✥Capitolo venticinque✥

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𝘿𝙤𝙫𝙚 𝙋𝙊𝙑

A vida não é para amadores, uma hora as coisas podem estar indo bem e na outra acontecer algo inacreditável com você, é como se o universo gostasse de brincar com as vidas das pessoas. É como se eles estivessem sentados em mesas de bares, bebendo e decidindo o que vão fazer com determinada pessoa ou a próxima peça que irá cometer. É, a vida tem dessas.

Faz três semanas desde o meu acidente e o nascimento do mascotinho, permaneci no hospital durante duas semanas, enquanto mascotinho ficou apenas uma semana no hospital por ter nascido saudável para um bebê recém-nascido. Sofia nesse meio tempo teve que se desdobrar para conseguir dar atenção o suficiente para o mascotinho e para conseguir estar no hospital me fazendo companhia, por mais que eu tenha falado várias vezes que não precisava dela ir para o hospital ficar comigo, pois o pessoal estava fazendo isso e ela tinha uma criança recém-nascida para cuidar.

Confesso que nunca desejei tanto sair do hospital como dessa vez, principalmente por estar louca para cuidar do mascotinho ao lado da Sofia. As investigações estão bastante avançadas, na última semana chegaram a alguns envolvidos no incidente, dentro eles estavam alguns colaboradores do set, agora todos estão presos e sendo interrogados para descobrir o motivo deles terem feito isso comigo. Desde o incidente a Chloe vem se tornado mais presente na minha vida e na minha rotina, sabia que a garota ainda sente culpa pelo o que aconteceu, por mais que eu fale que ela não teve culpa, sem contar que foi uma vítima também.

— Amor? — escuto a voz da Sofia ecoar pelo corredor dos quartos, andei em direção ao nosso quarto vendo a bagunça que está.

Passamos a gravidez toda imaginando que íamos usar o quartinho do mascotinho, por estar todo mobiliado e de uma forma mais prática para nós duas cuidar dele. Porém, desde a chegada dele nas nossas vidas, vimos o quão complicado é ficar saindo do nosso quarto durante a madrugada e ir para o dele, então trouxemos o berço dele para nosso quarto e a nossa cômoda virou dele. Tudo isso de um dia para o outro.

— Oi, vida — falo, caminhando para a cama sentindo minha perna machucada latejar um pouco pelo esforço. Só então notei que a garota está no banheiro fazendo alguma coisa e o mascotinho está no seu berço.

— Você pode dar uma olhada no mascotinho? Acabei de sair do banho e estou me arrumando! — perguntou levemente alto — Escutei ele resmungar segundos atrás.

— Não vejo a hora de poder pegar ele no colo por conta própria, sem precisar de ajuda — resmunguei, escutando uma breve risada da garota no banheiro. Por causa da minha cirurgia na clavícula recentemente e estar com o braço imobilizado, não consegui pegar aquele pinguinho de gente sem ajuda de terceiros. O que me faz ficar triste por não estar aproveitando muito essa fase e ajudando a minha garota — Seus pais fizeram o café da manhã hoje, parece que um batalhão vem comer aqui!

Indaguei saindo da cama indo em direção ao berço, observando o Aslan se mexer um pouco, mas não emitiu nenhum barulho. Me aproximo o suficiente tendo a visão privilegiada dele deitado, porém, minha atenção é toda roubada pela pequena placa um pouco acima da cabeça dele, com os dizeres: Você aceita namorar comigo?. Sorri sentindo as lágrimas se acumular nos meus olhos, corro o olhar por cada centímetro do berço, notando que o macacão dele é um desconhecido por mim e tem uma frase: E virar oficialmente minha mamãe?

— Sei que prometemos ir com calma no nosso relacionamento, mas a questão é que não tem como ir com calma quando se trata de você… — a voz melodiosa da Sofia invade o quarto, me fazendo virar o corpo em sua direção. Ela está parada no meio do quarto segurando um pequeno buquê de rosas vermelhas em uma mão e na outra uma caixinha de veludo — Você esteve ao meu lado desde quando descobriu o inferno que estava a minha vida alguns meses atrás, se prontificou para me ajudar e colocou a sua vida em risco a algumas vezes, sem contar que abriu as portas da sua casa para mim e para Lina sem se importar que iríamos mudar completamente a sua rotina… — sorrio em meio às lágrimas, sem tirar os olhos dela — Você esteve comigo em todos os momentos bons e ruins, foi você que me ajudou a sair do fundo do poço, me fez encarar a gravidez como algo positivo, me fez perceber que depois de tudo que aconteceu eu posso amar e ser amada na mesma intensidade… E a questão é que eu quero amar você, eu quero você, somente você! Quero você nos momentos bons e ruins, quero você a cada conquista e em cada derrota, quero compartilhar uma vida com você, compartilhar meus sonhos e poder realizá-los ao teu lado. Quero criar o mascotinho com você, de vê-lo te chamando de mama… — sorrimos juntas — E depois de te ver entre a vida e a morte naquele leito de hospital, me fez perceber que a vida é curta demais para ficar esperando, de ficar com medo de algo acontecer. Mas, nada vai acontecer, por que é você. Uma pessoa tão doce e carinhosa, uma pessoa que quer o bem das pessoas e é capaz de ser machucada do que machucar as outras pessoas, porque seu coração é bom demais para esse mundo cruel. E eu sei que nem em mil anos você faria algo para me machucar, porque foi em seus braços que me senti segura após tudo que passei… E não quero mais perder nenhum segundo, sabendo que nesses segundos eu posso te amar incondicionalmente e poder dizer às pessoas que estamos juntas oficialmente… Então… — sorriu de lado, ajoelhando na minha frente revelando as alianças dentro da caixinha de veludo.

𝐀𝐟𝐭𝐞𝐫 𝐓𝐡𝐞 𝐒𝐭𝐨𝐫𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora