32. ALESSA.

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Mamãe estava assando meu brownie favorito: chocolate com gotas de chocolate e cobertura de chocolate. Carina e Cinzia conversavam sobre gravidez, Nico e Alessia provavelmente estavam transando — como sempre — Samael, Luca, papai e Thomaz, enquanto isso, estavam envolvidos numa discussão acirrada sobre a Copa Do Mundo. Eu deveria esperar dez minutos até encontrar Nino em minha cabine, mas quando os homens começaram a falar sobre pênaltis, eu desisti e segui para onde meu noivo estava me esperando. Nino estava sentado em minha cama com meu livro favorito em mãos e eu rapidamente fechei a porta atrás de mim, trancando-a. A cabine não era muito mobiliada. Havia uma cama de casal um roupeiro ao lado da porta que levava para o banheiro e uma poltrona confortável; pensei em me sentar nela, mas descartei a ideia quando voltei meus olhos para o homem na cama. Eu nunca tinha o visto tão casual; bermuda azul escura e uma camisa branca larga demais para ele. 

— Você está linda. — Nino comentou casualmente, mas um rubor subiu por minhas bochechas. O biquíne rosa me deixava desconfortável, mas o camisão branco semi transparente melhorava um pouco. No entanto, o olhar de Nino me fazia queimar de vergonha. — Venha cá. 

Nino estendeu os braços e eu caminhei lentamente até ele, não deixando de observar a forma que ele olhava para o meu corpo. O medo ainda era uma forte presença em minha vida, mas naquele momento eu também sentia desejo. As mãos de Nino nunca me machucariam, disso eu tinha total certeza, mas ainda assim, quando me sentei em seu colo e ele me puxou para mais perto, meu coração acelerou dolorosamente no peito. 

— Você é tão linda… — Nino sussurrou contra meu ouvido, sua destra encontrando meus cabelos numa carícia suave. — Eu te amo tanto… 

— Eu também te amo. — Respondi guiando meus lábios até os dele. Nino me beijou gentilmente, as mãos nunca abandonando meus cabelos e costas. Eu sabia que ele nunca desceria as mãos, que ele nunca me tocaria sem minha permissão e isso me fez relaxar. 

— Nico irá falar com Thomaz no ano novo. — O loiro disse contra meus lábios e eu franzi as sobrancelhas, confusa pela mudança de assunto. — Sobre nosso casamento. 

Eu quase caí da cama de tanta surpresa. Uma coisa era Luca saber; nós tínhamos um segredo dele e ele um nosso. Se um contasse, o outro contava também. Com Nico era diferente. Ele era o Capo e tinha dito coisas horríveis para Nino. E se ele usasse isso contra ele? 

— Ele é meu irmão gêmeo, Alessa. Está tudo bem. — Nino disse parecendo ler meus pensamentos. Eu não acreditava que estava tudo bem bem por um segundo. 

— Ele é obcecado por você, você mesmo se ressente disso. E se ele usar isso contra você? Para te controlar mais? — Eu perguntei sem pensar, mas devia ter pensado melhor porque a expressão de Nino se tornou irritada. 

— Ele nunca faria isso. — Nino afirmou com tanta convicção que eu poderia acreditar se não soubesse o quão cego um gêmeo poderia ser quando a questão era sua outra metade. — Alessia? Com certeza. Nico, não. 

— Claro, até porque foi Alessia quem usou seus traumas para te atingir! — Eu estava me controlando para manter a voz baixa, mas eu sentia vontade de gritar. Nino segurou meus braços com força e aproximou o rosto do meu. Meus olhos se arregalaram prontamente ao ver seu olhar de raiva; ele nunca tinha usado sua força contra mim e por mais que seu aperto estivesse doendo, eu senti mais medo da fúria em suas íris cinzas. 

— Você nunca mais vai falar do Nico assim, entendeu? — Nino ordenou em voz baixa e eu não consegui forçar qualquer palavra. Minha boca estava seca, meus lábios selados. Assenti com um bolo na garganta, os olhos queimando. A expressão de Nico se tornou chocada e depois, assustada. Lentamente ele afrouxou o aperto em meus braços e acariciou onde havia segurado com força segundos antes. — Isso não deveria ter acontecido. Eu sinto muito, meu amor. Eu não quis… 

INQUEBRÁVEL - Saga Inevitável: Livro 4.Where stories live. Discover now