33. NINO.

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— Ei, vocês dois. — Nico cumprimentou quando encontrou Luca e eu conversando próximos a borda. — Podemos conversar? 

— Claro. — Luca foi o primeiro a responder, ajeitando sua postura. — Aconteceu algo? 

— Eu estive pensando… — Nico começou se apoiando na borda do iate. — Eu gostaria que vocês dois fossem Consigliere. 

— O que? — Perguntei confuso. — Só existe um Consigliere. 

— Na verdade… Manoel Giordano tornou seus dois irmãos gêmeos seus consiglieres. — Nico disse encolhendo os ombros. — Ambos decidem tudo juntos, são uma unidade. Fora que aliviam o fardo do trabalho ao dividir a responsabilidade. 

— Isso seria foda pra caralho. — Luca disse enquanto aos poucos abria um sorriso. 

— Você realmente quer dividir isso comigo? — Perguntei sem muita certeza. Luca me olhou como se houvesse crescido um terceiro olho na minha testa. 

— É o seu lugar de direito. — Meu irmão mais novo disse arqueando as sobrancelhas como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Você é um fodido Parisi, você merece uma posição de respeito. Foda-se, Nino, você deveria ser o Consigliere por direito, não eu. 

— Mas… É o seu trabalho. Você… Você realmente quer dividir isso comigo? Você não se importa? 

— Porque eu me importaria em dividir algo com o irmão que eu amo? — Luca perguntou simplesmente. Eu tive que olhar para cima para me impedir de chorar. — Se você chorar eu vou chorar também e nós iremos afundar o barco com nossas lágrimas. 

Eu ri emocionado e balancei a cabeça para afastar as lágrimas. Nico se aproximou mais até colocar os braços sobre nossos ombros. 

— Eu não digo muito, mas eu amo vocês. Eu amo vocês com tudo que eu tenho. Sempre fomos nós contra o mundo; sem um pai decente, sem uma mãe amorosa. Nós cuidamos um do outro, sempre cuidaremos. Eu amo vocês dois. — No final, a voz de Nino embargou e até Luca que sempre era risonho e debochado ficou com os olhos cheios de lágrimas. — Vocês são tudo para mim.

Luca abraçou Nico e eu mutualmente e eu fiz o mesmo, apertando meus irmãos o máximo que pude. Aquilo era felicidade; genuína e única. Eu faria qualquer coisa para não perder aquilo, para não perder eles. 



Encontrei Alessa em sua cabine sabendo que os casais estariam ocupados na noite de natal e que Luca não contaria que não dormi em nosso quarto. Na verdade, ele parecia animado quando eu disse que encontraria minha noiva. 

Quando entrei na cabine e tranquei a porta, olhei ao redor. O quarto estava iluminado por uma luz tênue advindas de pequenas velas espalhadas sobre os móveis; Alessa estava sentada na cama vestindo uma camisola se seda vermelha, curta e com um decote avantajado. Caralho. 

— Você… O que é isso? — Perguntei cuidadosamente e a morena riu baixinho. 

— Você não gosta do que vê? — Havia uma pontada de insegurança em sua voz. 

— Eu poderia me ajoelhar e te adorar. — Eu disse sem conseguir fingir que vê-la daquela forma não poderia me colocar de joelhos. Eu amava aquela mulher, eu a queria tanto. Eu não podia mais fingir que o corpo dela não me excitava por completo. 

— Eu confio em você. — Alessa disse se ajeitando na cama, esticando suas pernas pálidas pelo lençol macio. Lentamente me aproximei e sentei-me ao lado dela. — Podemos… Experimentar algumas coisas hoje? 

— Claro. — Eu disse forçando minha voz a parecer calma. — Porque você não se senta no meu colo? 

Alessa assentiu brevemente antes de lentamente se movimentar em minha direção. Com lentidão, a morena passou as pernas ao redor da minha cintura e sentou-se no meu colo. Suas coxas grossas apertaram-se contra meus quadris conforme seus seios fartos tocavam meu peito. 

— Eu vou colocar minhas mãos em sua cintura e vou desce-las por seu corpo. Se você quiser que eu pare, diga, e eu voltarei as mãos para sua cintura. — Eu beijei o queixo de Alessa, pressionando minhas mãos em sua cintura para dar ênfase em minhas palavras. — Você entendeu? 

— Sim. — Alessa disse assentindo prontamente. 

Eu beijei Alessa lentamente e acariciei suas costelas com delicadeza, minha boca se moldando a dela conforme eu aprofundava o beijo, tomando sua língua contra a minha. Alessa se rendeu ao beijo, seu corpo suavizando sobre mim. Era indescritível a sensação de tê-la em meus braços, nenhum poema, música ou pintura que eu pudesse fazer conseguiria demonstrar um terço do que eu sentia ao sentir seu cheiro amadeirado, sua pele sedosa, seu corpo quente contra o meu. Lentamente desci minhas mãos até os quadris de Alessa e as pressionei ali, testando sua reação ao meu toque. Ela não recuou, na verdade, me beijou com mais afinco, me fazendo estremecer de desejo. Tentei controlar o máximo a excitação, pensar em outras coisas até, mas aos poucos minha ereção cresceu sob ela e eu tive a agradável surpresa de tê-la se pressionando contra meu colo quando percebeu. Guiei minhas mãos para baixo outra vez, sentindo o tecido sedoso de sua camisola até pousar minhas palmas sobre sua bunda e apertar com delicadeza. Alessa congelou por um momento e eu me preparei para puxar minhas mãos quando ela pedisse para eu recuar, mas ela não o fez. 

— Confio em você. — Alessa repetiu contra meus lábios. — Quero que me trate como trataria qualquer mulher. 

As sobrancelhas escuras de Alessa franziram por mencionar outras mulheres, mas sua expressão permaneceu firme. 

— É difícil. Eu nunca amei outra mulher. — Sussurrei. Nada antes dela havia sido amor; nada antes dela tinha me feito sentir daquela forma. — Eu te amo, Lessa. 

— Me faça sentir bem. — Alessa pediu baixinho. — Faça o que queria fazer no dia da nossa ligação. 

— Você ficou mal depois… — Eu a lembrei. 

— Mas não irei ficar hoje. — Alessa sorriu envergonhada. — É a minha escolha. Eu escolho você. 

— Me senti um Pokémon. — Disse antes de pensar no assunto. Alessa começou a rir sem parar e eu tive que beija-la para abafar dia risada alta. — Hoje não, Lessa. 

— Porque? — A morena perguntou, todo divertimento sendo substituído por confusão e depois vergonha. — Você não… Me quer? 

— Quero, porra. Como eu quero. Mas nós vamos fazer tudo certo. Na nossa noite de núpcias, como manda as tradições italianas. — Eu segurei o rosto dela e a beijei novamente, um selar rápido e delicado. — Você é a porra de uma princesa da máfia. Eu não vou ter nada de você antes de firmar meu compromisso com você. Porque é isso que você merece. 

— Já tiraram antes. — Alessa me lembrou tristemente. 

— Foda-se, não. Aquele fodido tirou o que você não estava disposta a dar, ele pagou com a vida por isso. Conosco vai ser diferente. Eu nunca vou te dar menos do que total respeito e gentileza.

— Eu te amo. — Alessa disse baixinho. — Isso é tão Edward. 

— Quem é Edward? — Perguntei recebendo um olhar indignado de Alessa. 

— Oh, cara, nós precisamos conversar.

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Onde histórias criam vida. Descubra agora