Lua de Sangue || C. Cullen

11 | Esme

As obras na casa da floresta haviam começado e pela exigência da família, ela seria feita apenas pelos Cullen. Era um desafio para Octavia, mas ela não podia negar que estava se divertindo, afinal, todos ali tinham conhecimento de arquitetura por causa de Esme e ela até se sentia pouco qualificada, mesmo que fosse ela que tivesse ditando as ordens do que deveria ou não ser feito. E não podia negar, trabalhar com aqueles seis vampiros e as vezes com Carlisle, era mais rápido do que com o grupo de empreiteiros que estava acostumada. Ela estava em um cômodo, que antes havia pertencido a Esme, com diversas pranchetas, folhas A0, grafites, lapiseiras, canetas e muito mais, sempre fazendo ajustes, verificando se tudo estava certo, sem contar que tinha que ter certeza que os fornecedores estavam cumprindo os prazos, pois por mais que ela não dissesse em voz alta, ela queria terminar aquela casa antes de morrer, seria seu presente para Carlisle.

Rosalie era seu braço direito, pois entendia bem de desenhos técnicos e a obrigava a comer e beber água com uma insistência irritante de acordo com a humana. Trabalhar com Emmett, Jasper, Edward e por incrível que parecesse, Bella, era engraçado, pois eles estavam sempre apostando e isso transformava as coisas em uma competição ainda melhor, pois tudo ia mais rápido e Octavia estava sempre correndo para arrumar algo que eles pudessem fazer. E quando ela achou que a reforma duraria seis meses, ela havia errado feio, pois em uma semana ela estava vendo a casa quase completa. Alice havia ficado responsável da decoração, comprando os móveis, com ajuda de Phillipa, que já sabia da existência da humana, sem saber da ligação que ela tinha com Carlisle e Alice se via ocupada mantendo-a o mais longe possível da família. 

Os vampiros não precisavam parar para descansar, apenas se revezavam para sair caçar e trazer comida para Octavia, que se recusava a deixar a floresta, dormindo em um dos quartos que já havia ficado pronto, sempre sendo monitorada de perto por Carlisle, na certeza de que estava bem, que sua anemia não havia piorado, assim como a febre não havia voltado. E depois de tê-la encontrado dormindo sobre a prancheta do quarto de Renesmee, Rosalie havia a levado para o quarto e ela mesma fiscalizou a obra, exigindo que fosse feita as coisas que não fizesse barulho, para que Octavia pudesse dormir e quando Carlisle chegou do hospital, tomou um banho rápido e seguiu para aquele quarto, sendo ordens de Rosalie, que o queria perto da humana, não trabalhando. Octavia dormia tranquilamente e parecia bem, ele ficou parado a porta, por longos minutos, observando-a, sua cor, sua respiração, seus batimentos cardíacos, cada detalhe.

Era quase impossível dizer que ela morreria e só de pensar nisso ele sentia que seu mundo desabaria. Era como se todo seu mundo estivesse ali, naquela cama, dormindo serenamente. Ele se questionava, como depois de quase quatrocentos anos, ele finalmente podia ver todo seu mundo se resumir a uma única pessoa? Deu alguns passos em direção a ela, sentando-se na cama com cuidado e lhe tocou a face quente, sentindo o calor contrastar com sua pele fria. Octavia se moveu e ele afastou a mão, ela piscou algumas vezes e quando sua visão finalmente focou, pode ver o vampiro ali e um sorriso se formou em seus lábios. Ela não admitiria, mas era como se todo o peso e as dores fossem tiradas do seu corpo ao ver Carlisle. Era como se toda angustia que sentiu a vida inteira não importasse naquele momento. E ele também sorriu, seu mundo se resumia naquele sorriso.

- Você voltou. - Ela disse sonolenta, ajeitando-se na cama, para se sentar.

- Me perdoe, eu lhe acordei.

- Não, eu fico feliz que tenha voltado. - Ele podia ver a face dela ganhar cor, ouvir seu coração disparar e sua respiração acelerar. - Você não tem pegado plantões longos, é por minha causa?

- Não quis ficar muito tempo longe.

- Não quero lhe atrapalhar.

- Você jamais me atrapalharia. - Ele sorriu, pegando a mão delicada que estava sobre a cama. - Vejo que adiantaram muito o trabalho hoje, espero que meus filhos não tenham dado trabalho, principalmente os rapazes.