𝐀𝐟𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐦

✥Capitolo ventisei✥

𝙎𝙤𝙛𝙞𝙖 𝙋𝙊𝙑

Pensei que a pior parte de voltar a ativa era acabar tendo lembranças dos meus traumas, de isso fazer com que eu não consiga entrar em nenhum lugar que tenha vários homens ou deixar algum homem tocar em mim sem ver nenhuma maldade. Talvez, eu tenha surtado uma ou outra vez dentro do banheiro da gravadora por causa desses dois motivos, porém, não era a pior parte que imaginei passar. Quando decidi voltar com minha carreira de cantora, Aslan havia acabado de completar 3 meses de vida e a Dove tinha acabado de receber liberação médica para voltar a sua antiga rotina, portanto, decidiu ficar um pouco inativa em relação a atuação para cuidar melhor da sua saúde e aproveitar o novo membro da família. A pior coisa é sair de casa todos os dias quase no mesmo horário, sem ter hora para voltar, sabendo que em casa tem uma linda criança, uma namorada incrível e amigos loucos à minha espera.

É de cortar o coração literalmente e metaforicamente, mesmo que tenha passado três meses desde a minha volta para a carreira de cantora…

Deixo um suspiro escapar pela minha boca pela milésima vez durante aquele dia que mal iniciou. Sinto todo meu corpo cansado e levemente pesado pelo o dia cansativo do dia anterior e a falta de uma bela noite de sono, sem contar meu coração apertado por estar algumas horas de viajar para outra cidade e deixar meus dois amores sozinhos por longas horas, principalmente pela noite conturbada que tivemos. Ontem acabei chegando tarde da noite por estar ensaiando e repassando os últimos detalhes do show de hoje, ao chegar em casa encontrei minha namorada no andar debaixo tentando acalmar o choro do nosso filho. Durante algum momento da noite antes da minha chegada, Aslan adoeceu, apresentando alguns sintomas de resfriado e uma febre que não queria passar por um longo tempo. Ele ficou muito manhoso e grudento com nós duas, não conseguiu dormir um minuto sequer e não deixou nós duas dormir.

— Filho, você precisa beber o remédio. É gostoso — observo meu filho deitado nas minhas coxas, balançando a cabeça recusando o remédio. Nesse momento, vejo minha namorada voltar para a sala segurando mais outros dois remédios e a chupeta dele.

— Ele não tomou o remédio ainda? — questionou, sentando ao meu lado sobre uma das suas pernas. Mascotinho emite alguns sons de bebê — Sua mom não conseguiu te dar um remédio, meu amor? — reviro os olhos de brincadeira, Dove gosta de me provocar em relação a várias coisas dentro da nossa rotina com o mascotinho. Nosso filho dá um mini sorrisinho banguelo mexendo freneticamente as mãos.

— Você está deixando ele agitado, amor! — advirto, dando um leve empurrão no seu ombro. Ela ri baixo — Sua mama gosta de te deixar agitado na hora de dormir, não é? Diga a ela que você não gosta, meu amor — em resposta, o mascotinho emite alguns sons parecendo irritado, me fazendo olhar para a garota ao meu lado com triunfo. Ela revira os olhos.

— Dê logo o remédio dele, já passou do horário — alertou ela me olhando.

Iniciamos uma pequena luta em conseguir dar remédio para o nosso menino, conseguindo finalmente alguns minutos mais tarde. Para não fazer com que ele vomite todo o remédio, minha namorada pega ele no colo e levanta parando no meio da sala, enquanto vai conversando com ele sobre o filme que passava na televisão. Deixo um sorriso escapar ao vê-los interagir, usando pijamas idênticos do ursinho pooh, às vezes nem sei que é mais criança dos dois.

— Filho, diga para sua mãe que sua personagem favorita de descendentes é a Mal — semicerro o olhar na direção deles, observando o momento que ela gira o tronco na minha direção. Em algum momento ela trocou o filme para colocar algumas músicas de descendentes e ir falando quem é quem, de acordo que aparecia na tela.

— Está insinuando que o nosso filho deve gostar da Mal só por ela ser a protagonista do filme? — questiono em tom divertido ainda com os olhos semicerrados, deito-me no sofá tendo os olhos dos dois acompanhando meus movimentos. Logo, o mascotinho fica agitado se jogando nos braços da minha namorada. Às vezes nem parece que ele está dodói.