19. ALESSA.

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O desespero e angústia não cedeu mesmo após a promessa de Nino. Eu havia condenado Cassio à morte pelas mãos do homem que eu amava, mas não conseguia me importar com isso, não quando o homem era um completo babaca. Escondida atrás da porta lateral do escritório, eu ouvi a conversa que os homens estavam tendo sobre mim, um dia antes do noivado oficial. 

— Eu soube por terceiros da “amizade” que Alessa têm com o irmão gêmeo do Capo da Camorra. — A voz profunda se Cassio soou. — Eu não gosto disso. 

— Eles são apenas amigos e a maioria das conversas que têm são virtuais, os encontros pessoais sempre foram supervisionados. — Thomaz disse com seu habitual desinteresse. 

— Eram. Assim que o noivado estiver oficializado, eu conto com vocês para manterem minha mulher longe dele enquanto eu não posso. — Seu tom dava a entender que ele seria o dono de um cachorro adestrado e não um marido. — Minha esposa não terá amizade com um homem. 

— Certo. — Papai concordou secamente. 

Sério que ele estava fazendo isso? Se mamãe ouvisse ele concordar com uma merda dessas, ele nunca mais voltaria a dormir na cama com ela. Minha mãe tinha sido incisiva sobre não me deixar casar e quando papai seguiu contra a vontade dela, ela deixou claro que ele não dormiria no quarto com ela. Eu odiava que eles brigassem por minha causa, mas estava orgulhosa por mamãe ao menos ter tentado lutar por mim. 

— Vocês tem certeza sobre essa amizade ser só isso? Eu não quero uma mulher usada. 

Bastardo do caralho. Nojento de merda. 

— Minha filha é uma honrada mulher italiana, Cassio. Lembre-se com quem e de quem você está falando. — Papai sibilou. 

Ah, se ele soubesse. Honrada? Não mais, não porque eu quis. Se eu me casasse mesmo com Cássio, ele me mataria; não haveria sangue nos lençóis e a honra ditava que ele poderia enfiar uma bala na minha cabeça. Se antes eu me sentia culpada por Nino o matar, agora eu estava ansiosa. Nino já havia matado, suas mãos já estavam sujas de sangue, não era grande coisa para ele. Eu não me culparia pelo morte de um fodido bastardo que tratava mulheres como propriedade. 

— De uma forma ou de outra, Santiago, não posso confiar apenas na sua palavra. — Cassio murmurou. — Quero um exame que comprove a virgindade dela antes do nosso casamento. 

Meu coração gelou. Se Nino não fosse bem sucedido em seu plano, todos saberiam que eu não era mais virgem, todos saberiam o que o Monstro tinha feito comigo, o que ele tinha arrancado dolorosamente de mim. Eu me tornaria uma pária na sociedade, uma mulher abaixo do lixo. Não. Nino não falharia. Ele era o melhor em tudo que se propunha a fazer. 

— Cassio, você está começando a me irritar. — Thomaz avisou numa voz gelada. — Insinue de novo que minha cunhada não é uma mulher honrada e eu tiro Atlanta de você. 

— Desculpe, Capo. Eu só quero que tudo ocorra bem. Se Alessa não for virgem em nossa noite de núpcias, a honra dita que eu a mate. Se descobrirmos algo antes, podemos cancelar o casamento sem machucar sua cunhada. — Pausa. — Sem machucar sua filha, Santiago. 

Porco nojento. Ele não acreditava nisso de jeito nenhum, só queria proteger sua moral e influência entre os nossos. Ele me mataria sem pensar duas vezes, mas ao rejeitar uma mulher por não ser mais virgem, seu status iria subir entre os tradicionalistas da Cosa Nostra. 

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें