13. ALESSA.

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— Você sabe o que foi aquilo, não sabe? — Alessia perguntou conforme tentava limpar o rosto de Lorenzo. Me levantei da mesa e caminhei até a cozinha, desviando de sua pergunta e procurando pela empregada da casa que estava preparando outro jarro de café. 

— Você pode montar uma bandeja de café da manhã e me dizer onde posso conseguir uma toalha de piquenique, por favor? — Perguntei baixinho ao parar ao lado da mulher mais velha. Seus olhos castanhos vieram em minha direção e eu abri um sorriso hesitante. 

— O lado do jardim perto das fontes gregas tem sombra e é bem calmo a essa hora do dia, eu posso preparar seu pequenique lá, se quiser. — Ela disse com um sorriso cúmplice. 

— Não vai te incomodar? 

A mulher riu. 

— Eu sou uma empregada, senhorita. 

— Eu não ligo para isso. — Murmurei. — E pode me chamar de Alessa. 

— Vocês, meninas Vacchiano, foram criadas com esmero. — Ela elogiou antes dar um tapinha no meu ombro. — Vinte minutos e tudo estará pronto. 

Eu sorri em agredecimento antes de retornar a mesa e encontrar os olhos desconfiados da minha irmã. Ela realmente acjava que eu compartilharia os segredos de Nino? 

— Você não vai me dizer, não é? — Alessia perguntou resignada. 

— Não. 

— Desde quando você guarda segredos de mim? 

Desde sempre, quis dizer, mas apenas balancei a cabeça em negação. 

— Não é sobre mim, é sobre Nino. — E eu nunca trairia Nino. 



Vinte minutos mais tarde me sentei na enorme toalha de piquenique esticada sobre a grama e enviei uma mensagem para Nino me encontrar ali. Não tardou três minutos antes do loiro caminhar em minha direção, os olhos avermelhados esquadrinhando a miríade de pães fracos, café, suco, frutas e até mesmo refrigerantes. 

— Você gostaria de comer comigo? — Perguntei gentilmente. 

Nino lentamente sentou em minha frente, seus olhos cinzentos avaliando meu rosto. Havia algo escuro e partido em seus olhos, algo que me deixou estarrecida. 

— Porque? — A pergunta cintilou entre nós. Porque? 

— Porque o que? 

— Porque você está fazendo isso? — A vulnerabilidade em seus olhos me deixou desconsertada. 

— Porque eu me importo. — Disse baixinho. Nino se inclinou em minha direção e segurou minha mão, seu polegar acariciando as juntas dos meus dedos. A cada vez que ele me tocava, meu coração se inchava com um sentimento que eu não conseguia reconhecer. 

— Você é o que eu pensei que nunca teria. — Nino disse como se fosse tremendamente surpreendente ter algo minimamente bom em sua vida. 

— O que? O que eu sou…? 

— Luz. — Nino apertou minha mão e meu próprio coração acelerou no peito. — Você é a luz da minha vida. 

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Onde histórias criam vida. Descubra agora