PRÓLOGO.

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LAS VEGAS.
NINO PARISI:
UM ANO E MEIO ANTES.


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Foi o primeiro momento do dia em que a mansão ficou silenciosa. Com a família de Alessia visitando, parecia um grande milagre que tudo estivesse calado. Nino não gostava do silêncio, tampouco. Havia vivido no silêncio por sete anos e não era nada atrativo. Ele também não gostava daquela gente toda em sua casa, era extremamente desconfortável, principalmente quando eles esperavam que ele dissesse algo. Ele não diria. Omitir sua voz havia sido uma forma de escapar das constantes perguntas; ele não falava com ninguém, nem com seu irmão.

O loiro desceu as escadas em direção ao porão para buscar novas tintas para suas telas quando escutou um gemido baixo. Era de um homem. Provavelmente dois soldados idiotas o suficiente para foderem na mansão. Deus sabia o que o tesão era capaz de fazer. Nino girou em seus calcanhares para ir embora, pretendendo voltar quando a putaria acabasse, quando ouviu um soluço. Ele não se importava com soluços, mas porque alguém estaria gemendo de prazer quando a outra parte estava chorando? Seu pulso acelerou ao começar a caminhar em direção a porta da dispensa. Outro soluço fez seu coração bater ainda mais acelerado e ele soube que se arrependeria de abrir aquela porta, soube que se arrependeria de ver as imagens que estariam atrás da madeira. Lentamente o loiro girou a maçaneta, encontrando-a destrancada. Quem cometia um crime com portas abertas? Seus olhos cinzentos esquadrinharam a saleta e se antes seu coração batia acelerado, naquele momento pareceu parar. 

Um homem estava sob uma mulher e mantinha sua boca tampada com a mão enquanto a fodia. A mulher estava chorando. 

A mulher era a esposa de seu irmão, a primeira dama da Camorra, Nino pensou, mas quando os olhos azuis desesperados da mulher se colocaram sobre ele, ele sabia que não era a Alessia. Alessia não tinha aquela pequena cicatriz sobre sua sobrancelha direita. Alessa. Alessa, a garota chata que tentava lhe tirar palavras, que tentava saber o que ele estava fazendo todo o tempo. A inocente e gentil Alessa que tentava o fazer se sentir em casa, mesmo quando ele não sabia há muito tempo o que casa significava, estava sob o corpo do homem, seu rosto se contorcendo de dor conforme ela apenas estava lá, parada, gemendo de agonia contra a palma nojenta que tampava sua boca. 

Nino não sabia naquele momento, mas iria descobrir, eventualmente, que ele queimaria o mundo por Alessa Vacchiano, não importando quem ele tivesse que machucar para faze-lo. 

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data prevista para o início:
07/11/2021.

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang