✥Capitolo sei✥

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𝙎𝙤𝙛𝙞𝙖 𝙋𝙊𝙑

- Dov, não! - respondi, vendo a garota cruzar os braços - Eu vou para minha casa.

- Porque não ir para mim? - insistiu a garota. Olhei para o pessoal em busca de ajuda - Lá é espaçoso e é mais seguro.

- Concordo com ela - Dianne foi para o lado da Dove.

- Eu também - Booboo e Cameron também foram para o lado da garota.

- Lina... - olhei para minha irmã, sabendo que de qualquer jeito estaria perdida.

- Dove está certa - bufei vendo o sorriso vitorioso da Dove.

- Ok, você venceu! - admiti - Eu vou para sua casa, com uma condição...

- Qual é sua condição? - perguntou se aproximando de mim.

- De não ficarem me tratando como se eu não pudesse fazer as coisas - olhei nos olhos dela.

- Condição aceita - sorriu largamente.

- Se não cumprirem essa condição, chuto a canela de vocês com o gesso - todos riram - Estou falando sério.

- Sabemos disso, Toots - minha irmã falou.

Havia passado duas semanas de todo aquele acontecimento, Zachary e Thomas não me procuraram mais ou mandaram alguma ameaça. Dove conseguiu convencer a direção a suspender as gravações de D3 por um tempo até que eu estivesse totalmente recuperada, durante esse período minha irmã voltou para casa e contei a ela sobre tudo que aconteceu. Vi o quanto ela sofreu ao saber sobre tudo aquilo, se culpou por não ter notado antes, porém a culpa não era dela e sim daqueles dois infelizes. Minha irmã e a Dove não saíam de perto de mim por um segundo sequer, era engraçado ver uma pequena competição entre elas, mas sabia que faziam aquilo só para poder me fazer sorrir. Levei algumas broncas da Dra. Ellie pelo meu estado de saúde, três dias depois da minha internação comecei a fazer tratamento para voltar com o peso normal e voltar com as taxas de ferro e das vitaminas, além de ter que tomar remédio para ajudar o crescimento do bebê.

- Vamos embora daqui? - perguntou Cameron, me fazendo assentir.

- Por favor - implorei.

- Espero voltar aqui poucas vezes - escutei minha irmã comentar - Nossos pais estão chegando esse fim de semana - olhou para mim.

- Certo - suspirei, eles ainda não sabiam o que tinha acontecido - Chlo, tome cuidado - olhei para a garota que se posicionou atrás da cadeira de rodas.

- Sempre - respondeu com delicadeza.

[...]

- Mudou a decoração? - perguntei olhando ao redor da sala da casa de Dove.

- Um pouco - respondeu - Mudei umas coisas e adicionei outras.

- Está bem sua cara - comentei vendo o quanto aquela decoração era parecida com ela.

- Obrigada - parou a cadeira de rodas perto do sofá - Quer ficar no sofá ou quer subir para o quarto?

- Prefiro ficar aqui por enquanto - respondi - Pode me ajudar a subir no sofá?

- Claro madame - brincou travando as rodas, deu a volta vindo até mim.

Passou as mão por trás do meu joelho e perto do meu ombro, deu impulso me pegando no colo estilo noiva. Senti o aroma do seu perfume, eu amava o cheiro adocicado e floral que ele tinha, e da forma que ficava em sua pele. Inclinei meu rosto passando o nariz pelo pescoço exposto dela, senti que arrepiou com aquele contato, era divertido ver as reações que conseguia causar nela. Repetir aquele gestos mais algumas vezes, intercalando com pequenos beijos, ela suspirou pesado me colocando no sofá. Soltei um resmungo não querendo acabar com aquele contato, Dove fez menção de se levantar porém agarrei em seu pescoço a proibindo de sair dali.

- Sof, eu vou machucar você - disse em um tom baixo e preocupado.

- Não vai - falei - Fica aqui comigo.

- Tenho que ajudar os outros a trazer as coisas do carro passando dentro - comentou tentando se livrar do meu braço, puxei-a para mais perto de mim. Enfiei meu rosto na curvatura do seu pescoço fazendo um pouco de manha.

- Por favor, fica comigo - pedi dengosa, sabia que ela não ia resistir. Escutei seu suspiro derrotado.

- Odeio essa voz, sabe que não desisto a ela - indagou me fazendo rir.

- Por isso eu uso - beijei seu pescoço.

- Sofia... - me repreendeu pelo o ato.

- Não fiz nada - falei inocente.

- Deixe-me sentar - pediu e a liberei do meu aperto.

Ela retirou a sandália deixando perto do sofá, me arrastei mais para o canto vendo o quanto ele é espaçoso, Dove se sentou ao meu lado. Sem esperar ela se ajeitar, grudei nela feito um coala escutando sua risada.

- Isso tudo é amor? - perguntou - Ou saudade de mim?

- Os dois - respondi deitando sobre o peito dela.

- Acho que vou sumir mais vezes - brincou - Ai!

- Se sumir eu te caço e te mato - ameacei.

- Cadê minha Sofia de minutos atrás? - perguntou e eu ri.

- Ainda está aqui - inclinei a cabeça para trás, olhando em seus olhos verdes.

- Oh casalzinho deixe para se pegar no quarto - revirei os olhos com o comentário do Boo.

- Não somos um casal - virei para encarar ele.

- Um casal que não é casal - comentou ele.

- Você é chato - indaguei.

- Chato que você ama - jogou o longo cabelo por cima do ombro lançando um olhar de convencimento para mim.

- Céus, quando ficou tão convencido assim? - perguntei vendo o garoto se jogar todo largado no outro sofá.

- Quando começou a interpretar o Jay - respondeu Cameron que adentrou a sala com Dianne e Lina.

- Isso é verdade - concordou a garota do meu lado.

- Já que estamos todos reunidos de novo, porque não fazemos como antigamente? - Dianne começou a falar, no seu rosto tinha uma expressão de que iria aprontar - Porque não fazemos uma noite de jogos e filmes?

- Com bastante bebida! - olhei chocada para minha irmã.

- Eu não posso beber - falei fazendo careta.

- Vai ficar no suco e no nescau, bebê - lancei um olhar mortal para o Booboo.

- Acho que alguém está querendo testar meu novo brinquedinho - comecei a falar - Está a fim de perder suas bolas, Boo?

- S-sofia, eu estava brincando - gaguejou nervoso.

- Frouxo - Dove falou caindo na gargalhada.

- Nasci para ver o Booboo tendo medo da Sofia - Dianne riu.

- Vocês são sem graças! - cruzou os braços, deixando marcado na blusa seus músculos definidos.

Mordi o lábio inferior vendo o quão bom era estar reunida com eles, a saudade que eu estava dessas provocações e programações que surgiam do nada. Ter ficado longe deles me fez perceber que não conseguia ficar sem as conversas sem sentidos do nosso grupo, me fez perceber que não quero ficar longe deles por muito tempo e que eu faria de tudo para sair da vida que estou. Do buraco onde me afundei.

[...]

𝐀𝐟𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐦Where stories live. Discover now