ten: come back to me...

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EMMA FISHER

No caminho para casa não trocamos uma palavra, o silêncio era desconfortável porque me fazia pensar no desastre que o meu primeiro dia no trabalho tinha sido.

Tayler estava impaciente e não disfarçava o quanto estava bravo comigo e honestamente, o seu ódio era a última coisa que me preocupava. Hoje, eu falhei como profissional e sim, no meu primeiro dia.

- Eu estou te dando todos os privilégios, você pode pelo menos se esforçar para fazer as pessoas acreditarem que você merece tudo isso? - Meu corpo treme quando escuto a porta da casa fechar com força e a voz dele entrar pelos meus ouvidos.

- Você me passou uma cliente antiga do seu pai e para piorar, no meu primeiro dia! - Não hesito em responder, com um tom tão grosseiro e alto quanto o dele. - Não adianta colocar a culpa em mim.

- Você nem saiu da porra do escritório para tentar ajudar a controlar a maluca, fez as pessoas pensarem que eu tinha causado aquilo tudo. - Ele se aproxima do meu corpo, na tentativa de me intimidar. - Eu não sei aonde estava com a cabeça quando achei normal essa ideia de me casar com uma maluca desconhecida e sem um pingo de noção dentro de si. - Tayler diz como se fosse algo super doce, mas a reação que o meu corpo tem é totalmente o oposto.

Meu coração acalera e sinto minhas mãos formigarem, me fazendo fechar o punho.

- Você está se casando com uma desconhecida porque não é capaz de amar. Não conseguiu encontrar ninguém que te aguente, sinto muito, mas eu só estou aqui porque nosso acordo me favorece o suficiente para eu suportar o seu jeito egocêntrico. - Me aproximo levando o meu dedo indicador em direção ao seu rosto.

Sua expressão mudou, como se eu tivesse apunhalado o seu coração de pedra, mas eu não sou burra ao ponto de achar que esse homem ficaria magoado por conta das minhas palavras.

- Não nos conhecemos nem um pouco, Emma. - Agora, a sua voz é baixa e calma e eu não deixei de achar estranho, considerando que ele estava gritando há segundos atrás. - Você não conhece a pessoa que eu era antes do meu pai morrer, antes de descobrir porque minha mãe me abandonou, antes de ler a maldita carta que mudou a porra toda. - Pela primeira vez desvio o meu olha de seu rosto, sinto as minhas bochechas queimarem, porque com certeza suas revelações tinham mexido comigo.

Minha respiração falhava, não percebi quando a sala ficou pequena demais para nós dois.

- As vezes você parece obcecada com isso de amor e então eu te pergunto, por que você está aqui? Se é tão capaz de amar, por que não se casa com alguém que você ama? - Sinto um aperto no meu coração e de repente fico empenhada em fingir que aquilo tão tinha me afetado.

- Você tem razão, não nos conhecemos e talvez eu nem queira que isso aconteça. - Cruzo os meus braços e fixo o meu olhar em seu rosto novamente. - Você é ruim, jogar isso na minha cara sabendo do meu passado é golpe baixo. - Quando meus olhos enchem de lágrimas, eu tento sair de perto de Tayler mas falho completamente quando ele me prende com o seu corpo na parede.

- Você é engraçada, Emma. - Ele abre um sorriso. - Não diga que eu não sou capaz de amar só porque eu não te amo. - Levo minhas mãos para o seu peito e empurro o seu corpo para longe do meu.

- Eu não quero que você me ame mas eu acho que essa casa é grande o suficiente para caber as nossas mágoas passadas, então tente não ser um babaca se não quiser ouvir esse tipo de verdade saindo da minha boca. - Com lágrimas no rosto eu finalmente consigo sair da sala, sem que Tayler me impeça.

- Todas as vezes que eu coloco a cabeça no travesseiro imagino o rostinho do nosso bebê

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- Todas as vezes que eu coloco a cabeça no travesseiro imagino o rostinho do nosso bebê. - Sinto as mãos de Liam na minha barriga, o carinho dele era o melhor de todos e eu sempre me sentia melhor quando ele fazia.

- Acho que os olhos azuis são garantidos. - Deitada no seu colo, eu olho para cima e admiro a sua beleza absurda.

Somos fisicamente parecidos, ao ponto das pessoas que não nos conhecem acharem que nós somos irmãos. Mas por dentro, somos diferentes. Liam é calmo e paciente, ele é sonhador e tem a habilidade de nunca me decepcionar e sempre me impressionar, mostrando que pode ser cada vez melhor.

Lembro que na minha adolescência eu sonhava em ter o meu mocinho dos filmes de romance e hoje eu posso dizer que eu tenho. Ele faz de tudo por mim e não disfarça o tanto que me ama.

- Eu estou muito ansioso para comprar a primeira roupinha do nosso neném. - Abro um sorriso quando ele diz com animação.

- Não acha melhor esperar até descobrirmos o sexo? - Respondo e Liam aperta as minhas bochechas.

- Independente do sexo a camisa do PSG tem que ficar garantida. - Vejo seu sorriso bobo, sua paixão por futebol só fica abaixo da sua paixão por mim.

- Já imagino você ensinando o nosso filho a gostar de futebol, vocês dois vão me deixar maluca. - Entrelaçamos os nossos dedos, isso era uma pequena ação que sempre fazíamos quando estávamos felizes.

- Eu mal posso esperar para isso acontecer. - Liam deixa um beijo em minha testa.

Depois do nosso momento juntos, Liam prometeu que no caminho para o trabalho passaria para comprar a primeira roupa do nosso bebê, eu achava tão fofo a ansiedade dele para começar a dar presentes que não me preocupei em saber ou não o sexo do bebê.

Mesmo grávida e enjoada eu não gostava de faltar nenhum dia na faculdade, eu não queria desistir de um sonho para fazer o outro acontecer, então teria que lidar com os dois.

Na aula eu gostava de prestar atenção em cada palavra que o professor falava, diferente de Sabrina que aproveitava o ar condicionado da sala de aula para dormir.

Me assusto quando sinto o celular vibrar no meu bolso e como a boa aluna que sou resolvo ignorar. Não foi fácil entrar em uma das melhores faculdades de arquitetura do país, então eu tinha que fazer valer a pena.

Uma, duas, três, quatro, cinco...

São as quantidades de vezes que o meu celular vibra sem parar.

Já assustada com a movimentação no bolso da minha calça, hesito um pouco, mas puxo o meu celular. Eram inúmeras ligações, de todas as pessoas que tinham o meu contato.

Sem entender o que estava acontecendo, percebo todos olhando para mim com os celulares na mão. Os olhos arregalados de Sabrina me fazem perceber que alguma coisa estava errada.

Uma lágrima cai quando leio a mensagem que minha mãe havia deixado, "Filha, ele se foi, eu sinto muito...Me responde por favor Emma!". Meu coração acelera tanto que dói. Eram inúmeras mensagens dizendo que o meu namorado e pai do meu bebê, estava morto.

Levo a mão até a minha boca, sem acreditar no que estava acontecendo. Me beliscando para tentar acordar desse pesadelo, saio da sala correndo e escuto Sabrina vindo atrás de mim.

Sem dizer nada, minha amiga me abraça e me segura forte, eu estava prestes a cair no chão, porque a dor era horrível demais para suportar.

Liam me amou até o seu último suspiro e eu prometo honrar a sua memória para sempre. Um acidente de moto tirou o amor da minha vida de mim, no dia em que ele estava indo comprar a primeira roupa do nosso neném.

Me perdoem pela demora

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Me perdoem pela demora...
Não esqueçam de favoritar e comentar para me motivar 🥺

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