9. ALESSA.

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A discussão começou cedo. Era nosso aniversário, mas Nico e Nino não pareciam se importar. Enquanto Alessia, Luca e eu tomávamos café da manhã na mesa, Nico e Nino estavam discutindo na cozinha. 

— É a última vez que eu vou perguntar, Nino. Onde você estava ontem? — Nico praticamente gritou. 

— Não é da porra da sua conta, pelo amor de Deus! — Nino gritou de volta e pelo canto do olho vi Nico dá um tapa no balcão. A cozinha e a sala de jantar eram divididas por um balcão de mármore, e isso nos dava a chance de acompanhar a discussão ferrenha. 

— EU SOU SEU IRMÃO! — Nico gritou tão alto que ficou vermelho. Eu já estava totalmente virada em direção a cozinha, assim como Luca e Alessia. 

— Meu irmão? Você realmente se considera meu irmão ainda? Você está pouco se fodendo para mim. Você passa o dia todo com Alessia e Lorenzo, você mal fala comigo e ainda quer ter a porra do direito de saber o que eu faço ou deixo de fazer da minha vida! Se você quer me controlar, me tranca na porra do porão! 

— É claro que eu não falo com você direito! Você não me dá abertura, você me responde com duas ou três palavras, nunca demonstra interesse em nossas conversas! 

Alessia apoiou o queixo na mão e disse apenas mexendo os lábios: 

— Feliz aniversário para nós. 

Eu teria rido em qualquer outra situação, mas era Nino. Aquilo não fazia bem para ele e eu estava ficando com mais raiva a cada segundo. Eu havia dito a ele ontem que nunca mais haveria dor, apenas carinho, e agora Nico estava fazendo isso ser impossível. 

— Conversas, Nico? Você vem perguntar onde eu estava, o que eu estava fazendo, com quem eu estava, somente isso! Você não tem outro assunto a não ser controlar a porra da minha vida! 

Nino estava vermelho de tanto gritar, seu rosto contorcido em raiva e desgosto. Eu queria esganar Nico. 

— A verdade, Nino, é que você está pouco se fodendo para essa família. Você prefere uma puta qualquer à estar conosco. — Nico pelo menos abaixou a voz dessa vez, mas pela fúria no rosto de Nino seu irmão poderia ter gritado. 

— A puta a qual você se refere é a Alessa? — Nino perguntou em uma voz baixa ameaçadora. Luca se colocou de pé quando Nino deu um passo firme em direção a Nico. 

— O que? Você já está obcecado por ela? — Nico perguntou com a mesma voz baixa. 

Que porra? 

— As vezes eu prefiro voltar para o cativeiro do que conviver com você. — Havia tanta vulnerabilidade no rosto de Nino que meu próprio corpo estremeceu. Nico deu um passo para trás como se tivesse levado um tapa. 

Nino se retirou da cozinha sem dar nenhuma outra palavra e Nico saiu pela porta dos fundos em profundo silêncio. O que diabos havia acontecido ali? 



Nino não respondeu nenhuma das minhas mensagens, mesmo quando eu as enviei de um em um minuto. Luca, Nico, Alessia e eu saímos para jantar num caro restaurante francês, mas a única pessoa que eu queria comigo naquele dia não estava lá. 

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Onde histórias criam vida. Descubra agora