Capítulo trinta e nove

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Meus pais já chegaram, mas ainda não os vi. Drew está nervoso pra cacete, com medo de meu pai.

– Amor? – Chamo. – Você está bem?

– E se você contar e eu esperar do lado de fora? Sabe, caso eu precise correr.

– Você vai entrar de mãos dadas comigo na casa dos seus pais, e não se fala mais nisso.

– Seu pai vai me matar. Seus pais vão querer vir aqui em casa, vão ver que você dorme comigo, e eu vou morrer. – Começo a rir.

– PARA DE RIR! – Ele diz fazendo pirraça.

– Olha pra mim – Viro seu rosto para que me encare nos olhos. Estamos sentados no balanço da sacada. – Vai dar tudo certo, são só meus pais, eles não vão fazer nada meu amor, fica tranquilo? Tudo bem?

– Tudo bem. – Ele diz e me da um beijinho na testa. O sol está brilhando tanto, está tão lindo. Ontem, Drew conversou com as estrelas, contou a elas que cuidaria de mim igual sempre fizeram. Eu amo tanto esse garoto.

– Eu te amo meu solzinho. – Digo sorrindo, olhando nos olhos do meu namorado. Do meu amor, da minha vida. Do meu garoto.

– Eu te amo minha lua. – Sinto umas patinhas na minha perna, Star. Desde que aprendeu a subir as escadas vive vindo para a sacada quando estamos aqui. Drew pega ela no colo. Nossa cachorrinha, nossa filha.

Em uma noite dessas, eu e Drew conversamos sobre filhos, é óbvio que é cedo, mas conversar com o garoto que você ama sobre seu futuro e saber que ele pensa o mesmo, é uma das melhores sensações do mundo. Sei que ele será um pai incrível, vejo o jeito que cuida de Star. Nós seremos pais incríveis no futuro, e me conforto com a ideia de que teremos um futuro.

Estamos juntos, e vamos fazer durar.

*

Entramos na casa dos pais de Drew de mãos dadas. O rosto deles parecem confusos. Eu sempre quis entrelaçar meus dedos aos de Drew, e finalmente poder fazer isso, é libertador.

– Mamãe, papai, Vic! – Largo da mão de Drew e corro para os braços da minha família. Senti tantas saudades! Olho para trás e o olhar de Drew me chama de traidora. Dou um sorriso e volto a abraçar meus pais e minha irmã. Depois de falar com os três, minha mãe segura em minha mão e me gira, para me olhar por completo. Os olhos de meu pai estão fixos em Drew, que está ao lado de seus pais, intacto igual pedra.

– Senti tanto a falta de vocês! – Eu digo.

– Uhum, divertido, eba, eu também – Dispara meu pai. – Mas por que você chegou de mãos dadas com Drew? – Começo a rir. Isso foi muito direto! Não estava esperando!

– Hum, então. – Tento pensar em algo mas travo. Vou até Drew, que está sentado, e seguro sua mão. Ele não se levanta. Puxo ele com toda a força que tenho. Ele entrelaça os dedos nos meus.

– Então, é, mãe, pai – Começo. – Esse é Drew, meu namorado. Drew, essa é minha mãe, esse é meu pai e aquela ali é minha irmã. – Apresento eles como se não se conhecessem. Drew fica atrás de mim, gigante desse jeito e acha que consegue se esconder.

– Perdão, acho que não entendi direito. – Diz minha irmã.

– Vocês sabiam disso? – Minha mãe pergunta ao senhor e a senhora Starkey, que se juntam a eles ficando a nossa frente.

– Não tínhamos ideia assim como vocês. – Diz a mãe de Drew. Todo mundo fica se encarando em silêncio. Meu namorado aperta minha mão tão forte que acho que ele esqueceu que é mais forte.

– Honestamente espero por isso desde que eram crianças. – Diz minha mãe. – Eu também. – Completa os pais de Drew, falando ao mesmo tempo. Meu pai fica mudo. Minha irmã morrendo de rir.

– Pai, fala alguma coisa, por favor. – Eu peço.

– Você disse que tomaria conta dela. – Meu pai chega mais perto, olhando nos olhos de Drew, que já soltou minha mão. É como se meu pai estivesse desafiando ele, e Drew não vai deixar, então o encara de volta.

– E tomei. – Ele responde.

– Não era para ser desse jeito.

– É melhor desse jeito.

– Melhor? Ta de sacanagem com a minha cara garoto?

– Por que estaria?

– Não fale com deboche comigo, te conheço desde moleque.

– Se me conhece, não tem motivos para isso.

– Ela é minha filha.

– E minha namorada. – Me derreto toda quando ele diz isso. Meu pai parece ficar mais irritado. Não tem motivo desse showzinho todo.

– Ja pararam vocês dois? – Me intrometo.

– Você é muito nova minha filha, se ele magoar você...

– Ele não vai, pai.

– Como pode confiar tanto? Ter tanta certeza?

– Porque você me disse para confiar nas pessoas em que amamos.

– Como isso aconteceu? Vocês dormiram juntos? Já acontece desde o tempo dele no Brasil?

– Escolhe uma pergunta só, todas não vai dar certo.

– Vocês dormem juntos? – Drew volta para trás de mim. Ficamos os dois em silêncio. Nossas mães e minha irmã caem na gargalhada. O pai dele também.

– Eu não tenho mais nada a falar para vocês dois. Vou beber. – Meu pai finaliza.

Minha mãe, minha sogra e minha irmã me fazem contar tudo. Conto sobre Bryan, conto sobre as besteiras que fiz bêbada, conto como descobri que gostava de Drew. Foi definitivamente uma das tardes mais agradáveis da minha vida.

Meu pai? Nem parece que estava implicando com Drew. E meu namorado nunca pareceu tão tranquilo antes. Jogaram baralho e beberam o dia inteiro.

Enquanto todo mundo ria e conversava, eu só conseguia olhar. Sorria vendo minha família, minha vida, e como eu estava feliz. Como eles estavam feliz, e isso é o suficiente.

Fico agarrada com Drew o tempo inteiro. Minha mãe toda hora tira foto.

Em tão pouco tempo, descobri que não preciso ter medo de meus pais, aprendi a tomar iniciativa e minhas próprias decisões, amadureci o suficiente para conseguir trabalhar com algo que gosto. Estou mais feliz do que nunca.

Sonho ir para a Disney desde criança, nem acredito que finalmente vou. E vou com minha família e o garoto que eu amo.

Paper Rings | Drew StarkeyOnde histórias criam vida. Descubra agora