2

693 73 3
                                    

SOFIA

7 anos antes

- Mesa três, Sofia.

Faço um sinal de positivo com um grande sorriso no rosto. Pelo menos até virar as costas para o gerente da lanchonete.

Sair da minha cidade todos os dias e pegar um ônibus de meia hora para um trabalho em Las Vegas é estressante. Acrescente o fato de eu ter quinze anos e ter que ir ao colégio na manhã seguinte.

Atendo a mesa que foi designada a mim torcendo para não ser nenhum cliente inconveniente. Eu nem poderia estar trabalhando, mas alguns lugares simplesmente gostam da mão de obra barata.

Às oito estou do lado de fora da lanchonete esperando Sebas, meu irmão mais velho. Normalmente ele já está aqui quando saio porque ele se preocupa comigo sozinha em outra cidade a noite.

- Sofia?

Um garoto sai de um desses carros de rico, e tudo mais nele informa que ele é rico, o tênis, a camiseta de marca. Até o jeito que penteia o cabelo loiro.

Ele está naquela fase que os garotos ainda estão crescendo e começando a malhar então seus músculos parecem fazer algumas tentativas de aparecerem.

E sim, estou reparando nele porque não é todo dia que algum garoto rico surge me chamando. Até porque não conheço ninguém assim.

Outro garoto sai do lado do motorista, ele parece um pouco mais velho que o primeiro.

- Ei, você é a Sofia, certo? O Sebas teve um problema com o carro e pediu para virmos te buscar. - O garoto loiro fala comigo outra vez.

Isso não faz sentido. Desde quando Sebas tem amigos ricos?

- Hum, acho que não. Vou esperar meu irmão.

- Sério? Viemos até aqui te buscar.

Coloco a mão na minha bolsa, não por medo de me assaltarem, mas porque tem algo lá dentro para me proteger. Talvez esses dois já tenham vindo a lanchonete, viram meu nome no crachá e estão aqui me perturbando.

- De verdade, obrigada. Vou pegar o ônibus para casa.

Movo minha mão dentro da bolsa e encontro o que estava procurando.

- Olha, vamos ligar para ele, pode ser? - O garoto está se aproximando, mais do que deveria. Sua mão toca meu braço. - Não pr...

Eu ergo a mão e aperto o spray disparando em direção ao rosto dele. O ouço xingar um palavrão alto, mas corro para longe sem olhar para trás. Quer dizer, não corro muito porque vejo o carro de Sebas parar no estacionamento.

- Ei o que está acontecendo? - Ele salta para fora do carro e essa é a primeira coisa que ele pergunta.

Imagino que ele vá ir até o garoto e socar a cara dele, mas ao invés disso ele olha sobre o meu ombro.

- Porra Sofia, o que você fez com o Luke?

E então ele corre para o garoto que está se contorcendo esfregando o rosto com um nervosismo óbvio.

Minutos depois estou ajudando-o a lavar os olhos e me desculpando com ele por jogar spray de pimenta nele ao mesmo tempo que culpo Sebas por não ter me enviado uma mensagem avisando que ia pedir para alguém me buscar.

••••••••••••••

Dias atuais

De volta à minha vida (Metrópoles #4)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora