3. ALESSA.

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PASSADO. — SETE MESES ANTES. 

Eu corri pela garagem sem me importar com os soldados que me seguiam desesperados. Nino e Cinzia? Nino havia transado com a minha irmã? Como ele poderia ter feito algo assim? Ele era responsável, íntegro, centrado. Nino jamais faria isso, não. Era mentira. Tinha que ser. Porque se fosse verdade, a única pessoa que eu confiava no mundo havia destruído a vida da minha irmãzinha. Se Samael descobrisse, ele a mataria. A trégua acabaria, eu nunca mais veria Alessia e Lorenzo. Minha irmã gêmea, meu sobrinho.

Meu corpo todo estremeceu ao pensar que talvez, só talvez, Nino não fosse quem eu pensava. Eu o conhecia, sabia que sim, mas o quanto eu realmente conhecia? Ele se recusava a conversar com a própria família, mas falava comigo. Uma pontada de ciúmes se enfiou em meu peito. Ele não teria feito seu jogo de silêncio com Cinzia, não se ele tivesse mesmo transado com ela. Talvez eu não fosse a única pessoa com quem ele falava, talvez eu não fosse a única pessoa que ele protegia. Se eu não houvesse sido tão machucada pelo Monstro, ele cobraria sexo por sua amizade incondicional? 

— Senhorita Vacchiano, por favor, entre no carro. — Luidge, o soldado de papai que era alguns anos mais velho que eu, pediu educadamente, mas havia uma nota de ordem em seu tom. Virei para encarar o homem. Se eu pudesse escolher um marido apenas pela beleza, Luidge com certeza estaria na lista. Alto, negro, olhos verdes e lábios incrivelmente cheios, sua beleza me esbabacava cada vez que eu olhava. Tirei os pensamentos sobre a beleza do homem, eu não tinha tempo para pensar sobre isso, não agora. — Senhorita? 

Assenti bruscamente antes de caminhar até o carro e Luidge se apressou para abrir a porta para mim. Eu realmente achava que não era necessário que ele agisse como um chofer, mas quando disse isso a ele, o cara simplesmente disse que era o trabalho dele. Fazer o que. 

Digitei uma mensagem rápida para Nino e felizmente, ele respondeu no mesmo instante. 

EU: tá aí?

NINO: Sim. O que rolou?

EU: Tenho uma pergunta para te fazer.

EU: Você transou com a minha irmã?

NINO: Qual delas?

Deixei o celular cair em espanto. Seria possível ele ter transado com mais se uma das minhas irmãs? Meu celular tocou assim que o carro estacionou nos jardins de casa e eu rapidamente pulei para fora, ávida para atender a chamada. 

— Boa tarde, Alessa. — Nino murmurou sonolento. Era manhã em Las Vegas, mas eu sabia que ele sempre me cumprimentava no meu fuso horário. Aquilo aquecia meu coração geralmente, mas naquele dia só senti um vazio profundo. — O que aconteceu?

— Você transou com Cinzia? — Perguntei num sussurro depois de garantir que estava longe dos ouvidos atentos de Luidge. 

— Bom… — Nino começou incerto, fazendo meu coração errar uma batida. — Porque a pergunta?

— Apenas responda, Nino! — Sibilei. Não. Porra. Não. Ele não faria isso. 

— Sim. — Eu quase pude ouvir o som do meu coração se partindo ao ouvir sua confissão. — Samael sabe?

— Não. Não sabe. — Porque minha voz soava tão calma quando meu interior estava pegando fogo? — Mas eu espero que ele te mate quando descobrir. 

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Where stories live. Discover now