Capítulo vinte e quatro

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Acordo com uma batida na porta.

Housekeeping! – Drew da outra batida.

– Entra! – Digo enquanto fico sentada. Ele se senta ao meu lado.

– Você poderia por favor parar de roubar as frases do meu namorado? – Falo em tom de brincadeira com muito sono ainda.

– JJ Maybank não existe, Mia, acorda.

– Você me acordou.

– Desculpa por isso, mas vim ver se você estava viva.

– Estou! Posso voltar a dormir?

– Não. Vou preparar alguma coisa para você comer, precisamos conversar.

– Isso parece sério, por que você falou em tom sério? O que você tem pra conversar? Quem morreu? – Digo disparada.

– Se acalma! Vai fazer suas coisas, vou preparar umas panquecas, e então conversamos.

– Tudo bem. – Pego minhas coisas e vou ao banheiro. Ainda não desfiz as malas por pura preguiça.

Escovo os dentes, faço xixi e prendo o cabelo em um coque porque não estou com paciência para pentear. Drew já me viu parecendo um zumbi diversas vezes e continuou sendo meu amigo, ele consegue lidar com um cabelo bagunçado e meio quilo de olheiras.

Não sei quanto tempo levei mas chego na cozinha e ele já preparou panquecas e leite quente para nós dois.

– Você não almoçou? – Pergunto enquanto me sento.

– Acordei tem uma hora, não estava com fome então nem café da manhã tomei.

– Entendi. – Digo dando um gole no leite. Me arrependo em seguida porque queimei a língua. Para de ser burra Mia pelo amor de Deus!

– Então... – Tento iniciar uma conversa. – Sobre o que queria falar?

– Ok, preciso que me escute e depois diga algo.

– Não gostei disso.

– Só me escuta por favor.

– Ok, estou escutando.

– Bom – Ele começa. – Daqui a dois meses vão começar as gravações da segunda temporada de obx, como você já sabe. – Ele havia me dito a um mês quando liguei gritando porque a netflix tinha confirmado a segunda temporada.

– Mas, ainda estão rolando alguns testes – Ele continua. – E alguns, eu e o pessoal do elenco damos uma espiadinha. Com isso, tive uma brilhante ideia de conversar com os produtores da série e etc. Contei que tinha uma amiga que atuava bem e blá-blá-blá e que estava vindo morar um tempo comigo. Perguntei se ela poderia fazer um teste, e ele disse que confiava em mim e que quando a minha amiga viesse, para eu levá-la para fazer. Acho que nesse ponto você já entendeu que a amiga é você. – Ele para de falar.

Fico imóvel. Não sei que reação ter, e também não acredito que ele fez isso sabendo como a minha família é. Em poucos meses eu vou estar em uma faculdade a três horas daqui, estudando para ser advogada, ele não podia ter feito isso.

– Essa é a hora em que você grita comigo. – Ele diz.

– Eu não sei o que te dizer, Drew. Não acho que eu seja boa o suficiente para passar em um teste para uma fucking série! E você sabe como são meus pais. Achei que você sabia que eu havia decidido fazer a faculdade de direito...

– De direito? – Ele me interrompe, parece surpreso.

– É.

– Você vai deixar de realizar a merda de um sonho por causa dos seus pais?

– Drew...

– Que merda, Mia! – Ele aumenta o tom de voz. – É a sua vida! Se eles te amam vão te apoiar independente de qualquer coisa. Você não pode fazer isso, amadureça.

– O que você quer que eu faça? Eu não posso desapontar eles.

– Você tem sete meses para decidir se vai para a faculdade de Artes ou para a de Direito, por favor, eu te imploro, pense com calma! Aceite fazer o teste, Mia, se você passar, e eu acredito que consiga, você vai mudar de ideia.

– Cinco meses, na verdade.

– Como assim?

– Em junho eu vou comprar os livros, as duas faculdades começam a vender na mesma época.

– As gravações duram cinco meses, você já vai ter se apaixonado, já vai ter mudado de ideia. Eu só peço uma chance de te ajudar, uma chance de fazer você enxergar o que realmente importa para o seu futuro. – As palavras de Drew ecoam na minha cabeça. Não é como se eu não soubesse o que eu quero, mas eu sei que não posso ter. Eu tenho noção que sou adulta e que devo fazer o melhor para mim, mas ainda quero ter a aprovação de meus pais igual minha irmã tem.

Mas é Drew que está na minha frente agora, pedindo para me ajudar. Tenho medo de que esteja certo, mas não sei dizer não para ele. Então faço o que minha mente está gritando para eu não fazer, e o que meu coração já decidiu.

– Eu aceito. – Digo para meu amigo.

– Aceita?

– Sim Drew, aceito fazer o teste. Mas você vai me ajudar a estudar, ensaiar e tudo mais. E se eu não passar, e sei que não vou, entrarei na faculdade de Direito e nós nunca mais tocaremos no assunto, ok?

– Queria que você visse mais potencial em você mesma igual eu vejo, mas tudo bem, combinado e que assim seja. – Ele aperta minha mão como se tivéssemos selando um acordo, o que tecnicamente estamos.

Paper Rings | Drew StarkeyWo Geschichten leben. Entdecke jetzt