Love in chaos II - Daryl Dixon

Capítulo 46

(⚠️ Podendo conter cenas que despertem gatilho ⚠️)

S/n Grimes

— Querida, nós chegamos. - as mãos de Negan tiraram meus fones, fazendo meu corpo dar uma leve recuada. — Tá assustada?

— N-não. - engulo seco.

Saímos do carro e entramos na antiga fábrica. Eu fui direto para o quarto, aquela merda de quarto. É um lugar confortável e limpo, mas é solitário.

Quando entro naquele quarto, meus olhos sempre caem sobre a cama. A cama onde o Negan me tortura, onde ele se diverte e me chantageia. O lugar onde, como ele costuma dizer, a gente faz negócios.

Eu sentei na beira da cama e fiquei olhando para aquela estante cheia de livros, a qual estava meia torta por causa daquela vez que eu a derrubei.

Tirei aqueles sapatos não muito confortáveis e comecei a mexer nos meus próprios dedos, sentindo todo aquele peso em minhas costas.

Respirei fundo ao ouvir a porta ser aberta, já sabendo quem era e o que fazia aqui.

— Mandou bem lá em Alexandria. - a voz de Negan ecoou por todo quarto. — Fiquei muito feliz em saber que não quer voltar pra lá. Por isso, quero saber se tem algo que eu possa fazer pra melhorar sua estadia aqui.

— Queria que libertasse o Daryl. - eu disse, aproveitando a oportunidade. — E também queria que deixasse a minha comunidade em paz.

— Alexandria não é mais a sua comunidade, você tem um novo lar agora. - sentou ao meu lado, passando aquela sua mão nojenta pelos meus ombros.

— Você tem toda razão! - volto atrás, passando a olhar nos seus olhos vazios. — Mas... deixe eles em paz. - implorei. — Eu posso me casar com você. Farei tudo exatamente como me pedir. Eu prometo.

— Eu gosto muito de você, Grimes, mas não é pra tanto. - ele abriu um sorriso, tirando uma mecha de cabelo do meu rosto. — Precisamos das coisas que eles vão conseguir pra gente. Você entende isso, não entende?

— Negan...

— Mas... Eu prometo não machucar o seu pai, muito menos o seu irmão. - garantiu.

— E o Daryl? Vai libertar ele? - eu perguntei, tentando convencê-lo a soltar o caçador.

— Eu perguntei se ele queria ficar, mas ele não quis. Não posso obrigá-lo a ir embora, S/n. Eu não sou assim. - aproximou seu rosto do meu. — E eu também não quero que diga o nome dele de novo, ouviu? Sou um homem muito ciumento.

— Tudo bem, me desculpa. - encolhi meus ombros, fechando os olhos e virando um pouco o rosto ao sentir a respiração quente do homem.

— Não se desculpe, querida. - deixou um beijo no canto da minha boca. — Você é tão linda...

Negan desceu seus beijos molhados para o meu pescoço, enquanto uma expressão de nojo se formava em meu rosto. Suas mãos deslizaram meu casaco pelos braços e me fizeram deitar na cama, ficando por cima.

— Chegou a hora de me agradecer, princesa. - sussurrou no meu ouvido, deixando mais um beijo em meu pescoço. — Eu fui muito bonzinho lá em Alexandria, não fui?

Eu parei de tentar lutar contra aquilo, era como se meu corpo tivesse sido desligado. O Negan me abusava, mas eu não me importava mais.

As lágrimas pararam de cair e o meu peito parou de apertar, eu só... deixei de me importar com tudo... menos com ele.

Daryl precisa de mim, e eu preciso dele. O único jeito de mantê-lo vivo é fazendo isso, então que seja.

É como se eu estivesse morta, como se a minha alma tivesse ido embora, mas o meu corpo continuou ali. E talvez realmente seja isso. Eu posso estar realmente morta, porque eu acho que é assim que os mortos se sentem.