𝙊𝙐𝙍 𝙇𝙄𝙏𝙏𝙇𝙀 𝙊𝙉𝙀

thirty seven: who is she?

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TAYLER LEBLANC.

Todo ano era certo da minha família fazer um baile de gala beneficente e esse ano não seria diferente, com a gravidez de Emma e o nosso casamento, nunca estivemos tão engajados e na boca do povo, seria o momento perfeito para juntar a mídia e ajudar as instituições.

Eu nunca estive tão ocupado, dias e dias saindo tarde do trabalho, até hoje eu não sei como o meu pai conseguiu organizar esse baile por anos.

Me surpreendo quando vejo Luca entrando no meu escritório, meu irmão quase não aparecia na empresa, parecia que tomava choque assim que passava pela porta.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto fechando o meu computador.

— Vim saber se você está precisando de ajuda. — Minhas sobrancelhas juntam assim que Luca diz.

— Você me oferecendo ajuda? — Dou uma risada e meu irmão revira os olhos. — Me fala logo o que você quer, cara. — Insisto, mas não vejo sua expressão mudar.

Será que esse menino está finalmente virando gente?

— Lembro o quanto o nosso pai gostava desse maldito baile de gala. — Abro um sorriso quando as memórias surgem.

Luca desde pequeno odiava ter que vestir as gravatas que meu pai obrigava, quando ele chegou em uma certa idade pagava os garçons para pegar bebida escondido para ele, claro que meu pai descobriu e ele ficou barrado do próximo ano, o que para ele foi um lucro.

— A única coisa que eu quero que você faça é arrumar um roupa descente. — Respondo, mas acho que Luca não está satisfeito.

— Estou falando sério, Tayler. — Ele suspira. — A minha relação com o meu pai não era das melhores, mas eu sinto falta dele. — É a primeira vez que Luca desabafa comigo. — Achava que ajudando você, me sentiria mais próximo dele. — Um sentimento estranho me enche, um arrependimento por todas as vezes que não ajudei os dois a melhorar a relação.

— Você pode fazer a parte favorita dele. — Respondo e Luca abre um pequeno sorriso, nada muito exagerado.

— Ir na degustação do buffet? — Rimos juntos, meu pai costumava arrastar Íris junto com ele, era o seu momento preferido. — Mas com certeza sem Íris, ela nunca esteve tão estranha. — Luca lamenta.

Desde a gravidez de Emma, minha irmã não abre a boca para falar comigo. Tudo que envolve trabalho, Íris liga para a minha assistente e me passa tudo. Até Sabrina já foi nosso pombo correio, as salas das duas são próximas.

— Nós dois sabemos porque ela está estranha. — Respondo a ele, Luca suspira.

— Antes daquele fudido trair Íris e ela virar uma obcecada por trabalho, vivia falando que daria o primeiro neto ao nosso pai. — Luca relembra, era uma época estranha, Íris estava irreconhecível, na verdade ela está irreconhecível agora.

— Nosso pai não queria um neto naquela época, ele queria uma filha inteligente e que focasse na carreira como arquiteta. — Explico, lembrando da pressão que ele coloca em Íris. — Você sabe o quanto ele pressionava a nossa irmã e ela sabia que nunca seria boa o suficiente para ele. — É triste, mas foi a nossa realidade por muito tempo.