4 | Família

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- Lis, finalmente você chegou, achei que teria que mandar uma equipe de busca.

A mulher de cabelos cor de mel deixou a mercedes no exato momento que Kai deixava o Chalé de recepção, lançando um olhar desconfiado para o carro pomposo que não combinava nada com a arquiteta que ele conhecia, mas a pegou nos braços e a abraçou forte e antes que pudesse dar um beijo em sua face, ela jogou-se para trás, evitando aquele contato em sua pele descoberta.

- Sem contato, Kai. - Ela protestou, enquanto ele a colocava no chão, rindo e resmungando algo sobre germes.

Do lado de dentro da Mercedes, Carlisle observava a cena, com uma sobrancelha arqueada, desconfiado e Kai tentava ver dentro do carro, mas os vidros eram escuros demais, só que o médico não demorou muito para deixar o veículo e seu olhar cruzar com o do homem que deveria ser dono da pousada. Com a postura perfeita, ele contornou o carro, mantendo a expressão serena e parou ao lado de Octavia. Kai o observou por completo, não com uma expressão de muitos amigos e Octavia parecia perceber.

- Kai, esse é o médico que falei, que precisa de um chalé. - Tentando quebrar o clima estranho se colocou a frente. - Da casa que encontrei na clareira.

- Os Cullen, sim. - Kai ainda torcia o nariz, mas tentava manter-se neutro.

- Muito prazer, Carlisle Cullen. - O loiro estendeu a mão para o moreno, que a apertou, um pouco mais forte do que deveria, mas que de forma alguma incomodou o vampiro. - Octavia disse que teria um chalé disponível enquanto ela reforma minha casa.

- Ah, sim. - Kai resmungou, soltando a mão de Carlisle e desviando o olhar para Octavia. - Vamos, vamos assinar a papelada e pegar as chaves, vou mostrar onde vai ficar. Quanto tempo acha que vai demorar a reforma?

Octavia suspirou, colocando a franja atrás da orelha e olhando de Kai para Carlisle. Ela não fazia ideia do que o médico gostaria para a casa, se fosse mantê-la exatamente igual, levaria cerca de seis meses no mínimo para reformá-la, mas era difícil dizer, ainda mais em uma cidade voltando aos eixos como Internacional Falls.

- Acredito que uns seis meses, não posso estipular, não é como se tivesses materiais e mão de obra sobrando, não depois de reconstruir metade da cidade. - Ela deu de ombros. - Mas ainda preciso sentar com Carlisle para fechar o projeto, mas deve ser isso.

Kai fechou a cara ainda mais e Carlisle parecia satisfeito com a noticia. Octavia apenas suspirou, sem entender realmente o que estava acontecendo. Mas nem tão preocupada assim, virou-se para o carro, abriu a porta traseira e pegou a mochila que estava ali e voltou-se para os dois.

- Vou tomar banho. - Anunciou e virou-se para Carlisle. - Depois posso te mostrar a cidade e o hospital, pode ser?

- Claro. - Ele sorriu. - Vou me instalar enquanto isso.

Octavia concordou, admirando o sorriso de Carlisle por alguns segundo, ele realmente parecia um modelo, mas balançou a cabeça, afastando-se para seu chalé, enquanto Kai seguia para o maior entre eles e o vampiro o seguiu, calmamente. O dois eram muito altos, Carlisle deveria ter cerca de 1,90 cm de altura, mas Kai ainda passava disso, destacando-se por ser corpulento. Mas Carlisle possuía um charme que Kai nunca conseguiria ter. Kai adentrou a sala, seguindo para trás do balcão e jogando um livro pesado sobre a mesa e Carlisle manteve-se ereto, calmo e observando os movimentos do homem.

- Não esperava que os Cullen voltassem a pisar em Internacional Falls. - Kai quebrou o silêncio e sua voz era fria, mas ele não ergueu o olhar.

- Não achei que se lembraria, Haukea. - Carlisle falou calmo, sem demonstrar desconforto. - Afinal, você era apenas uma criança.

Lua de Sangue || C. CullenWhere stories live. Discover now