Capítulo 23

7.2K 600 226
                                    

Daryl Dixon

Eu sentia como se um peso tivesse saído das minhas costas. Falar todas aquelas coisas para a S/n foi bem mais fácil do que eu imaginei. As palavras apenas saíram naturalmente, tudo que estava guardado dentro de mim há tanto tempo.

Ainda assim, me sinto um idiota por não ter dito que a amava antes. Eu a larguei naquela noite, sozinha e confusa. Me odeio por imaginar a dor que ela sentiu quando eu fui embora. Me odeio ainda mais por saber que ela se sentiu usada.

Mas essa nunca foi minha intenção.

Eu deveria ter me afastado antes, deveria ter ficado longe dela, mas eu não fiquei. Agora já é tarde. Eu não consigo mais me afastar, não consigo tirá-la da cabeça. Eu preciso dela, preciso estar com ela.

— Cara, você tá bem? - balancei a cabeça repetidas vezes quando ouvi a voz de Aaron, afastando todos aqueles pensamentos.

— Tô sim! - respondo rápido.

Depois de me declarar para a S/n, eu e Aaron vimos um pequeno ponto de luz. Uma fogueira há alguns metros de nós. Fomos até lá achando que pudesse ser alguém, mas tudo que encontramos foi um corpo decapitado.

Braços, pernas... tudo espalhado.

— Quem fez isso levou o resto também. - digo, caminhando com cuidado enquanto olhava para aquela cena macabra. — Foi agora. - declaro, vendo que o sangue ainda estava fresco.

Continuamos andando em frente, até que nos deparamos com uma mulher nua presa em uma árvore.

— Se alimentaram dela. Estrangularam ela. - Aaron falou, observando o corpo aberto da mulher. — Isso foi agora?

— Foi. - concordo, engolindo seco.

Fui até a mulher e levantei sua cabeça. Tinha um W marcado em sua testa, a mesma marca que encontrei em outro zumbi dias atrás.

Enterrei minha faca na cabeça daquela mulher assim que a mesma se transformou. Não sabemos quem são essas pessoas, mas provavelmente estão por perto.

Demos meia volta e fomos buscar nossos veículos. Eu ia na frente pilotando minha moto, enquanto Aaron me seguida dentro do carro.

Eu achava que esse lance de recrutar pessoas era algo idiota e entediante, mas é bem mais complicado do que parece.

Paramos no meio da estrada e encostamos perto de uns arbustos. Adentramos na floresta e seguimos os rastros que havia no meio do caminho.

— Alguém passou por aqui há pouco tempo. - digo, olhando as pegadas no chão.

— Se os virmos, vamos parar, colocar o microfone, observar e escutar. - Aaron falou, caminhando bem atrás de mim.

— Por quanto tempo? - pergunto rude, não sei se tenho muita paciência pra esse tipo de coisa.

— Até sabermos. - ele respondeu. — Temos que saber.

— Já expulsou pessoas? - continuei a fazer perguntas, agora, começando a ficar curioso.

— Já. - Aaron concordou.

— E como foi? - perguntei sem olhar para ele, focando nos rastros.

— Foi no começo. Três pessoas. Dois homens e uma mulher. - começou a contar. — Davison era o líder. Muito espero, forte. Achei que fosse dar certo. Não deu. Eu levei eles pra lá e tive que tirá-los. - disse desapontado. — Eu, o Aiden e o Nicholas levamos eles pra longe. Demos comida e água, depois abandonamos eles.

Love in chaos II - Daryl DixonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora