Capítulo 67

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Daryl Dixon

— Os carros de aviso estão em posição. Se os Salvadores voltarem, ficaremos sabendo uns dez ou quinze minutos antes. - Rosita falava quando eu entrei no escritório de Maggie.

— E nossa munição? - a líder perguntou para Deanne.

— Como pensávamos, não temos o bastante pra nos defender de outro ataque como o de ontem. - a arqueira respondeu.

— Talvez a gente não precisa mais nos preocupar com isso. Pelo menos, por enquanto. - eu disse, atraindo a atenção de todas as três, levantando minha faca. — Talvez a opção seja sair mano a mano.

— Será que eles têm pouca munição? - Rosita questionou duvidosa.

— Eles devem ter gastado muito pra se livrar dos zumbis no santuário. - digo.

— E não tem muitos lugares pra achar mais. - completou Deanne.

— Merda! - Rosita resmungou. — Eles têm nosso fabricante de balas. Eles podem fazer mais.

— Os Salvadores têm o que ele precisa pra fazer mais? - Maggie perguntou para a mulher.

— Se não tiverem, sei onde encontrariam. - ela falou.

— Eu vou com você. Vou avisar a S/n que tô saindo e te encontro lá fora. - Rosita apenas concordou com a cabeça e me acompanhou até a porta.

Subi as escadas da mansão e entrei no quarto que estou dormindo com a S/n, a Judith e a Gracie. Ela acha que precisa ficar o tempo de olho nas crianças, sem sair de perto delas ou deixá-las desprotegidas por um segundo.

A S/n está com problemas, eu e todos sabemos disso. Eu quero ajudar ela, quero tirá-la desse caminho obscuro que ela mesma criou. Eu quero trazer aquela antiga S/n de volta, mas não sei como fazer isso.

Não posso ajudá-la se não sei o que ela pensa, se ela não me conta o que está sentindo.

Ao entrar no quarto, vi a minha pequena Grimes sentada na beira da cama de costas para a porta. A Bravinha dormia na cama e a mais nova que trouxemos de um dos postos avançados estava no berço.

— Eu vou com a Rosita até o Santuário. Achamos que o Eugene tá fazendo balas pra eles. Temos que cuidar disso. - me aproximo e sento ao seu lado com cuidado, vendo a carta com seu nome que ela segurava. — Me espere. - peço quase em um suplico, olhando para a trilha de uma lágrima seca que havia deslizado pela sua bochecha. — Podemos fazer isso juntos. Não tem que passar por isso sozinha.

— Tudo bem. - ela olhou para mim e forçou um sorriso, um sorriso falso e torturante.

— Eu te amo, pequena. - fecho os olhos e colo nossas festas, sussurrando enquanto desejava abraçar seu corpo que agora parecia tão frágil e nunca mais soltá-la.

Mas depois do surto de mais cedo, acho que não é uma boa ideia agora.

— Eu também te amo, Darlinda. - ela sussurrou de volta, e, pela primeira vez, eu gostei de ouvir aquele apelido.

Aproximei ainda mais os nossos rostos e rocei meus lábios nos seios, beijando ela carinhosamente. Eu enterrei meus dedos no cabelo da sua nuca e a puxei para mais perto, acariciando sua raiz de forma lenta.

O gosto do seu beijo era bom, doce e viciante. Queria congelar esses momentos com ela e nunca mais me separar do seu beijo, do seu copo... Eu queria poder protegê-la de todo esse mal, tirar sua dor e secar todas as suas lágrimas.

Eu queria vê-la feliz.

Queria fazê-la feliz.

Um sentimento ruim cresceu dentro de mim, e foi então que eu encerrei aquele beijo com alguns selinhos e saí do quarto. Enquanto descia as escadas, uma lágrima solitária deslizou pela minha bochecha. Sequei o meu rosto com as costas da mão o mais rápido que pude, antes que alguém me visse chorando.

Love in chaos II - Daryl DixonWhere stories live. Discover now