𝙊𝙐𝙍 𝙇𝙄𝙏𝙏𝙇𝙀 𝙊𝙉𝙀

twenty one: maldives

TAYLER LEBLANC.

Não precisei me esforçar para acordar Emma, quando desci para o café da manhã ela já estava terminando de comer, ela não sabia, mas eu já havia percebido as suas táticas para me evitar quando está brava. Minha esposa está vestindo um conjunto de moletom que parecia bem confortável para passar algumas horas dentro de um avião.

- Bom dia. - Digo ao me sentar na cadeira, não obtenho uma resposta, o que me deixa completamente puto. Emma adorava agir como uma criança birrenta.

Passar uma semana com Emma sem ter para onde fugir iria me enlouquecer totalmente. Analiso cada um dos seus movimentos com a pior cara possível, para que ela perceba que se quiser fazer da minha viagem um inferno, é assim que faremos.

Quando sinto meu celular vibrar no bolso, pego e vejo várias notificações de Olivia. Minha prima estava obcecada em saber cada passo do meu casamento, como se estivéssemos vivendo um romance escondido dela.

olivia leblanc.

Bom dia Tay! Sim, acordei cedinho só para te mandar mensagem (obviamente voltarei a dormir depois.), deixando bem claro que quero saber todos os detalhes depois.

Se forem detalhes pornográficos é melhor me poupar, mas eu quero fotos de vocês dois nesse lugar tão lindo.

Não esqueça que a mídia vai adorar ver fotos dos dois na lua de mel e a nossa família também.

Te amo e boa viagem <3

tayler leblanc.

Bom dia Olivia, o dia em que você se casar eu vou me tornar o homem mais insuportável do mundo, saiba disso.

Não haverá detalhe pornográficos, pode ser certeza. Vou tirar muitas fotos, até porque esse é o único motivo para estarmos fazendo isso.

Também te amo, não volte a dormir, vá fazer algo de útil.

olivia leblanc.

Hahahahah você é tão engraçadinho (isso foi irônia ok)!

Também gostaria de dizer que quero ser madrinha do bebê que vocês vão fazer em Maldivas. Já posso começar as minhas apostas com os meninos, estou sinceramente achando que você vai ter uma primogênita.

Mas as vezes acho que vocês combinam como pais de menino, realmente não sei. Agora parei para pensar e fiquei confusa.

Você tem uma preferência?

tayler leblanc.

Você é tão insuportável.

Eu não respondo a sua pergunta, eu evito a cada segundo pensar nisso. Meu pai era complicado mas nunca nos deixou faltar nada, colocou Evelyn na minha vida fazendo ela se tornar uma mãe para mim, tudo que eu tenho eu devo a ele, com tudo, não acho que ele me criou para ser um bom pai. Olhando para os meus irmãos não vejo nenhum de nós totalmente qualificado para cuidar de uma criança.

Meus irmãos e primos foram as únicas crianças que eu tive um contato mais próximo e mesmo assim nunca fui muito paciente, eu mal conseguia segurá-los no colo.

Olho para o meu relógio e percebo que a melhor opção era terminar de comer no avião. Emma não tira os olhos do celular me evitando totalmente.

- Precisamos ir agora, se quiser pode terminar de comer no caminho. - Ela não me responde, mas levanta para pegar as suas bagagens. Se eu tivesse em um bom dia eu faria o favor de ajudar, mas não é o caso.

Max não demorou para aparecer e nos buscar, o caminho até o aeroporto foi silencioso, Emma fez questão de colocar seus fones de ouvido e não ignorar só a mim, Max também foi uma vítima de seu mau humor.

Independente da minha companhia, eu estou feliz com a viagem, estava precisando tirar férias. Escolhi Maldivas porque o oceano é uma das minhas maiores paixões e me trás boas lembranças. Meu pai nos levava para viajar em todas as férias e foi o primeiro a me mostrar o mar.

Quando chegamos ao aeroporto, Max nos deseja um ótima viagem e finamente Emma abre o seu primeiro sorriso do dia. Iríamos passar 21 horas sem ter para onde fugir, lado a lado.

- Parece nervoso, medo de avião? - Ela me pergunta sem fazer contato visual. Pelo menos não estava me ignorando.

- Medo de passar horas com você dentro de um avião, quero continuar com a minha ficha criminal limpa. - Respondo e vejo Emma com seus olhos arregalados e sobrancelhas levantadas, o que me faz sorrir.

- Eu sairia ganhando do mesmo jeito, com certeza iria para o céu por conseguir te aturar por tanto tempo. - Essa são suas últimas palavras antes de entrar dentro do avião. - Não me surpreende você ter um jatinho particular. - Emma analisa o meu avião e se senta ao meu lado.

- Uma das vantagens de ter dinheiro, viajar com pessoas é um saco, bebês chorando, crianças gritando. - Reclamo lembrando das poucas vezes que eu viajei na executiva.

- Você vai ter que se acostumar com bebês chorando e crianças gritando porque futuramente seus vôos vão ser assim mesmo com seu jatinho particular. - Emma responde me fazendo pensar em todas as coisas, além dessas, que mudariam.

- Podemos viajar em silêncio? - Respondo querendo evitar toda a conversa sobre bebês.

- Voltarei a te ignorar, então. - Emma fecha os seus olhos e coloca os seus fones de ouvido novamente.

Fecho os meus olhos ao lembrar que dormi muito pouco nessa última noite e que viagens de avião me cansam muito, então a melhor opção seria dormir.