Capítulo 45

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S/n Grimes

— Vem! Vamos ver o seu pai! - Negan me puxou para fora do carro, parando na frente dos portões de Alexandria. — Porquinho, porquinho! Deixe-me entrar! - ele gritava com um sorriso sarcástico, batendo três vezes o taco na grade.

Fomos atendidos por Spencer, que ficou nos encarando com estranheza. Ele intercalava o olhar entre mim e o Negan, esperando uma explicação.

— E aí? - o Salvador sorriu largo, curvando as costas para trás.

Não seria nada mal se as costas daquele cretino se partissem ao meio.

— Quem é o senhor? - Spencer perguntou.

— Espero que esteja brincando. - o homem riu alto. — Negan, Lucille. - se apresentou com aquele taco idiota. — Eu sabia que tinha que causar uma boa primeira impressão.

Logo, papai se aproximou.

Quando seus olhos caíram sobre mim, ele veio correndo. Eu tentei me manter firme, mas também acabei deixando algumas dolorosas lágrimas molharem a minha bochecha.

— Milha filha... - ele murmurou, seu olhar transmitia preocupação e desespero.

— Eu poderia deixar vocês dois se abraçarem e terem aquele momento fofo de pai e filha, mas temos coisas mais importantes pra fazer. - Negan se intrometeu.

— Você disse uma semana. - meu pai falou, enquanto Rosita parava atrás dele. — Está adiantado. - abriu o portão.

A mulher também pousou seus olhos em mim, mas eu apenas abaixei a minha cabeça. Eu podia disfarçar o meu desconforto e a minha dor, mas não podia esconder o que meu olhar transmitia.

— Senti saudade. - Negan permaneceu parado na frente do meu pai, sorrindo sarcasticamente. — Aí, Rick! Venha aqui fora! Vem ver isso! - chamou meu pai, indo até um zumbi que se aproximava.

Com apenas uma tacada, o zumbi caiu morto no chão.

— Sopa no mel! Molezinha! - comemorou. — Muito bem, pessoal. Vamos começar! É um grande dia.

Os Salvadores desceram de seus veículos e pararam todos na frente da comunidade, incluindo o Daryl. Eu continuava perto do portão, bem ao lado do meu pai, e sentia o olhar do caçador sobre mim.

Olhei brevemente para trás e me encontrei com seus olhos azuis, que agora não brilhavam, nem transmitiam aquele caos estranhamente tranquilo.

Aquele não era o Daryl. O meu Daryl.

E a culpa era minha.

— Ei, Rick. Viu o que eu acabei de fazer? - Negan tentou chamar a atenção do meu pai, que encarava o caçador. — Um belo serviço! Quer dizer, quase nos recusa na porta. Quem é esse cara afinal? - apontou para o Spencer. — Eu fiquei bravo? Tive um chilique? Afundei a cabeça ruiva de alguém? Não. Eu só dei um jeito em um desses babacas mortos que poderia matar um de vocês. - se referiu ao zumbi que tinha acabado de matar. — Serviço prestado.

Negan entrou em Alexandria e deixou seu taco nas mãos do meu pai.

Eu respirei fundo e passei pelo meu pai, abaixando a cabeça ao passar por Rosita e Spencer. Dei uma breve olhada para trás e vi Daryl entrando com os outros, ainda com seus olhos sobre mim e o Salvador.

— Não vou dizer ao seu pai que estamos juntos. - Negan sussurrou perto do meu ouvido, enquanto entravamos na comunidade. — Acho que ele não ia me aceitar muito bem.

Controlei minhas lágrimas e continuei andando, cravando minhas unhas na palma das mãos. Não podia surtar agora, não podia chorar ou deixar o meu desconforto evidente. Eu não podia dar mais uma preocupação para o meu pai.

Love in chaos II - Daryl DixonWhere stories live. Discover now