse o chão.

- Enfermeira. - Chamei por uma que já estava a passar pelo corredor.

A carreguei até um quarto onde a conectaram a um balão de soro.
Aproveitei enquanto ela estava a descansar para poder dar a notícia aos demais. Quando consultei o meu telemóvel verifiquei enumeras chamadas perdidas de Bidgit e duas do Christopher, foi aí que me lembrei que havia faltado a uma reunião que teria com uns investidores que substituiriam o Dante. Passei a mão na cabeça e suspirei pesado antes de começar a ligar para todo gente.

{...}

Logo voltei para o quarto a tempo de ve - la  acordar. Sentei - me ao seu lado na poltrona, esperando que ela terminasse de esfregar os olhos e me dissesse alguma coisa.
Quando seus olhos me encararam, percebi uma certa decepção se formar em seu rosto, provavelmente estava na esperança de que tudo isso não passasse de um sonho.

- Como se sente? - A questionei.

Ela simplesmente abanou a cabeça negando, seus olhos se encheram de lágrimas novamente. Segurei forte a sua mão.

- Tire tudo para fora. Você não precisa guardar tudo aí dentro. Sei o que está sentindo e quero que saibas que eu estarei aqui para o que precisar.

Minhas palavras foram o suficiente para a fazer desabar em choro. Me sentei ao seu lado na cama e a abracei fortemente, enquanto acariciava o seu cabelo.

Não demorou muito para toda malta invadir o quarto. Fui obriga a solta - la. Me levantei para dar espaço aos outros que a queriam confortar. Foi para o exterior do quarto e para a minha surpresa encontrei a Bidgit.

- O que está fazendo aqui? - Perguntei.

- Eu que te pergunto. Desde ontem que estou a tentar entrar em contacto contigo. -  Ela estava brava.

- Vamos conversar lá fora. - Falei a pegando levemente pelo braço.

A soltei quando estávamos no lado de fora.

- Você se preocupa mais com aquela mulher do que comigo. Eu estou a te dizer - te Brian, se você ousar me trair eu juro que farei da sua vida um inferno.

- Bidgit, olha... Eu acho que já fomos longe demais com essa estória. Ambos sabemos que já não está a dar certo. - Fiz uma pausa antes de dizer. -  Acho melhor terminar - mos por aqui.

- Estou grávida.

O Babaca Do Meu Chefe ( Sem Revisão )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora