Lua de Sangue || C. Cullen

9 | Três meses

Naquela noite, os Cullen se reuniram no chalé de Carlisle, todos pareciam aflitos e por mais que o patriarca tenta se mostrar calmo, Edward conseguia ver a confusão que sua mente estava. Ele se manteve próximo a janela, observando o Chalé com as luzes apagadas do outro lado, ouvindo a respiração calma que vinha de lá, preocupado. Alice estava no centro da cama do pai, abraçando as próprias pernas, com Bella sentada na beirada da cama e Rosalie ao seu lado. Jasper estava próximo a porta, como se estivesse pronto para sair a qualquer momento, caso fosse preciso. Edward sentava-se na poltrona diante a mesa de estudos de Carlisle com Emmett na poltrona ao lado, o silêncio podia ser perturbador, menos para o vampiro ruivo, que podia ouvir todos os pensamentos. Alice ainda estava no emaranhado de visões, naquela enorme teia interligada a sua família, buscando futuros que pudessem mostrar partes que Octavia estivesse envolvida, mas eram tão curtos, nada muito definido que a deixava cada vez mais frustrada e Jasper a observava com um semblante dolorido, ele odiava vê-la sofrer e era Jasper que preocupava Edward nesse momento, ele sempre era na dele, mas sempre tinha tudo calculado, planejado.

- Carlisle? - Todos os olhares se voltaram para Jasper. - Você tem alguma teoria?

Jasper admirava Carlisle acima de tudo e era exatamente por isso que ele seguia aquela família e confiava cegamente no que o patriarca determinava. A vida de Jasper se resumia em proteger Alice e ele sabia, que Carlisle sempre protegeria seus filhos, por isso era tão importante para ele ouvir o que o médico tinha a dizer. Carlisle finalmente desviou o olhar da janela de Octavia e olhou para cada um, suspirando. Era uma expressão tão velha para um rosto tão jovem. Ela podia ter aquela aparecia, mas transmitia facilmente a alma velha, experiente.

- Há diversas teorias. - Ele cruzou as mãos na frente do corpo, pensando. - Discuti algumas com Edward na noite passada, que acho que servem para o fato de Alice não ser capaz de ver o futuro de Octavia.

Todos estavam atentos e Edward apenas concordou com a cabeça, acompanhando os pensamentos de Carlisle, assim como os dos demais. Alice era a mais ansiosa em saber a razão de suas visões não funcionarem direito, pois isso nunca havia acontecido antes. Carlisle estava receoso, ele nunca havia se sentido daquela maneira antes e Edward sentia-se triste por ele, pois ele sabia como o pai estava se sentindo, pois há dezesseis anos atrás era ele vivendo aqueles dilemas, para ele tudo havia sido assim, tão difícil quanto estava sendo agora para o patriarca. Os demais vampiros no quarto não tinham ideia de como era se envolver com uma humana, se apaixonar por uma humana, tê-la como o centro do seu mundo, mas Edward sabia e por isso, mais do que qualquer um ali, ele queria que o pai, tivesse o final feliz que ele havia encontrado com Bella, só que sem todos os problemas que ele havia trazido para aquela família.

- Acreditamos que os poderes de Octavia criem uma barreira na mente dela, assim como a barreira de Bella. Por isso Edward não é capaz de ver seus pensamentos, afinal, imagine como seria para ele acessar uma mente com diversas lembranças ao mesmo tempo. Seria um choque grande demais até mesmo para ele que tem uma experiência de anos lendo mentes. Mas também pode ser uma proteção da mente de Edward, o que seria uma outra teoria e que também faria muito sentido, pois a mente dele pode repelir a dela, pois vimos como ela reagiu ao tocar você, Alice, ela ficou visivelmente exausta e se Edward pudesse ler a mente dela naquele momento, na certa teria sentido tudo ao mesmo tempo. - Ele parecia cansado, Edward via como sua mente estava trabalhando em diversas teorias e formas de solucionar sua parceira. - Mas como Alice também não consegue ter acesso a ela, deve ser uma proteção dela, algo relacionado ao dom que ela carrega. Acredito que por ela estar sempre absorvendo novas informações e memorias, o futuro dela esteja sempre em constante movimento e por isso Alice não consiga nada concreto, é como se a cada nova informação ela mudasse uma pequena linha daquilo que ela é.