11. ALESSA.

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Escolher uma fantasia se provou algo extremamente difícil, principalmente porque todas as fantasias femininas eram uma fodida bomba sexual. Eu não vestiria nada daquilo, nem fodendo. 

— Você não queria noiva cadáver? — Luca perguntou arqueando as sobrancelhas quando neguei a fantasia. Aquilo não era a noiva cadáver, era uma lingerie disfarçada de vestido de noiva, tão curto e com o corpete tão apertado que iria fazer meus peitos tocarem meu queixo. Nem fodendo. 

— Queria a Noiva Cadáver, não a Prostituta Cadáver. — Murmurei repentinamente irritada. No passado, eu adoraria usar aquela fantasia, provavelmente colocar um salto bem alto para ficar ainda mais sexy, mas agora… Agora eu analisava minhas roupas todos os dias para evitar sair com algo apertado ou vulgar demais. Quanto menos os homens olhassem para mim, melhor. 

— Bom, que tal esse então? — A funcionária sorridente se aproximou trazendo um enorme vestido de noiva, branco como a neve e… Cheio de sangue. Eu abri um sorriso gigante. 

— Esse é maravilhoso. — Eu poderia sair pulando pela loja enquanto encarava a magnificência daquela fantasia. Um vestido de noiva real, com corpete justo e saia pomposa, um decote em formato de coração e o melhor: todo manchado de sangue. 

— O sangue é real? — Luca perguntou provocativamente ao sair do provador com seu terno púrpura. O cara se vestiria de Coringa, mas quem era eu para julgar. 

— Não! — A vendedora exclamou aturida. — É artificial, mas é bem parecido com o real. 

— Você já viu uma roupa real ensanguentada? — Luca perguntou sarcasticamente. Eu tive que suprimir uma risada. 

— Deixe a pobre moça em paz, vamos procurar sangue falso para a minha maquiagem. — Ralhei. Luca sorriu ainda mais antes de ajeitar as lapelas do terno e caminhar pela loja. Balancei a cabeça e o segui, deixando para trás a vendedora de olhos arregalados. 



Alessia havia posto a mesa de jantar e Nico carregou as travessas para a mesa; era um arranje bonito, uma sintonia bela. Eu me sentei ao lado de Nino quando Luca simplesmente roubou meu lugar ao lado da minha irmã. A festa era no dia seguinte, mas somente há algumas horas atrás Luca conseguiu convencer Nico e Alessia a me deixarem ir. Eu estava animada, mas pelo visto eu era a única. O jantar pareceu um velório e só o barulho ocasional dos talheres batendo nos pratos ou das taças sendo postas sobre a mesa quebrou o silêncio absoluto. O rosto de Nino não entregava nada, mas seus olhos estavam distraídos. Ele sequer parecia presente no jantar, diferente de Luca que parecia quase com raiva ao cortar sua carne. Nico respirou fundo e parou de fingir que estava comendo, atraindo a atenção da mesa para si quando ele secou sua taça de vinho. 

— Na próxima semana as coisas ficarão diferentes nessa casa. — Ele começou pousando a taça na mesa. — Teremos soldados em cada corredor, as medidas de segurança se tornarão ainda mais duras. Haverá atiradores nos telhados todos os momentos do dia e dez vezes mais guardas protegendo a propriedade. 

— Porque? — Alessia perguntou baixinho, se encolhendo na cadeira. Eu também estava curiosa. O que faria Nico aumentar tão drasticamente as medidas de segurança? 

— Manoel Giordano virá até Las Vegas. Thomaz também estará aqui, mas sozinho. Alessa, Alessia e Lorenzo irão para New York. — Nico desviou os olhos para Nino. — Eu também gostaria que você fosse.

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Where stories live. Discover now