Capítulo trinta e seis

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Odeio me sentir sufocada. Já fazem dois dias que eu estou tentando evitar Drew, e eu disse que não faria isso.

Hoje não tivemos gravações por causa de alguns problemas no set, e Drew foi sair com os pais. Sempre que eles saem, eu acabo indo junto, decidi ficar dessa vez. Odeio me sentir uma intrusa. Eu e Star estamos jogadas no chão. Ela no meu colo, eu do lado da tomada com o carregador do telefone, e uma garrafa de vodka. Preciso parar de beber meus problemas.

Star está crescendo tão depressa que toda vez que a observo, sinto vontade de chorar. O dia que eu e Drew fomos adotá-la foi tão bom! Um dos meus melhores momentos com ele.

Espero ter tempo para a Star quando eu estiver na faculdade. E espero poder vê-la se por acaso eu me mudar. Não pretendo morar com Drew para sempre, ele acha que sim, mas eu não quero pertuba-lo e dar trabalho. Eu ajudo nas coisas em casa, mas as vezes sinto que não é o suficiente. Sinto que ele faz demais para mim e eu não sei como retribuir, eu não sei como dizer o quão grata sou a ele. Só por ele existir.

Ah, Star, como eu queria que você falasse. Eu sou tão fraca para bebidas. Por que me fizestes assim mamãe!? Nem beber eu posso! Em dois goles já estou bêbada, e no momento, estou quase terminando toda a garrafa.

Quando Drew chegar em casa vai me dar uma bronca. Ou cuidar de mim. Por que eu sempre espero que as pessoas vão brigar comigo? Exceto com Drew, é claro que as vezes eu penso que ele vai ficar bravo com alguma coisa, mas também penso que ele vai entender.

A manhã passa, a tarde começa a passar, e eu ainda estou jogada no chão. Bebi a garrafa toda e agora estou com preguiça de levantar para beber outra coisa.

Escuto um barulho de chaves na porta, se não for Drew espero que minha morte seja rápida. Infelizmente não foi hoje que morri, é só Drew mesmo.

– Oooooiiiiiii!!!! – Eu falo balançando a cabeça. Star corre para os pés dele.

– Traidora! – Acuso apontando para ela e rindo.

– O que você fez? – Drew pergunta para mim enquanto faz carinho em Star e joga a chave no sofá.

– Não fiz nada! Sou uma boa menina, não sou Star? Fala pra ele!

– Você bebeu?

– Beber é uma palavra muita forte.

– Do que você chamaria o estado em que você se encontra? – Não sei em que momento eu tirei a blusa, mas começo a rir quando vejo que estou só de sutiã. Drew age como se fosse a coisa mais normal do mundo, mas o pego olhando para o meu corpo.

– Eu diria que estou feliz! – Respondo abrindo o maior sorriso que posso.

– Meu Deus Mia, o que houve? – Ele se senta de frente para mim e tira o casaco, ficando só com a regata branca. Ele fica lindo usando esse troço.

– Sei lá, bebi, tava bom.

– Mia...

– Ei ei! – Interrompo. – Sabe a Clara?

– Obviamente.

– Falei com ela hoje, a tadinha me pediu conselhos amorosos, PARA A MINHA PESSOA! Da pra acreditar? – É mentira. Mas ele acreditou e riu. Vamos ver até onde o meu limite vai quando estou bêbada.

– E o que está acontecendo com ela? – Ele pergunta. – Se puder contar, é claro.

– Eu te contei que ela arrumou um amigo na faculdade né? Então, ela ficou super apaixonada por ele mas não sabe como contar porque tem certeza de que ele não gosta dela. Eu disse que o não ela já tem, que agora deveria tentar o sim.

Paper Rings | Drew StarkeyWhere stories live. Discover now