18. NINO.

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Não compareci à terapia.




A trégua estava estável, o que havia ido contra todas minhas apostas. Manoel Giordano realmente estava disposto a cooperar e Nico e Thomaz ansios para esmagar a Bratva. O plano agora era fortificar cada uma das organizações, ganhar simpatia dos membros da Camorra, Outift e Cosa Nostra, fazendo-os ansiar pelo confronto com os fodidos russos. Thomaz e Manoel retornaram para suas cidades e Nico, Luca e eu passamos a noite debruçados sobre planos para a Camorra. 

— Pensei em um baile de máscaras. Todos gostam desses bailes. — Luca deu de ombros. — As famílias tradicionais mais ainda. Poderíamos mostrar uma frente unida, convidando nossos aliados, evidenciando que a trégua é real, pra valer. 

— Sim. — Concordei. — Além do mais é uma chance de mostrar que respeitamos e queremos a presença de todos os membros. 

— Não chamaremos só os membros da elite, como de costume. — Nico comentou comprando a ideia. — Todo soldado e suas famílias serão convidados. 

— Alguns tradicionalistas irão olhar torto para isso. — Luca murmurou rolando os olhos. 

— Sim, mas a elite tradicionalista não é a maioria, os soldados menores são. — Lembrei. — E são eles que irão lutar na linha de frente contra os russos. 

— Um baile de máscaras. — Nico deu um sorriso sugestivo, quase perigoso. — Homens de preto, mulheres de branco. 

— E quem não tiver dinheiro para as roupas, pode compra-las numa de nossas lojas parceiras. — O sorriso de Luca aos poucos cresceu. — Diremos que é uma cortesia das lojas, mas iremos pagar. Assim ninguém deixará de ir porque não pode pagar mil dólares num fodido vestido. 

— Isso irá angariar simpatia dos mais pobres. — E era verdade. A Camorra tinha diversos elitistas, mas a nossa maioria era formada de soldados pobres. Se tivéssemos eles ao nosso lado, os fodidos ricos não precisariam ajudar na corrida contra os russos. — E é isso que precisamos agora. 

— Então está decidido. — Nico se levantou com um sorriso satisfeito. — Direi a Thomaz que fui o primeiro a pensar em algo, com licença. 

Eu acompanhei Luca na risada. Tudo entre Thomaz e Nico era uma competição amigável, exceto o Candy Crush. No Candy Crush a briga era real. Até hoje me lembrava do escândalo que Nico fez quando Thomaz passou seu nível no jogo. O cara ficou um dia inteiro sem nem comer para fica na frente de novo. 

Aos poucos eu começava a ficar feliz por Nico ter em quem confiar. A vida sem amor e confiança era extremamente solitária. 



Eram quatro da manhã quando meu telefone tocou incansavelmente e eu acabei por acordar. Era raro que eu dormisse mais de duas horas por noite e eu estava profundamente irritado por ter sido acordado. No entanto, quando vi o nome de Alessa no identificador de chamadas, meu coração acelerou e toda irritação se foi. Porque diabos Alessa está me ligando as quatro da manhã sem parar? 

— Ei. Eu estava… — O choro no outro lado da linha me fez parar de falar. — O que aconteceu? 

Alessa continuou chorando sem dizer nada e eu pulei para fora da cama, ansioso demais para continuar deitado. 

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Where stories live. Discover now